Por Felipe Araújo
Ocorrida entre os anos de 1983 e 2005, a Segunda Guerra Civil Sudanesa foi um embate que colocou frente à frente as regiões sul e norte do país. Esta guerra teve seu início com uma atitude do governo muçulmano da região norte, que tentava a imposição da Sharia, código de leis do islamismo, em toda a nação sudanesa. Isso gerou protestos da parte sul, em que a maior parte dos habitantes é animista ou cristã. De acordo com alguns historiadores, este conflito teve origem na Primeira Guerra Civil Sudanesa, que ocorreu entre os anos de 1955 e 1972 e, mesmo com seu término, não conseguiu cessar as tensões entre as duas parte do Sudão.
A Segunda Guerra Civil Sudanesa teve duração de mais de 20 anos e culminou em cerca de 2 milhões de mortes, além das doenças e escassez de alimentos trazidas pela guerra. Fora isso, gerou aproximadamente 4 milhões de refugiados. Esta guerra foi tão catastrófica que, se contados todos os números de mortes que causou, chega-se a um número que somente não supera a quantidade de baixas da Segunda Guerra Mundial.
Segundo informações de ONGs (2004), o SPLA/M (Exército Popular de Libertação do Sudão) incluiu cerca de 2.500 a cinco mil menores de idade em seu contingente. Porém, em sua defesa, a organização armada afirma que desde 2001 já devolveu mais de 16.000 crianças para o lar. Entretanto, algumas agências internacionais afirmam que muitas destas crianças voltaram a praticar atividades com o grupo de guerrilha.
No dia nove de janeiro do ano de 2005, a Segunda Guerra Civil Sudanesa foi encerrada quando foi assinado o Tratado de Naivasha, que teve os vistos do vice-presidente sudanês, Ali Osman Taha e de John Garang, chefe do Exército Popular de Libertação do Sudão (SPLA/M). Com a assinatura do documento nasceu o Sudão do Sul, que é uma região autônoma.
Para entender melhor a Segunda Guerra Civil Sudanesa, é necessário voltar ao primeiro conflito, que ocorreu de 1955 a 1972, também entre as partes sul e norte do país. No caso, a região do sul tinha o objetivo de se tornar uma área autônoma. Durante estes dezessete anos de conflito ocorreram mortes de meio milhão de pessoas. Assim como a segunda, a Primeira Guerra Civil Sudanesa foi tão extensa que acabou sendo dividida em três períodos: guerra de guerrilhas, Anyanya e Movimento para a Libertação do Sudão do Sul. O final do conflito ocorreu no ano de 1972, quando foi assinado o tratado Adis Abeba. Porém, esse acordo foi um fracasso e deu origem à Segunda Guerra Civil.
Fontes:
http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/historia/horror-sudao-433918.shtmlhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_guerra_civil_sudanesa