18.9.12

A quarta onda



Por Fernando Rebouças

No contexto histórico, diversos estudiosos consideram os resultados das evoluções humanas por meio de ondas, ou seja, períodos marcados por atividades e comportamentos da humanidade. A primeira onda iniciou a partir do surgimento da agricultura, mesmo em seu período inicial e rudimentar até o seu amadurecimento como o setor primário da economia.



A Revolução Industrial e suas atividades inaugurou a segunda onda, setor que compreende o setor secundário há mais de 300 anos. A terceira onda surgiu a partir da oferta de serviços como produto a ser adquirido por meio de sua prestação e também pelo surgimento da informática e de equipamentos avançados como os computadores, celulares e na área da robótica.

Hoje, a partir de análises de estudiosos como Alvin Toffler, já entramos na quarta onda, período em somos desafiados a convivermos melhor com as questões no meio ambiente, da sociedade e de um mercado mais participativo, que respeite a morar, a ética e ajude a superar os problemas locais de uma determinada comunidade.

Para a humanidade não se autodestruir e não destruir o planeta Terra, aprofunda-se um novo elo de responsabilidades a serem compartilhadas entre empresas, governos e sociedade. Principalmente, sobre as questões de sustentabilidade, cultura e de uma tecnologia que insira o ser humano socialmente.

Segundo Alvin Toffler, nos anos 2010, começamos a viver o final da terceira onda, que foi marcada pelo crescimento da oferta de serviços (agregados a produtos ou não); do avanço das tecnologias de processamento de dados e de acessoà informação; e avanços inicias na área da biotecnologia.

Qual será a realidade da quarta onda? Toffler destaca que avanços na biotecnologia, na nanotecnologia e avanço na colonização espacial serão os principais pontos de nova fase. A biotecnologia permitirá a cura de doenças e a manipulação de organismos por meio do DNA, a ponto de “fabricarmos” homens especiais para a exploração espacial.

A nanotecnologia permitirá a constituição de processadores minúsculos com mais velocidade de processamento de dados e de acessibilidade, permitindo a inclusão de inteligência artificial e de informação em qualquer objeto e ambiente. Porém, a facilidade tecnológica, mesmo facilitando a vida das pessoas, trará conflitos éticos sobre privacidade e moral na humanidade.

Os avanços na biotecnologia, além de permitir a regeneração de órgãos e de membros, permitirá a alteração genética das pessoas, favorável para o tratamento de doenças e de seres humanos mais resistentes.

A resistência alterará a expectativa de vida das pessoas, num futuro ainda a ser vivido a partir do século XXI, em que as pessoas conseguirão viver mais tempo, fator que alterará a distância entre a proporção de pessoas jovens e velhas. O pesquisador Alvin Toffler ainda afirma que a passagem da quarta onda para a quinta onda será mais rápida do que as mudanças de ondas ocorridas anteriormente. A partir de suas palavras:


Não acredito que a história seja uma linha reta. Mas os fatos também não se repetem literalmente de tempos em tempos. Não vamos voltar para a Idade Média, por exemplo. Vejo a história como uma espiral. Você pode estar numa posição agora. E depois em outra, oposta. Em seguida, você volta a uma posição similar, mas numa outra fase. Voltemos à comparação entre Roma e os Estados Unidos, dois grandes centros econômicos e culturais de épocas diversas. Em Roma, você não tinha uma sociedade globalmente integrada. Não havia uma rede mundial como a internet que pudesse rapidamente espalhar características culturais de uma determinada localidade para outra. Alguns aspectos da história se repetem, mas num estágio diferente.

Fontes:
http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/0766/noticias/a-quarta-onda-m0052568http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/assistencia/a-quarta-onda.html