30.9.11

Sigmund Freud

Freud se embasou na mitologia grega para desenvolver parte dos princípios da psicanálise.

Considerado o criador da psicanálise, Sigismund Schlomo Freud nasceu na Morávia, em 8 de maio de 1856. Freud era filho de um pequeno comerciante judeu chamado Jacob Freud. Em seus primeiros anos de vida, o pequeno Freud teve de enfrentar a instabilidade de uma vida ameaçada pelas perseguições anti-semitas que tomavam conta da Europa naquele período. Aos três anos de idade, sua família finalmente se fixou no bairro judeu de Leopoldstadt, em Viena.

Aos oito anos de idade, um pequeno distúrbio doméstico serviu de referência para vários dos postulados que foram desenvolvidos pelo “pai da psicanálise”. Certo dia, o pequeno Freud urinou no quarto de seus pais, causando a ira de seu progenitor que ralhou com ele dizendo que não seria nada na vida. Depois disso, se tornou um aluno aplicado maravilhado pela cultura francesa. Quando jovem, os escritos de Goethe e as teorias de Charles Darwin o inspiraram a estudar medicina.

Durante seus estudos, teve interesse pela pesquisa nos campos da zoologia e da fisiologia. Tempos depois, buscando incrementar sua condição financeira, Sigmund Freud ingressou no Hospital Geral de Viena, aonde foi diplomado como neurologista. Depois disso, conseguiu uma bolsa de estudos para matricular-se no curso de madame Charcot, que lecionava no Hospital de La Salpêtière, em Paris. Segundo algumas de suas cartas, as idéias de sua nova mestra lhe causavam grande entusiasmo.

Concluindo esse primeiro ciclo de estudos, Freud retornou à Viena com o objetivo de mostrar à Sociedade de Medicina suas pesquisas sobre a histeria. Duramente criticado pelos seus colegas de profissão, o estudioso decidiu tomar novos rumos que pudessem ampliar suas perspectivas sobre o assunto. Entre 1892 e 1895, desenvolveu novos estudos com o apoio direto de Wilhelm Fliess e Josef Breuer. Nessa época, utilizou pela primeira vez a hipnose como meio de cura para um caso de uma paciente histérica.

O sucesso obtido no caso motivou Freud e Breuer a produzirem a obra “Estudos sobre a histeria”, que descrevia toda a experiência desenvolvida em torno desse caso. Paralelamente, Freud e Fliess trocaram uma longa série de correspondências onde discutiam sobre a bissexualidade, a etiologia sexual, as neuroses humanas e o complexo de Édipo. Durante longos quinze anos, os dois amigos trocaram correspondências onde discutiam temas afins.

Nos primeiros anos de século XX, Freud promovia diversas reuniões com jovens médicos interessados em descobrir os princípios da psicanálise. Nessa mesma época, foram publicadas importantes obras do pensamento freudiano como “Interpretação dos Sonhos” (1900), “Fragmento de análise de um caso de histeria” (1905), “Três ensaios sobre a teoria da sexualidade” e “O delírio dos sonhos”, estes dois últimos publicados em 1907.

Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, Freud sofreu com os distúrbios do conflito e a perda de sua filha Sophie. O sangrento combate e a tristeza pela morte de um ente querido serviram de pano de fundo para que ele escrevesse, em 1923, "O Ego e o Id", livro onde discorreu sobre as contradições que inserem os atos humanos entre a preservação da vida e a busca pela morte. Na mesma época, conheceu Marie Bonaparte, uma princesa grega que se tornou uma das maiores entusiastas das teorias freudianas.

Na década de 1930, a vida de Freud foi mais uma vez abalada com as abruptas transformações instituídas pela campanha anti-semita imposta pelo regime nazista. No ano de 1936, o governo de Hitler ordenou expressamente a queima das obras assinadas pelo médico judeu. Espirituoso, Freud comentou que o acontecimento o alegrava, pois o regime totalitário de Hitler dava um grande salto ao preferir queimar os livros aos seus autores.

Contudo, a radicalização do nazismo provocou um terrível incidente quando as tropas da SA invadiram e assaltaram a sua residência. Sem ter condições de comprar um visto que o deixasse escapar dos horrores da Alemanha nazista, Sigmund Freud contou com o auxílio financeiro e a intervenção política de Marie Bonaparte. Idoso e atacado por um terrível câncer no maxilar, Freud se refugiou em Londres, aonde faleceu em 23 de setembro de 1939.

Por Rainer Sousa

Fonte:

http://mundoeducacao.uol.com.br/psicologia/sigmund-freud.htm