IDADE DO COBRE - 8000 A.C. 8000 a.C.
O início da história da metalurgia
A jornada da metalurgia começou com a descoberta do cobre na Anatólia (atual Turquia). Mas nos primórdios o processo de fundição ainda não existia. Os objetos eram moldados só na base da pancada. Acredita-se que a inauguração da metalurgia propriamente dita tenha ocorrido totalmente por acaso. A teoria mais aceita é a de que, por acidente, um minério de cobre tenha caído nas brasas de uma fornalha; a “heureca” se deu quando alguém notou o derretimento e o posterior endurecimento do material numa forma diferente.
MATÉRIA-PRIMA: Depósitos de cobre eram comuns. Tratava-se de minas localizadas a pouca profundidade e de fácil identificação graças à coloração esverdeada do minério (a cor avermelhada do cobre surge após o trabalho no metal.
FUNDIÇÃO: O minério deve ser aquecido a temperaturas entre 650 e 700 °C para a extração do cobre puro. Os artesãos faziam a fundição dentro de recipientes de pedra em fornalhas a céu aberto – buracos no solo revestidos com pedras
MOLDES E ACABAMENTO: Vertia-se o cobre derretido em moldes talhados na própria rocha de onde haviam sido retiradas as peças de pedra. Os objetos eram moldados ainda sob o calor de fogueiras. O acabamento era feito por meio da fricção de pedras de superfícies variadas.
IDADE DO BRONZE - 3000 A.C.
Nova era de força e durabilidade
O bronze – liga de cobre e arsênio ou de cobre e estanho – foi inicialmente produzido na região da Mesopotâmia (atual Oriente Médio). Acredita-se que sua descoberta também tenha sido acidental: quando ferreiros lançaram ao fogo um minério de cobre que, por sorte, estava “contaminado” por arsênio ou estanho. A presença desses compostos aumentou bastante a durabilidade do cobre, fazendo do bronze um metal muito mais duro e resistente. A introdução do bronze surtiu tal efeito no mundo que é o marco definitivo para o fim da Idade da Pedra.
MATÉRIA-PRIMA: Da mesma forma como ocorria com o minério de cobre, o bronze em estado bruto era obtido por meio da chamada mineração de superfície, sendo retirado de minas ou cavernas com até 100 metros de profundidade
FUNDIÇÃO: Fornos mais elaborados, com paredes de pedra, permitiam atingir temperaturas de até 1 200 ºC. Mas a novidade era a própria liga dos metais: derretido o minério, a união dos dois materiais gerava um novo metal, de qualidade bem superior
MOLDES E ACABAMENTO: O bronze líquido era colocado em moldes de pedra, já no formato do objeto desejado. Após o endurecimento do material, os artesãos batiam nos recipientes de pedra para retirar as peças. No caso de objetos mais complexos, eram usados vários moldes em conjunto.
IDADE DO FERRO - 1200 A.C.
O metal abundante que reinou no lugar do bronze
A produção do ferro começou na região da Anatólia (a mesma do cobre). Sua descoberta também é um mistério. Uma hipótese é a de que, involuntariamente, rochas com minério de ferro tenham sido colocadas em fornos para auxiliar no derretimento de outros metais, deixando pedaços de ferro derretido como resquício. Seja como for, o ferro se espalhou rapidamente, trazendo impactos profundos. Por exemplo, impulsionou a formação das primeiras cidades e passou a armar camadas sociais que até então não tinham acesso a esse aparato.
MATÉRIA-PRIMA: Não há evidências claras de quando e de como sua extração foi descoberta. Mas, assim como seus antecessores, o ferro era retirado de depósitos e minas superficiais, só que, no seu caso, em escala muito maior.
FUNDIÇÃO: O minério de ferro era colocado junto com carvão numa forja. Mas, como as forjas não atingiam o ponto suficiente para fundir o ferro (1 530 ºC), obtia-se um material cheio de impurezas. Então, o ferreiro trabalhava sobre esse material, variando a temperatura, até obter um metal de qualidade.
MOLDES E ACABAMENTO: Os objetos já ganhavam forma quase definitiva com as bordoadas durante o processo de fundição. No acabamento, as irregularidades eram corrigidas e, com o polimento, garantia-se o brilho das peças.
O HOMEM DE COBRE
Com vocês, Ötzi, o mais antigo representante conhecido da era dos metais
Em 1991, a descoberta do corpo congelado de um homem numa geleira no vale de Ötzal, nos Alpes Austríacos, deixou a comunidade científica em polvorosa. Tratava-se do representante mais antigo da era dos metais de que se tinha notícia. Apelidado de Ötzi, o “homem de cobre” viveu por volta do ano 3350 a.C. e trazia vestígios para comprovar sua procedência “metálica”: um machado com lâmina de cobre e fios de cabelo com traços de arsênio. As análises científicas revelaram outros detalhes de sua vida, assim como de sua morte violenta. Uma ponta de flecha de pedra lascada encontrada em seu ombro, por exemplo, mostrou que Ötzi passou seus últimos momentos tentando – em vão – fugir de perseguidores.
LINHA DO TEMPO
Paralelamente ao início da Idade da Pedra Polida, alguns povos já trabalham o cobre
7000 a.C.
Início das comunidades agrícolas chinesas
6500 a.C.
Domesticação do gado no norte da África
5500 a.C.
O surgimento da escrita marca o começo da Antiguidade
3200 a.C.
Os sumérios formam a primeira civilização, na Mesopotâmia
2613 a.C.
Início da quarta dinastia egípcia, a era das primeiras pirâmides
2500 a.C.
Arianos invadem o norte da atual Índia, dando início à civilização hindu
1755 a.C.
Criação do Código de Hammurabi, na Babilônia
900 a.C.
Os fenícios firmam-se como potência marítima no Mediterrâneo
753 a.C.
Fundação lendária de Roma
539 a.C.
Nasce o Império Persa, sob o comando do rei Ciro II
323 a.C.
Morte de Alexandre, o Grande
ano 400
Termina a Idade do Ferro