5.9.12

Esfinge


Por Gabriella Porto

A esfinge é, tradicionalmente, uma criatura mítica com o corpo de leão e a cabeça de um humano, um falcão, ou um gato. Na tradição grega, ela tem pernas de leão, asas de um pássaro grande e o rosto de uma mulher. São criaturas mistificadas como traiçoeiras e impiedosas. Aqueles que não podem responder seu enigma, sofrem um destino bem típico dos contos e histórias mitológicas, sendo mortos e totalmente devorados por esses monstros vorazes. Diferente da esfinge grega, a egípcia é geralmente apresentada com um ser humano. Além disso, a esfinge egípcia era vista como benevolente, em contraste com sua versão malévola grega, sendo considerada como uma espécie de guardiã, muitas vezes representadas em enormes estátuas colocadas nas entradas dos templos.



Na arte decorativa europeia, a esfinge teve um grande ressurgimento durante o Renascimento. Mais tarde, as esfinges, que seguiam muito o conceito original egípcio, foram incorporadas em muitas outras culturas, embora muitas vezes interpretadas de forma bastante equivocada, devido a problemas nas traduções dos escritos originais, e da evolução do conceito em relação a outras tradições culturais. Geralmente, o papel das esfinges está associado a grandes estruturas arquitetônicas, como tumbas reais e templos religiosos. A esfinge mais antiga conhecida foi encontrada perto de Gobekli Tepe, em Nevali Cori, Turquia, datada de 9.500 a.C.

Geralmente, as esfinges seguem dois padrões principais, o egípcio e o grego:

Esfinge egípcia: a mitologia egípcia retrata a esfinge como uma criatura mística e ancestral, geralmente representada com um leão estendido, com uma cabeça humana, geralmente a cabeça de um faraó. Assim como as pirâmides, também simbolizavam uma demonstração extrema de poder, com associações solares sagradas. Eram consideradas guardiãs, representada nas formas com cabeça de pessoa ou falcão. A maior e mais famosa é a esfinge do planalto de Gizé, a Sesheps, na Marge oeste do Nilo, possuindo um pequeno templo entre suas patas. Acredita-se que essa esfinge carrega o rosto do faraó Djedefré, sendo datada de algum momento na quarta dinastia, um período que compreende entre 2723 a.C. a 2563 a.C.

Esfinge grega: a mitologia grega conta que uma esfinge guarda a entrada da cidade grega de Tebas, permitindo apenas a passagem de viajantes que consigam responder seu enigma. O quebra-cabeça exato perguntado pela esfinge não foi especificado por vários contadores de histórias, e não era padronizado como o dado abaixo até mais tarde na história grega. Conta-se que os deuses Hera e Ares enviaram a esfinge da Etiópia para Tebas, na Grécia, onde ela ficou responsável por questionar os viajantes com seu célebre enigma: “Que criatura anda com quatro pernas pela manhã, duas pernas à tarde e três pernas ao anoitecer”, e aqueles que eram incapazes de responder ao enigma, eram devorados pela criatura. Após ser derrotada em sua charada por Édipo, a esfinge, em seguida, atirou-se de um precipício e morreu. Aqui, Édipo pode ser visto como uma figura limiar, auxiliando na transição entre antigas práticas religiosas, representada pela morte da esfinge, e a ascensão dos novos deuses do Olimpo.

Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/Sphinx
http://antigoegito.org/?p=211