Por Emerson Santiago
Recebe o nome de Cultura Chavin a civilização que se desenvolveu no norte do Peru entre 1500 a.C. a 300 a.C. Esta antiga sociedade é ainda apontada como um dos conjuntos embrionários das atuais civilizações andinas do Peru, ainda que descobertas arqueológicas recentes mostrem que a cultura Caral seja mais antiga.
Iniciada no planalto dos Andes e depois difundida em áreas próximas, a cultura Chavin foi interpretada até mesmo como sendo basicamente um culto religioso, devido à grandiosidade de seus templos religiosos. Os estilos de arte deste povo são muito distintos, especialmente os vasos de efígies, muitos dos quais estampavam formas felinas.
A cultura Chavin desenvolveu-se em torno do que é hoje o sítio arqueológico conhecido como Chavín de Huántar, localizado no Departamento de Ancash, a 300 km ao norte de Lima, a uma altitude de 3177 m, na confluência dos rios Mosna e Wacheksa. Sua área cobre 129,167 metros quadrados e inclui templos de estruturas grandiosas, com amplo espaço interno e câmaras subterrâneas, plataformas piramidais, edifícios, praças, sendo todas as construções posicionadas sobre um eixo comum.
O sítio arqueológico abriga uma série de terraços e praças com construções de feitas de conjuntos de pedras, e está dividido pelos estudiosos em dois conjuntos, o do antigo templo e o do novo templo. O chamado antigo templo foi construído na forma de “U” e em torno deste há uma praça circular, que até pouco tempo pensava-se ser a construção mais antiga na área. Na verdade, este chamado templo antigo foi construído sob outras estruturas previamente existentes. Em algum momento após a conclusão do templo antigo, um novo templo foi construído, incorporando um dos braços do templo anterior. Esta nova estrutura se estendia pelo sul e leste do sítio, e possuía uma escala muito maior, retendo a forma de U, mas com um centro e eixo diversos, com duas de suas paredes chegando ao limite do rio Mosna.
Acredita-se que o declínio de Chavín de Huántar esteja relacionado com a instabilidade e revolta sociais ocorridas entre 500 e 300 a.C., o que teria provocado seu declínio, resultando no abandono do local. Um tempo depois, uma pequena aldeia ocuparia a praça circular do templo antigo e algumas pedras do complexo foram reutilizadas em novas construções.
Infelizmente, através dos anos, a área foi alvo de várias cheias dos rios próximos, e além disso, ocorreram vários deslizamentos de terra e um terremoto em 1970, o que desfigurou muito do conjunto original, erodindo parte da arquitetura em pedra. Situado em uma área distante dos modernos centros urbanos, o caminho para Chavin é hoje servido por uma estrada de asfalto, e suas ruínas constituem hoje Patrimônio Mundial da Humanidade da UNESCO.
Fontes:
Chavín de Huántar (em inglês). Disponível em: <http://archive.cyark.org/chavin-de-huantar-info>. Acesso em: 19 jul. 2012.
Exploring Chavín de Huántar (em inglês). Disponível em: <http://www.stanford.edu/~johnrick/chavin_wrap/chavin/index.html>. Acesso em: 19 jul. 2012.
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