Antes de formar a Frente Ampla, Carlos Lacerda foi um dos principais aliados para a deposição do governo João Goulart, resultando no Golpe Militar de 1964. Como governador da Guanabara, viu sua liderança política se esvaecer com a derrota de seu candidato, Carlos Flexa Ribeiro, para substituí-lo como governador. Com a promulgação do Ato Institucional nº 2, as eleições tornavam-se indiretas, fazendo com que sua influência fosse ofuscada pelo poderio militar. Seu partido, UDN (União Democrática Nacional), estava se desestruturando e a maioria de seus membros migrou para o partido governista ARENA (Aliança Renovadora Nacional). Na imprensa, surgiram os primeiros rumores de que Lacerda estava articulando um movimento de resistência em conjunto com Juscelino e Jango. Os militares ameaçaram retirar o apoio à Lacerda caso ele continuasse dialogando com os exilados. Em 28 de outubro de 1966, o jornal carioca Tribuna da Imprensa, de Carlos Lacerda, publicou o manifesto que defendia o retorno às eleições livres e diretas, a reforma partidária e uma política externa soberana. Apesar de não conter a assinatura dos ex-presidentes, mais tarde eles confirmariam o apoio ao manifesto. Em 19 de novembro do mesmo ano, Lacerda e Kubitschek emitem a Declaração de Lisboa, onde reiteram a necessidade de se formar uma frente popular em oposição ao Regime Militar. Lacerda buscou o apoio da ‘corrente ideológica’ do partido oposicionista MDB e do Partido Comunista Brasileiro (PCB), que estava na ilegalidade. No ano seguinte, os ministros Magalhães Pinto e Hélio Beltrão tentaram dissuadir Lacerda a continuar com a Frente Ampla e as críticas públicas ao governo, mas ele havia se recusado. Sendo assim, Luís Antônio da Gama e Silva, ministro da Justiça, decide proibir a aparição de Carlos Lacerda na televisão. Apesar de já estar bem avançada, a Frente Ampla só firmaria apoio com João Goulart, exilado em Montevidéu, após diálogos mantidos pelo deputado Oswaldo Lima Filho e José Gomes Talarico. Com a adesão de Goulart, os demais parlamentares do MDB também se uniram à frente. Neste momento, tem início o apoio de organizações sociais na região do ABC paulista (Santo André, São Bernardo e São Caetano) e nas cidades paranaenses de Londrina e Maringá. Em abril de 1968, cerca de 15.000 civis (a maioria estudantes) de Londrina e Maringá saíam às ruas para manifestar oposição ao regime. Somava-se a esse contexto a morte do estudante Edson Luís de Lima Souto pelos militares, no Rio de Janeiro. Porém, no dia 5 de abril, com o general Artur Costa e Silva na presidência, a portaria nº 117 do Ministério da Justiça proibiu de vez as atividades da Frente Ampla. Fontes:
http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/artigos/Exilio/Articulacao_da_oposicao
http://pt.wikipedia.org/wiki/Frente_Ampla
2.3.10
Frente Ampla
A Frente Ampla foi um dos principais movimentos de oposição à Ditadura Militar. Liderada por Carlos Lacerda, foi criada em 1966 com o apoio dos ex-presidentes exilados Juscelino Kubitschek e João Goulart, com o objetivo de restaurar a democracia no país.