Antonie Henri Becquerel herdou da família o interesse pela Física. O avô realizara trabalhos na área da eletroquímica e o pai pesquisara os fenômenos da fluorescência e da fosforescência. Aos 40 anos, Becquerel também viria a ocupar, no Museu de História Natural de Paris, um posto que fora do pai e do avô.
As pesquisas por ele realizadas transformariam a concepção que se tinha sobre a estrutura da matéria.
Em 1895, Roentgen descobriu que os raios X podiam provocar fluorescência em certos materiais. Becquerel ficou, então curioso para saber se o contrário também era possível: se uma substância fluorescente emitiria raios X. Para verificar essa possibilidade, envolveu uma chapa fotográfica com papel preto, colocou sobre ele cristais de um material fluorescente (um composto de urânio) e expôs o conjunto à luz solar. Caso a luz provocasse fluorescência nos cristais e eles passassem a emitir raios X, a chapa seria impressionada.
Isso de fato ocorreu. Procurou então repetir a experiência nos dias seguintes, mas eles foram todos nublados. Na última tentativa, desmontou o conjunto e resolveu revelar a chapa assim mesmo. Surpreso, verificou que ela fora intensamente impressionada. A radiação que atingira não dependera, então, da incidência de luz solar nos cristais. Eles emitiam radiações por si mesmos!
Isso ocorreu em 1896. Dois anos depois,Marie Curie daria a essa nova forma de radiação o nome de raios de Becquerel e, depois, de radioatividade.
Em 1899, Becquerel descobriu que a trajetória dessa radiação podia ser alterada por campos magnéticos fortes, o que indicava ser ela constituída por partículas com carga elétrica. No ano seguinte, concluía que essas partículas tinham carga negativa, e eram elétrons acelerados. Em mais um ano, identificou a fonte desses elétrons: eles provinham dos átomos de urânio.
Em 1903, Becquerel e o casal (Pierre e Marie) Curie dividiram o PrêmioNobel da Física.
Fonte:
http://mesonpi.cat.cbpf.br/verao98/marisa/BECQUEREL.HTML