Uma multidão entusiasmada saiu às ruas de Lisboa onde reinava um clima de festa popular, com gritos de viva a liberdade, muita música e alegria, em comemoração ao golpe militar que pôs fim a 48 anos de ditadura salazarista. O povo confraternizava-se com os soldados e enfeitava os canos dos fuzis com cravos vermelhos. Por causa desse gesto, a rebelião ficou conhecida como a Revolução dos Cravos.
O general Antonio Spíndola, líder do Movimento das Forças Armadas (MFA), e presidente da Junta de Salvação Nacional, que assumiu o poder depois de derrubar o primeiro-ministro Marcelo Caetano, anunciou a eleição de uma Assembléia Constituinte pelo voto direto. Os presos políticos foram libertados e a temida polícia política, a Pide foi dissolvida, assim como a Legião Portuguesa e o Partido Salazarista.
A revolta foi uma resposta de oficiais de patente média das Forças Armadas, principalmente capitães, contrários à permanência das tropas nas colônias portuguesas – Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, e Timor Leste, onde eram travavas guerras de independência. O movimento militar contra o regime intensificou-se no fim de 1973 e início de 1974, em um momento em que o governo enfrentava uma decadência econômica fruto dos enormes gastos com as guerras coloniais, além de greves, e protestos de todos os setores da sociedade.
A senha para o início da Revolução dos Cravos, foi dada aos 20 minutos do dia 25 de abril, quando a Rádio Renascença, de Portugal, tocou a música Grândola, Vila Morena, de Zeca Afonso, que fora proibida pela censura. Os militares tomaram as ruas e 12 horas depois o primeiro-ministro Marcelo Caetano renunciou.
A missão de reconstruir Portugal
A Junta de Salvação Nacional iniciou, o que eles chamaram de reconstrução do país, implementando uma política de estatização de indústrias e bancos, seguida pela reforma agrária. O Partido Socialista de Mário Soares venceu as eleições para a Assembléia Constituinte. Em novembro do mesmo ano, o fracasso de uma tentativa de golpe de oficiais de extrema esquerda pôs fim ao período revolucionário. Em 1976 o general António Ramalho Eanes, comandante das forças que esmagaram a rebelião de esquerda, foi eleito presidente da República. Os socialistas conquistaram 35% dos votos.
Fonte: JBlog
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