María Eva Duarte de Perón, a primeira-dama argentina, faleceu aos 33 anos, em razão de um câncer uterino. Milhares de argentinos choraram a sua perda, num velório que durou cerca 14 dias. Para a população pobre do país, grande parte composta de migrantes de origem rural conhecidos como descamisados, a morte de Evita, era conhecida, representou muito mais do que a perda de uma personalidade política ― foi a despedida de uma “ mãe”, considerada por muitos uma verdadeira santa.
Filha da relação extraconjugal do estancieiro Juan Duarte com a costureira Juana Ibarguren, Evita nasceu em 1919, em uma zona rural da Argentina. Em sua infância humilde, sonhava em ser uma atriz famosa quando crescesse, desejo alimentado por sua paixão por filmes e sua admiração pela atriz norte-americana Norma Shearer. Em 1935 se muda para Buenos Aires, onde pretendia seguir a vida artística. Em 1944, após uma série de papéis pequenos e participações em radionovelas, Evita conhece o homem que mudaria sua vida: Juan Domingo Perón, até então vice-presidente da Argentina e ministro do Trabalho e da Guerra. Menos de dois anos depois os dois se casam.
Elegante e carismática, Evita foi a respondável por atrair o apoio das camadas mais desfavorecidas da Argentina para a cadidatura de seu marido à presidência da república. Esse auxílio foi extremamente importante para a eleição de Juan Perón para o cargo, em 1946. Já como primeira-dama, foi bastante engajada politcamente e ativa no desenvolvimento de projetos sociais: trabalhou pelo direito do voto feminino no país e fundou a Fundação Eva Perón, responsável pela construção de hospitals, escolas e asilos. Suas maiores preocupações sempre foram as mulheres e as camadas mais pobres da população, seus descamisados.
Evita descansa
Após sua morte, o corpo de Evita foi embalsamado e exposto à visitação pública até o golpe de estado que derrubou Perón do poder, em 1955. Seu cadáver foi então roubado por inimigos políticos e enterrado em Milão, Itália. Ocultado durante 16 anos, o corpo foi descoberto, exumado e entregue a Juan Perón, então vivendo na Espanha. Em 1974, após a reeleição e a morte de Perón na Argentina, Isabelita Perón, sua vice-presidente e segunda esposa, expõe novamente o corpo da mãe dos descamisados e a enterra no mausoléu da família Duarte, no cemitério de Recoleta, em Buenos Aires. Lá, Evita permanece até hoje, onde é visitada por argentinos que tiveram na sua pessoa a mais amada figura política da Argentina.
28.7.09
A Argentina chora a perda de Eva Perón
Fonte: JBLOG