A lendária Guerra de Tróia contou com diversos personagens envolvidos em uma grande trama
Uma guerra sem armas, mortos e testemunhas. Seria difícil imaginar um grande conflito militar que não deixasse nenhuma marca, a não ser, o heróico relato de seus acontecimentos. Entretanto, um dos mais comentados acontecimentos militares da Antigüidade ainda ocupa a curiosidade de muitos que, afinal, não conseguem responder uma mesma pergunta: A Guerra de Tróia aconteceu ou foi apenas um mito criado em meio às geniosas civilizações gregas? Na “Ilíada” de Homero, principal obra literária onde a guerra é descrita, temos uma explicação onde o conflito teria sido fruto de uma intriga entre os deuses. Eris, a deusa da Discórdia, teria começado todo ao problema pelo fato de não ter recebido convite para o casamento entre Peleus e Tethis. Sentindo-se rejeitada, Eris chegou de surpresa à festa de casamento e ofereceu uma valiosa maçã de ouro à divindade que demonstrasse ter o maior senso de justiça. Prontamente, as deusas Atena, Hera e Afrodite aceitaram o desafio oferecido pela provocadora Eris. Para que a disputa fosse conduzida por um juiz, Zeus determinou que o príncipe troiano Paris decidisse qual das divindades mereceria o prêmio. A partir disso, cada uma das deusas tentou comprar o julgamento de Paris com uma diferente propina. A deusa Hera prometeu ao humano poder infinito, e Atena ofereceu saúde e longevidade. No entanto, o troiano cedeu à proposta de Afrodite que lhe concederia o amor da mais bela mulher do mundo. Depois de cumprir sua parte no acordo com Afrodite, Paris se dirigiu para a cidade de Esparta para raptar a rainha Helena, considerada a mais bela mulher de todo o mundo. Mesmo sofrendo a censura dos profetas gêmeos Heleno e Cassandra, o monarca troiano continuou obcecado pela idéia de possuir a esposa do poderoso rei Menelau. Sem saber das intenções de Paris, o monarca espartano recebeu o estrangeiro de acordo com as exigências de sua distinta posição política. Durante o tempo em que esteve em Esparta, o rei Menelau foi obrigado a partir em viagem para seguir um funeral. Atento à ausência do rei, Paris aproveitou daquele exato momento para raptar a bela Helena, saquear a cidade de Esparta e, rapidamente, voltar à sua terra natal. Enquanto Paris organizava os preparativos para sua festa de casamento, o enraivecido rei Menelau reuniu uma poderosa tropa que deveria revidar a ousadia do monarca troiano. Para conseguir um exército determinado em tirar Helena da cidade de Tróia, Menelau convocou todos os destemidos homens que um dia quiseram casar-se com Helena. Alguns dos chamados para a guerra temiam participar do confronto, pois, segundo uma antiga lenda, todo aquele que invadisse Tróia ficaria preso na cidade por mais de vinte anos. Entre os temerosos estava Ulisses, que inicialmente fingiu estar louco para não compor os exércitos que partiriam do porto de Áulis. Depois de formadas as forças que partiriam contra a cidade de Tróia, os guerreiros espartanos ainda não possuíam força suficiente para vencer a batalha. Com isso, Ulisses – que decidiu compor o exército ao ver seu filho partindo para a guerra – resolveu convocar o poderoso Aquiles para que desse maior poder aos espartanos. Depois disso, Agamenon, um dos mais importantes guerreiros gregos e irmão de Menelau, teve sua determinação provada pela deusa Ártemis. Para que os navios gregos pudessem chegar ao seu destino traçado, a divindade grega exigiu que Agamenon sacrificasse a vida de sua filha Ifigênia. Depois de resolvida essa contenda com a deusa, as forças gregas partiram com força máxima contra as forças troianas. Com as primeiras conquistas gregas, a vitória esteve ameaçada pelo desentendimento entre Aquiles e Agamenon durante a partilha dos espólios de guerra. Aquiles abandonou a guerra e, com isso, Tróia passou a vencer. Somente com o retorno de Aquiles ao conflito, foi possível que os gregos tivessem melhores condições para vencer os confrontos. Entretanto, a resistência das tropas de Tróia transformou essa luta em um conflito bastante delicado que perdurou durante vários e vários anos. Um dos triunfos da população troiana era contar com uma intransponível muralha que protegia toda a cidade. Com isso, o grego Odisseu notou que a astúcia poderia superar a opulento bloqueio troiano. Depois de um tempo, Odisseu ordenou a construção de um grande cavalo de madeira oco, capaz de abrigar o maior número de pessoas possível. Depois que a estranha engenhoca foi montada pelos gregos, Odisseu ordenou que todas as forças marítimas gregas fossem dispensadas do campo de batalha. Enquanto isso, os melhores guerreiros foram recrutados para ocuparem toda a parte interna do cavalo de madeira. Notando o recuo militar grego, os troianos logo pensaram ter vencido a guerra. A população de Tróia teve completa certeza de sua vitória quando avistaram aquele enorme cavalo de madeira deixado nas portas da cidade. A construção foi vista como um sinal dos deuses, um presente que indicaria a derrocada dos gregos. Eufóricos com o acontecido, decidiram preparar uma grande festividade que comemoraria o seu importante triunfo. Ao longo da noite, a população de Tróia se entregou ao riso e à bebida até se encontrarem completamente exaustos. Nesse momento, Símon – o único grego deixado de fora da engenhoca de Odisseu – teve a importante tarefa de libertar os guerreiros escondidos no interior do Cavalo de Tróia. Dispersos, bêbados, sonolentos e exaustos, os troianos não tiveram condições de deter a fúria dos destemidos guerreiros gregos. Menelau recuperou a sua esposa e, finalmente, impôs uma revanche contra os seus traidores.
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