De acordo com um relatório divulgado em Washington, em 22 de fevereiro de 1998, pelo Arquivo Nacional de Segurança dos EUA, a operação militar havia começado a ser planejada pela Agência Central de Inteligência (CIA) em agosto de 1959, por ordem do presidente Dwight Eisenhower. A idéia inicial era preparar exilados cubanos para se infiltrarem em Cuba e organizarem uma dissidência anticastrista. Para tanto, a CIA lançou, em março de 1960, seu Programa de Ação Encoberta Contra o Regime de Castro, com um orçamento previsto de 4,4 milhões de dólares. O documento de 150 páginas – escrito em fins de 1960 pelo almirante Lyman Kirkpatrick – revela que, em setembro de 1960, passou a dominar a idéia de um ataque armado. A CIA estava convencida de que poderia derrubar Fidel Castro, da mesma forma como havia deposto o governo reformista de Jacobo Arbenz, na Guatemala, em 1954. A agência de espionagem garantia que o povo cubano, farto de entrar em filas, esperava um sinal de rebelião. O objetivo estratégico dos EUA, no entanto, era conter um alastramento do comunismo na América Latina. Rebelião interna simulada Para executar a invasão, exilados cubanos e herdeiros das empresas norte-americanas nacionalizadas pelo governo de Fidel Castro, formaram o Exército Cubano de Libertação, com armamentos norte-americanos e bases de treinamento no Panamá e na Guatemala. Para simular uma rebelião interna do exército cubano, os aviões dos EUA envolvidos na invasão foram camuflados com a estrela da força aérea de Cuba. Atrás da chuva de panfletos e dos bombardeios, cerca de 1400 homens invadiram os pântanos da Praia Girón, conhecida como Baía dos Porcos, no dia 17 de abril de 1961. Três dias depois, eles estavam derrotados. Segundo o governo cubano, 176 pessoas morreram nos combates, mais de 300 ficaram feridas e 50 incapacitadas para toda a vida. Má execução do plano leva a fracasso Em 1998, o governo norte-americano admitiu que a operação Baía dos Porcos estava condenada ao fracasso desde o começo. A tentativa de derrubar Fidel Castro teria sido "ridícula, trágica ou ambas as coisas". A principal causa do fracasso teria sido sua má execução e não o fato de o presidente John Kennedy não ter autorizado o apoio da Força Aérea dos EUA aos invasores, como afirmaram durante anos os exilados cubanos e os adversários políticos de Kennedy. A invasão da Baía dos Porcos foi apenas uma das muitas tentativas norte-americanas de derrubar Fidel Castro. No último dia 11 de abril, o jornal Gramma Internacional – ligado ao governo cubano – informou que 294 navios de pesca, 78 aviões, 135 escolas, 63 sedes diplomáticas ou consulares de Cuba foram alvo de ações de sabotagem e terrorismo financiadas pelos Estados Unidos, nos últimos 40 anos. O governo e oito organizações sociais cubanas pediram uma indenização de 121 bilhões de dólares aos EUA por danos econômicos causados ao país durante este período. (gh) Fonte:DW- WORLD.DE Disponível em:http://www.dw-world.de/dw/article/0,,800189,00.html