25.1.11

CIA – A INTELIGÊNCIA DOS EUA

Quem dá as cartas no EUA: o Presidente da República ou a CIA?
Não se espantem com esta indagação! Uma companhia de inteligência como esta, a CIA, pode tornar-se tão poderosa que por dentro do Estado pode se constituir num Estado Paralelo, conspirando por fora – em outros países – e tramando por dentro do seu próprio país a serviço de forças e interesses inconfessáveis.
Para conhecermos um pouco – superficialmente – dessa organização espiã e também criminosa, publicamos a matéria abaixo que teve como fonte a “Revista Aventuras na História”, e disponibilizamos ao leitor/ra, o link de acesso à página original com o artigo completo.
Boa leitura!
cia
O surgimento da CIA: Nas garras da águia

Criada no início da Guerra Fria, a CIA se especializou em sabotar e derrubar governos. Conheça sete casos em que a agência mudou os rumos da história – nem sempre do jeito que ela tinha planejado
por Tiago Cordeiro
Quando a Segunda Guerra acabou, em 1945, os americanos tinham mostrado ao mundo o alcance de seu poderio militar, selando o destino da Alemanha nazista na Europa e tirando o Japão de combate no Pacífico. Por trás desse sucesso, entretanto, se escondia uma perigosa fraqueza. Enquanto os soldados dos Estados Unidos haviam vencido no campo de batalha, os espiões americanos tinham colecionado fracassos, mostrando-se muito inferiores aos agentes britânicos, russos e alemães. Para um país que pretendia conter a crescente influência da União Soviética, era preciso investir num recurso decisivo: informação.
Foi pensando nisso que o presidente americano Harry Truman criou a Agência Central de Inteligência, a CIA (sigla para Central Intelligence Agency), em 1947. Tudo o que ele queria era saber o que acontecia nos países do bloco socialista. A missão incluía, é claro, infiltrar agentes na União Soviética. Mas os diretores da agência logo perceberam que isso era quase impossível – há alguns anos, Richard Helms, diretor da CIA entre 1966 e 1973, chegou a declarar que, naquela época, colocar e manter um espião em Moscou era tão difícil quanto mandar um homem para Marte.
Incapaz de vigiar de perto os rivais da Guerra Fria, os diretores da CIA ampliaram o ramo de atuação da agência. Em vez de se concentrar apenas em investigações, ela passou a intervir diretamente na política de diversos países, sempre procurando destruir qualquer possibilidade de aproximação com Moscou. A primeira intervenção bem-sucedida foi o financiamento do partido Democrata Cristão nas eleições italianas de 1948, para bloquear a ascensão da esquerda na Itália. Em pouco tempo, a CIA estaria apoiando grupos rebeldes e desestabilizando governos por todos os cantos do mundo.
“A agência deveria ser a cura para uma fraqueza crônica: a capacidade de guardar segredo e usar disfarces nunca foi nosso forte”, afirma o jornalista americano Tim Weiner em Legacy of Ashes (“Legado de cinzas”, inédito no Brasil), livro que conta a trajetória da CIA lançado recentemente nos Estados Unidos. “Quando a compreensão falhou, os presidentes do país ordenaram que a CIA mudasse o curso da história à força, por meio de operações clandestinas.” E assim foi. A seguir, você vai conhecer melhor sete momentos em que a agência foi capaz de mudar o mundo. E perceber que as mudanças nem sempre aconteceram do jeito que o governo americano desejava.
A arte de criar inimigos
O alvo da primeira intervenção militar da CIA foi o primeiro-ministro do Irã, Mohammed Mossadegh. Depois de assumir o poder, em 1951, ele propôs a nacionalização das companhias petrolíferas. A proposta irritou profundamente os ocidentais que lucravam com o petróleo iraniano. Nos Estados Unidos, Dwight Eisenhower assumiu a presidência em 1953 e encomendou à CIA a Operação Ajax, cujo objetivo era a deposição de Mossadegh. A ação ficou a cargo de Kim Roosevelt, chefe da divisão da agência no Oriente Médio e neto do ex-presidente Franklin Roosevelt. Com 1 milhão de dólares, ele iniciou uma campanha contra o premiê.
Contratadas pelos americanos, multidões de pessoas, em especial jovens religiosos, foram às ruas pedir a queda de Mossadegh – a agência fornecia a elas dinheiro e infra-estrutura (como carros e escritórios). Ao mesmo tempo, outros grupos, compostos por pessoas humildes, foram contratados pela CIA para fazer manifestações que vinculassem a imagem do premiê a Moscou – com palavras de ordem como “Eu amo Mossadegh e o comunismo”. A um preço de 150 mil dólares, os jornais passaram a criticar o primeiro-ministro. O problema é que o líder dos golpistas, o general Fazlollah Zahedi, não reuniu o apoio necessário.
No dia do golpe, 7 de julho, tudo saiu errado: os dissidentes foram presos e Mossadegh se manteve no poder. Mas Kim Roosevelt não desistiu. Em 19 de agosto, ele e um grupo de religiosos, liderados pelos aiatolás Ahmed Kashani e Ruhollah Khomeini, levaram centenas de pessoas armadas às ruas. O ataque à guarda de Mossadegh custou 200 vidas. Dessa vez o premiê não resistiu. Em seu lugar, assumiu Zahedi. “Gerações de iranianos cresceram sabendo que o governo americano tinha interferido em sua soberania. No médio prazo, essa ação foi péssima para a imagem dos Estados Unidos no Oriente Médio”, afirma Tim Weiner em seu livro.
O golpe mais duro contra os americanos veio em 1979. Foi quando o aiatolá Khomeini liderou a revolução que transformou o Irã em uma república islâmica. No mesmo ano, Khomeini deteve 52 americanos na embaixada dos Estados Unidos em Teerã. Eles só foram libertados após 444 dias – durante os quais a CIA participou de diversas ações de resgate malsucedidas. Meio século após a intervenção planejada pela agência, o Irã é uma enorme pedra no sapato da política externa americana.

Fonte:http://maniadehistoria.wordpress.com/2009/04/