Gengis Cã e a conquista da Europa A horda mongol
O que teria acontecido na historia européia e. por conseqüência, em todo o Ocidente, se aquele continente tivesse caído a partir do século XIII nas mãos dos conquistadores mongóis? O que se segue é um hipotético e imaginativo relato dos efeitos daquela conquista que não se realizou.
Quem os viu chegando às planícies magiares ficou impressionado, simplesmente aterrorizado. Desde os tempos de Átila, o huno, que assolara a Europa no século V, ninguém mais vira algo igual. Ágeis, montados no que pareciam ser pôneis, nuvens de cavaleiros mongóis, de espada e escudo, formavam-se no horizonte, cobrindo-o em toda a sua amplitude. Num repente, a formação compacta daquela tempestade humana, como se fosse uma nuvem assediada pelos ventos, se dissolvia pela planície, separando-se em cinco ou dez outras, galopando em qualquer direção.Gengis Cã e seus guerreiros
Disciplinados por Gengis Cã, o Conquistador do Universo, que os liderava, as tribos nômades dos planaltos da Sibéria, os keraitas, os naimanos, os merkitas, os oirates, os chamados mongóis azuis, mostraram uma eficácia espantosa quando, unidas pelo grande guerreiro desde 1206, começaram a assombrar o mundo com sua marcha triunfal. Nada os detinha.
Nem perdiam tempo em alimentar-se com carne cozida. Esmagavam carne crua num pote e a misturavam com pedaços de cebola, alho e sal, extraído do suor dos seus cavalos – inventaram o bife à tartar. Comiam-no a trote mesmo. Num nada as ger, as tendas mongóis, eram erguidas para que repousassem. Em seguida, de volta às selas, empreendiam a viagem sem fim a que estavam acostumados. Usavam lanças fáceis de serem manejadas e uma cortante espada curta que traziam à cinta, nada que os atrapalhasse na investida.
Se, por acaso, as cidades resolviam resistir-lhes, colocavam em trabalho de sapa os seus engenheiros chineses e árabes, peritos em sítio que eles traziam consigo de longe. Gente capaz de, com um par de minas bem colocadas e com o trabalho de milhares de pás e picaretas, fazer ruir qualquer muralha. Era a maior máquina militar que o mundo já vira. O sucesso deles devia-se a dois fatores: o destemor e o movimento contínuo.
No coração da Europa
Mongóis submetendo a tudo |
Por volta de 1240-45, a Europa quase que inteira estava ocupada pela gente de pequena estatura, olhos oblíquos e tez de amarelo-oliva. Em todos os lugares a paisagem logo denunciava a presença deles. As chomchong, as grandes tendas, dominavam o cenário. Batu Cã, antes de retirar-se para a margem do rio Volga na Rússia, em 1251, determinou que uma série de príncipes europeus, – nomeados por ele como Ejen, senhor - , comprometidos a pagar o tributo ao conquistador, poderiam agir em nome da Horda de Ouro, governando cada um deles um ulus, o feudo mongol.
As igrejas cristãs foram fechadas e o papado abolido. Batu estimulou que o xamanismo substituísse a liturgia convencional, enquanto ordenava a demolição dos mosteiros. No lugar deles determinou que fosse celebrado o obbo, um antigo ritual nômade que se fazia em frente a uma pilha de rochas ou pedras, enquanto os párocos e outros sacerdotes foram substituídos pelos böge, os xamãs.
Influências étnico-raciais