INTRODUÇÃO Ao dizer que o indivíduo real, é portador de suas próprias determinações e que é capaz de proporem objetivos e praticar ações nas relações sociais. Vygotsky mostra caminho para superação da dicotomia social/individual. A procedência consciente da idéia abstrata deve ser buscada na ação recíproca do organismo com as circunstâncias da vida social, e nas maneiras históricos-social da designação humana. Deste modo, buscou examinar com minúcia aquilo que manifesta um sentimento do mundo exterior no mundo exterior dos sujeitos. As compreensões de Vygotsky sobre o processo de formação de conceitos remetem às relações entre pensamento e linguagem, à tese cultural no complexo de construção de significados pelos seres, ao processo de internalização e função da escola na transmissão de conhecimentos, que é de natureza divergente daqueles aprendidos na vida habitual. Propõe uma visão de formação das ações psíquicas superiores como internalizar medida pela transmissão de conhecimentos. O papel da escola na transmissão de conhecimento, segundo Vygotsky abrange um plano genético de desenvolvimento no mundo psíquico que não é inato, mas não é recebido pelas pessoas como um pacote pronto, o Vygotsky, como Piaget e Wallon, que leva em conta coisa que vem de dentro do sujeito e coisas que vem de fora, mas a postulação do Vygotsky ganha vida se observarmos os quatros planos genéticos que juntos caracteriza um funcionamento psicológico do ser humano, são eles: a filogênese, ontogênese, sociogênese e a micorgênese. Filogênese diz respeito à história da história animal, toda espécie tem sua história, e essa mostra limites e possibilidades fisiológica, por exemplo, o homem é bípede, tem visão, anda, mas não voa. Um aspecto em evidência do cérebro humano é a plasticidade do cérebro, ao nascer, o humano tem um cérebro menos pronto. A filogênese é ponteada pelo determinismo. Ontogênese é o desenvolvimento do ser, de uma determinada espécie, e em cada espécie tem caminho de desenvolvimento com aspectos culturais, mas existe reflexo d e determinismo. Sociogênese reflete as formas históricas que interferem no desenvolvimento sócio pedagógico, a significação pela cultura tem dois aspectos relevantes: primeiro, o homem anda, mas não voa, agora voa porque criou o avião, o outro aspecto como cultura organizada às várias culturas, por exemplo, a puberdade é um aspecto biológico, tem manifestações diferentes, aspectos culturais diferentes, pois ela é bem estendida. Microgênese tem seus aspectos bem definidos, por exemplo. Como a criança aprendeu amarrar o sapato é porta a aberta para o determinismo, a construção da singularidade de cada ser. Mediação simbólica A invenção e o uso dos signos como meios auxiliares, para solucionar um determinado problema psicológico, tais como lembrar, separar, relatar e escolher, é semelhante invenção e uso de instrumento, só que agora no aspecto psicológico. A noção e medida é a idéia de mediação, há um elo interposto, entre uma coisa e outra, e no caso do ser humano a idéia do Vygotsky a relação do homem com o mundo não é uma relação direta, mas uma relação mediada. O desenvolvimento cognitivo é fabricado pelo complexo de internalização da interação social com materiais fornecidos pela cultura, sendo que o processo se constrói, de fora para dentro. A atividade do sujeito refere-se ao domínio dos instrumentos de mediação inclusive sua transformação por uma atividade mental. A mediação pode ser feita através de instrumentos e signos. A mediação feita por instrumentos é fato de que o ser humano se relaciona com as coisas do mundo através de ferramentas intermediárias. Estes instrumentos da tecnologia fazem uma mediação entre a ação concreta sobre o mundo e o mundo. Os signos são formas posteriores de imediação, que fazem uma mediação de natureza semiótica. Tem uma de signos que ainda tem uma existência concreta, por exemplo, o banheiro masculino e o banheiro feminino, as por tas tem um chapéu para os meninos e um guarda-chuva para as meninas, isso é signo, pois representa a idéia de masculino e feminino. Todo mundo compartilha a idéia dessa representação. O sujeito não é apenas ativo, mas interativo, porque forma conhecimentos e se constitui a partir de relações intra e interpessoais. E na troca com sujeito e consigo próprio que se vão internalizando conhecimento, papéis e funções sociais, o que permite a formação de um conhecimento e da própria consciência. Trata-se de um processo que caminha do plano social (relações interpessoais), para o plano individual ( relações intrapessoais ). O aluno não é tão somente sujeito da aprendizagem, mas, aquele que aprende junto ao outro o que seu grupo social produz, tal como: linguagem, e o próprio conhecimento. A proposta inovadora no processo ensino aprendizagem deve ser um instrumento eficaz capaz de ampliar as possibilidades de conhecimento do aluno, à medida que considere necessária articulação dos conceitos espontâneos ( conhecimentos prévios ) com os conhecimentos que se deixa levar o aluno a construir ( conhecimentos científicos ), e que explore as possibilidades de interação intra e intergrupos visando a um trabalho didático capaz de privilegiar as ZPDSs dos alunos. Os níveis de desenvolvimento de cada ser são representados pelo real e pelo potencial. O real é adquirido ou formado determinando o que a criança já é capaz de fazer por si própria, revela a possibilidade de uma atuação independente do sujeito. O potencial relaciona-se a capacidade de aprender com outra pessoa A zona de desenvolvimento proximal refere-se, assim, ao caminho que o indivíduo vai percorrer para desenvolver funções que estão em processo de amadurecimento e que tornarão funções consolidadas no nível de desenvolvimento real. A zona de desenvolvimento proximal é, pois, um domínio psicológico em constante transformação; aquilo que uma criança é capaz de fazer com a ajuda de alguém hoje, ela conseguirá amanhã. É como se processo de desenvolvimento progredisse mais lentamente que o processo de aprendizado; o aprendizado desperta processo de desenvolvimento que, aos poucos, vão torna-se parte das funções psicológicas consolidadas do indivíduo. (OLIVEIRA, 1995, p. 60). Considerações finais A intersubjetividade está na gênese da atividade individual e participa da construção das formas de ação autônoma ou auto-regulação. Não se conhece uma construção individual cem a participação do outro e do meio social, o que torna imprescindível a relação intersubjetiva, pois é nesse espaço relacional que há a possibilidade do conhecimento. Dessa forma a escola é o lugar onde a intervenção pedagógica intencional desencadeia o processo ensino-aprendizagem. A escola tem a função de favorecer o desenvolvimento de certas capacidades, em lugar de limitar as possibilidades de aprendizagem real, como ainda acontece em nossas escolas. O professor tem o papel explícito de interferir no processo educacional. Portanto, é papel do docente provocar avanços nos alunos e isso torna possível com sua interferência na zona proximal. REFERÊNCIAS Piaget, J. Seis estudos de Psicologia, Rio de Janeiro: Forense, 1987.
Vygotsky, L.S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1987.
GÓES, Maria Cecília, A natureza social do desenvolvimento psicológico. In: Cadernos CEDES – Centro de Estudos Educação e Sociedade – Pensamento e Linguagem: estudos na perspectiva da psicologia soviética. 2ª ed., São Paulo: Papirus, 1991, p.17-24
OLIVEIRA, Marta Kohl de, Vygotsky. Aprendizado e desenvolvimento um processo sóocio-histórico. São Paulo: editora Scipione, 1995.
REGO, Teresa Cristina. Vygotsky. Uma perspectiva histórico-cultural da educação