Por Gabriella Porto
A Adoração dos Magos foi a primeira grande pintura de Leonardo da Vinci. Leonardo recebeu o pedido dos monges agostinianos de San Donato de Scopeto, da Florença, mas acabou indo embora para Milão no ano seguinte, deixando a pintura inacabada. A obra é mantida na Galeria dos Ofícios desde os anos 1970. O trabalho se iniciou em 1481, e tem 246cm de largura por 243cm de comprimento, sendo feita em óleo sobre madeira e a imprime a passagem bíblica em que os três reis magos reverenciam o Menino Jesus.
A pintura retrata a Virgem Maria e o Menino Jesus em primeiro plano, criando uma espécie de forma triangular junto aos Reis Magos, que estão de joelhos, em adoração. Atrás deles, forma-se um semicírculo de figuras acompanhantes, incluindo o que poderia ser um auto-retrato do jovem Leonardo (ao lado direito da pintura). Ao fundo, à esquerda, são retratadas as ruína de um edifício pagão, onde podemos ver que trabalhadores estão, aparentemente, o concertando. Na estão homens numa luta a cavalo, e um esboço de uma paisagem rochosa.
As ruínas provavelmente fazem referência à Basílica de Constantino, sobre a qual, de acordo com uma lenda medieval, os romanos teriam afirmado que ficaria de pé até o dia em que uma virgem desse a luz. Supostamente, o edifício veio ao chão na noite do nascimento de Jesus, mas, de fato, o edifício só seria construído posteriormente. Essas ruínas dominam grande parte da obra de Leonardo, e provavelmente seriam usadas para dar uma noção de perspectiva, junto com os cavaleiros. A palmeira ao centro é associada à Virgem Maria, principalmente por causa da frase do Cântico dos Cânticos “Você é majestosa como uma palmeira”, que, acredita-se, ser sobre a Virgem Maria.
Outro aspecto do uso da palmeira pode ser explicado pela árvore ser um símbolo de vitória na Roma Antiga, enquanto no cristianismo, é uma representação do martírio —a vitória sobre a morte—, assim, em conclusão, pode-se dizer que a palmeira representa o vitória. A outra árvore na pintura é da família das alfarrobas, as sementes dessa árvore são utilizados como uma unidade de medida. Elas medem pedras preciosas e jóias. Assim sendo, esta árvore e suas sementes são associadas com as coroas, sugerindo Cristo como o rei dos reis ou a Virgem Maria como a futura rainha do céu, ainda que este seja um presente da natureza para Menino Jesus. Tal como acontece em Doni Tondo, de Michelangelo, o fundo da imagem, supostamente, representa o mundo pagão, derrubado pelo cristianismo, com os eventos que estão no primeiro plano.
Muito da composição dessa obra foi influenciada por uma trabalho anterior do artista holandês Rogier van der Weyden. A relação entre as figuras do desenho, o espaço e a perspectiva de quem observa, o horizonte alto, um ponto de vista levemente levantado, o espaço recuando a distância, e a figura central de um grupo em formação, no centro da paisagem. Características muito semelhantes à obra “A Deposição no Sepulcro” de Weyden.
Devido à impossibilidade de Leonardo para concluir a pintura, a obra foi encomendada então a Domenico Ghirlandaio. O retábulo final foi pintado por Filippino Lippi e hoje também se encontra na Galeria dos Ofícios.
Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/Adoration_of_the_Magi_(Leonardo_da_Vinci)
http://artesimortaisdjkdmp.blogspot.com.br/2011/10/adoracao-dos-magos-leonardo-da-vinci.html
http://www.ruadireita.com/arte/info/a-adoracao-dos-magos/
http://discoverybrasil.uol.com.br/web/davinci/historia/magos/