Terror transmitido ao vivo: os ataques ao World Trade Center em 11 de setembro de 2001 Não há possibilidade de se fixar uma data para o surgimento na História das primeiras ações terroristas como hoje entendemos. O que se sabe é que o recurso ao emprego do terrorismo, no sentido de causar pavor e medo, tanto pode vir dos que se sentem oprimidos ou injustiçados como pode originar-se daqueles que estão por cima e que, com os aparelhos coercitivos do Estado, recorrem a ele como instrumento de intimidação. O aspecto mais negativo da ação terrorista, de um indivíduo ou do Estado, é o enorme número de vítimas civis que geralmente causam, atingindo indiscriminadamente homens, mulheres e crianças. Numa síntese histórica, podemos arrolar o seguinte sobre o uso do terror no mundo: Reino de Israel dominado pelos romanos (entre os séculos I a.C. e II) Oriente Médio: Palestina Síria e Egito (entre os séculos XI e XIII) Índia sob domínio do Império Britânico (entre 1763 e 1856) França durante a revolução de 1789 (particularmente entre 1793-1794) França durante o consulado de Bonaparte (1800) Na autocracia russa (a partir da década de 1860 até 1905) Nos sul dos EUA (pós-guerra da secessão, fundada em 1867 e reativada a partir de 1915) França, Itália, Espanha, Bósnia-Herzegovina por inspiração de Michael Bakunin (entre 1870- 1914) Na Rússia czarista (entre 1905-1914) Rússia Soviética (a partir de 1917, tanto o terror vermelho como o terror stalinista, ou o Grande Terror) Alemanha nazista (o Terror Pardo, entre 1933 e 1945) Irlanda, Irlanda do Norte e Espanha Argélia, durante o domínio do império francês Na África equatorial sob domínio do colonialismo europeu Nas zonas de ocupação durante o conflito Israel-Palestina Argentina, durante regime militar e período Isabel Perón (1966-1974 e 1974-1976) Em diversas partes do Oriente Médio, estendendo-se aos EUA e Europa Fonte:
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Resistência aos romanos pelos zelotes, que tentavam proteger a tradição judaica, e do seu setor mais radical, os sicários, que assassinavam tanto autoridades romanas como hebreus que colaboravam com a ocupação.
Ordem dos assassinos (de haxixe), liderada pelo Velho da Montanha, Hassan ibn Sabbah, um muçulmano ismaelita que ordenava assassinatos contra sunitas e cristãos.
Thugs, seita de ladrões e assassinos indianos que atacavam autoridades britânicas e viajantes indianos endinheirados.
O Reino do Terror imposto pelos jacobinos liderados por Robespierre e Saint Just para esmagar a contra-revolução (17 mil guilhotinados e 300 mil detidos ou aprisionados).
Chouans: facção monarquista que preparou um atentando contra Napoleão por meio da ¿máquina infernal¿, uma carroça programada para explodir quando a carruagem dele passasse em direção à Opera.
Narodniks, movimento populista que cometeu atentados e execuções visando a atingir as autoridades do Czarado, como o assassinato no czar Alexandre II, em 1881, com o objetivo de provocar uma revolução social.
Ku Klux Klan, seita racista de brancos sulistas, que aterrorizava os negros recém libertados (com queima de igrejas, proibição de votar, linchamentos públicos etc), impedindo-os de serem cidadãos de fato e de direito.
Série de atentados anarquistas: assassinato do rei Humberto, do presidente Carnot, do presidente McKinley, da imperatriz Elizabeth, a Sissi etc, visando à implantação da sociedade igualitária e sem Estado (anarquê). O de maior conseqüência foi o que vitimou o herdeiro do trono austríaco Francisco Ferdinando, cometido em junho de 1914, servindo como estopim para a Primeira Guerra Mundial.
A Centúria Negra (Tchernaia Sotnia), organização secreta da ultradireita que apoiava o czar, assassinava os revolucionários e intimidava a população judaica com pogroms.
O terror vermelho, determinado por Lenin, organizado pela Tcheka (policia secreta), foi lançado para combater a contra-revolução e outros partidos rivais dos bolcheviques. O Grande Terror (1936-1938) foi usado por Stalin para eliminar a oposição interna (tanto a feita pelo partido comunista como a dos militares). Estima-se em mais de 700 mil fuzilados.
O terror pardo (cor da camisa dos militantes da SA nazista) foi desencadeado contra comunistas, judeus, ciganos etc, como parte da política de exclusivismo genético e ideológico do Partido Nazista liderado pro Adolf Hitler. Foram mais de 6 milhões de mortos, a maioria em campo de extermínio ou por fuzilamento.
Na Irlanda, entre 1916 e 1920, celebrizou-se a organização Sin Fein-IRA que lutava contra a ocupação britânica de 600 anos. Na Irlanda do Norte, a partir da de 1960 foi a vez do IRA (Irish Republican Army) lutar contra os irlandeses protestantes apoiados pela GB. Na Espanha, alçou-se o grupo ETA (Pátria Basca e Liberdade), ainda no tempo da ditadura de Franco, com objetivo de atingir a independência dos países bascos espanhóis.
A FLNA (Frente de Libertação Nacional da Argélia) tanto enfrentava as tropas colônias francesas com guerrilha como organizava atentados a bomba em Paris, tentando atingir a independência nacional perdida em 1831. Cessou com a independência, em 1962.
Movimento Mau-Mau no Quênia luta contra os britânicos, enquanto a Frente de Libertação de Angola e de Moçambique lutam contra as tropas coloniais portuguesas. Cessaram os atentados e ataques com a obtenção da independência, em 1975.
OLP (Organização pela Libertação da Palestina), chefiada desde 1966 por Yasser Arafat e, depois, pelo grupo fundamentalista Hamas, que não reconhece os direitos de Israel sobre a região. Atacam por meio dos homens-bomba.
ERP e Montoneros atacam oficiais das forças armadas. Os peronistas de Lopez Rega, por sua vez, organizam a Triple A (Aliança Argentina Anticomunista) para eliminar a oposição esquerdista. O clímax foi o Terror de Estado imposto pelo general Videla, a partir de 1976.
Al-Qaeda (a base), organizada por Osama bin Laden em 1979 para lutar contra os soviéticos no Afeganistão e, depois, contra os norte-americanos. Foram os responsáveis pelo atentado de 11 de Setembro de 2001 nos EUA. Agem por meio dos homens-bomba em ataques suicidas.