por Artur Louback Lopes
Os fenícios, mas não se sabe muito bem por quê. Provavelmente, as letras foram colocadas em seqüência aleatoriamente. O que se sabe é que o povo que habitou a região onde atualmente fica o Líbano, entre os anos 1400 e 1000 a.C., criou uma série de símbolos muito parecidos com os que usamos hoje, inspirados na escrita egípcia, cujas letras (ou ícones) representavam uma idéia. A grande inovação dos fenícios foi fazer cada símbolo equivaler a um som, relacionando o formato do símbolo a um objeto, um lugar ou um animal ao qual se expressavam usando determinado som (ou grunhido). Veja, por exemplo, como surgiu a letra A. A base para a criação dela foi o hieróglifo egípcio que representava "boi", cujo formato lembrava a cabeça do animal. Os fenícios criaram um ícone bem parecido para representar o som da primeira sílaba de aleph ("boi", em fenício). Portanto, sempre que aparecia esse som em uma palavra, o tal ícone era usado. Assim surgiu o alfabeto fenício, que serviu como base para a maioria dos alfabetos atuais, inclusive o nosso. Como? O fenício inspirou o grego, que por sua vez inspirou o etrusco, que, enfim, originou o romano (ou latino), que é esse que você está lendo. A ordem das letras não mudou, mas novos símbolos surgiram, mesmo depois da criação do alfabeto romano - que nasceu há cerca de 2 700 anos. A princípio, os romanos tinham 21 letras. O U cumpria a função de V, W e U mesmo, enquanto o I fazia a função de I e de J. E assim foi o nosso alfabeto até o século 16, quando o lógico francês Pierre Ramée criou as novas letras. Quem sabe no futuro criaremos novas letras para representar SS, RR, LH ou NH?! O alfabeto, assim como a língua, vive em constante evolução.
Fonte: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/quem-decidiu-a-ordem-das-letras-do-alfabeto