25.3.09

Fim da União Soviética

URSS
Separador

União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
(1917 - 1991)



O curto período de existência da União Soviética marcou profundamente a história da Era Contemporânea. Desde a vitória dos bolchevistas que lideraram a Revolução Comunista de 1917, os temores históricos do ocidente, contra o império russo, se revestiram de coloração ideológica. Enquanto o regime capitalista passava por uma turbulência estrutural durante a primeira metade do século, a União Soviética saltou do período feudal que subsistia até o século XIX, para a situação de superpotência econômica e tecnológica. O esforço desenvolvimentista soviético não poupou, entretanto, sacrifícios na sua execução e defesa das ameaças externas. Durante aSegunda Guerra Mundial, os russos sustentaram a maior carga ofensiva desferida pelos nazistas. De 1941 a 1944, cerca de 7,5 milhões de soldados foram perdidos pelo Exército Vermelho, em batalhas como as de Leningrado e Stalingrado. Com o desembarque dos aliados na Normandia, os soviéticos puderam partir da defesa ao ataque, sendo os primeiros a chegarem em Berlim, em maio de 1945. Desde então os planos de reconstrução do estado soviético fecharam ainda mais o país ao comércio internacional. Tal isolamento e a Guerra Fria com os EUA, aos poucos foram minando o esforço implementado, prejudicado internamente também, pelo regime de terror imposto por Ossip Stalin (1879-1953), pela corrupção burocrática e o advento do câmbio negro e da máfia russa. A abertura política e econômica (glasnost), implantada por Mikhail Gorbatchov (1931), entre 1985 e 1991, surgiram quando as instituições soviéticas já estavam todas corrompidas, tarde demais. Em dezembro de 1991, a União Soviética desmanchou–se, devido a uma série de manifestações nacionalistas em suas diversas repúblicas, das quais algumas voltaram a reunir–se em torno da Comunidade de Estados Independentes (CEI), mas agora sob moldes liberais e não mais socialistas.


Yeltsin e Gorbatchev conduziram o processo de abertura política e econômica da União Soviética.


A queda do governo de Stálin trouxe à tona uma série de transformações que abriu portas para o fim da centralização política promovida pelo stalinismo. No governo de Nikita Kruchev, várias das práticas corruptas e criminosas do regime stalinista foram denunciadas. Depois de seu governo, Leonid Brjnev firmou-se frente a URSS de 1964 a 1982. Depois desse período, Andropov e Constantin Tchernenko assumiram o governo russo.

Nesse período, os problemas gerados pela burocratização do governo soviético foram piorando a situação social, política e econômica do país. O fechamento do país para as nações não-socialistas forçou a União Soviética a sofrer um processo de atraso econômico que deixou a indústria soviética em situação de atraso. Além disso, os gastos gerados pela corrida armamentista da Guerra Fria impediam que a União Soviética fosse capaz de fazer frente às potências capitalistas.

A população que tinha acesso ao ensino superior acabou percebendo que o projeto socialista começava a ruir. As promessas de prosperidade e igualdade, propagandeadas pelos veículos de comunicação estatais, fazia contraste com os privilégios a uma classe que vivia à custa da riqueza controlada pelo governo. Esse grupo privilegiado, chamado de nomenklatura, defendia a manutenção do sistema unipartidário e a centralização dos poderes políticos.

No ano de 1985, o estadista Mikhail Gorbatchev assumiu o controle do Partido Comunista Soviético com idéias inovadoras. Entre suas maiores metas governamentais, Gorbatchev empreendeu duas medidas: a perestroika ( reestruturação) e a glasnost (transparência). A primeira visava modernizar a economia russa com a adoção de medidas que diminuía a participação do Estado na economia. A glasnost tinha como
objetivo abrandar o poder de intromissão do governo nas questões civis.

Em esfera internacional, a União Soviética buscou dar sinais para o fim da Guerra Fria. As tropas russas que ocupavam o Afeganistão se retiraram do país e novos acordos econômicos foram firmados junto aos Estados Unidos. Logo em seguida, as autoridades soviéticas pediram auxílio para que outras nações capitalistas fornecessem apoio financeiro para que a nação soviética superasse suas dificuldades internas.

A ação renovadora de Mikhail Gorbatchev criou uma cisão política no interior da União Soviética. Alas ligadas à burocracia estatal e militar faziam forte oposição à abertura política e econômica do Estado soviético. Em contrapartida, um grupo de liberais liderados por Boris Ieltsin defendia o aprofundamento das mudanças com a
promoção da economia de mercado e a privatização do setor industrial russo. Em agosto de 1991, um grupo de militares tentou dar um golpe político sitiando com tanques a cidade de Moscou.

O insucesso do golpe militar abriu portas para que os liberais tomassem o poder. No dia 29 de agosto de 1991, o Partido Comunista Soviético foi colocado na ilegalidade. Temendo maiores agitações políticas na Rússia, as nações que compunham a União Soviética começaram a exigir a autonomia política de seus territórios. Letônia, Estônia e Lituânia foram os primeiros países a declararem sua independência. No final daquele mesmo ano, a União Soviética somente contava com a integração do Cazaquistão e do Turcomenistão.

No ano de 1992, o governo foi passado para as mãos de Boris Ieltsin. Mesmo implementando diversas medidas modernizantes, o governo Ieltsin foi marcado por crises inflacionárias que colocavam o futuro da Rússia em questão. No ano de 1998, a crise econômica russa atingiu patamares alarmantes. Sem condições de governar o governo, doente e sofrendo com o alcoolismo, Boris Ieltsin reiniciou ao governo. Somente a partir de 1999, com a valorização do petróleo no governo de Vladimir Putin, a Rússia deu sinais de recuperação.


Fonte:Brasil Escola


Disponível em:http://www.brasilescola.com/historiag/urss.htm