De origem de uma família de nobres, Tomás de Aquino nasceu em 1224, perto da cidade de Aquino, no reino da Sicília, atualmente parte da Itália, em 1939, em Nápoles, estudou artes liberais ingressando em 1244 na Ordem dos Dominicanos, nos anos seguintes, fiel a sua crença religiosa, em 1252 se formou em teologia e lecionou durante três anos em Paris, retornando a Itália, foi nomeado professor da cúria pontifical de Roma. Lecionou durante anos em várias cidades italianas, uma década depois, retorna a Paris, onde leciona ate 1273, a seguir parte para Nápoles, onde reestruturou o ensino superior, já em 1274 em uma viagem, adoece, durante essa viagem falece no mosteiro cisterciense de Fossanova, aos 49 anos de idade. Tomas de Aquino foi uma personalidade que tinha a vocação que atingia a totalidade da vida, Tomás cresce quando ensina e ensina quando cresce, seu primeiro biógrafo diz insistentemente de que ele arrastava os estudantes com seu novo estilo de dar aulas, argumentar, refletir, responder, etc. Esse Filósofo inverteu prioridades no pensamento medieval, dando ênfase ao mundo real e ao aprendizado pelo raciocínio. Sua metodologia como professor foi tão fixa que Tomás teve que defender a possibilidade de um religioso dedicando-se aos estudos e a docência e mostrar que a prática do ensino é uma das formas mais elevadas da vida espiritual, em total harmonia com a vida de contemplações, como nessa sua frase: "Maius est illuminare quam lucere": "Iluminar é mais do que ter luz!". Tomás ficou conhecido como um dos maiores filósofos medievais. Para muitos e também um dos melhores interprete de Aristóteles na Idade Média. Dentro da Igreja, ele é considerado, ao lado de Santo Agostinho, o mais brilhante Doutor da Verdade Cristã de todos os tempos. Em seu prefácio, da Suma Teológica, Tomás fala de vícios do ensino, ao mesmo tempo em que se dirige aos seus alunos, dizendo que seu propósito de ensino é o diálogo com os que iniciam seus estudos universitários, os estudante encontravam graves dificuldades, pela multiplicação de perguntas inválidas, argumentos inúteis, que os colegas não seguem a ordem real dos acontecimentos, mas dos fatos dos livros que o ensino é repetitivo e aborrecido. Na área do conhecimento, para Tomás de Aquino existem duas formas para se conceber o conhecimento, assim nos diz: "De um modo, quando a razão por si mesmo atinge o conhecimento que não possuía, o que se chama de descoberta; e, de outro, quando recebe ajuda de fora, este modo se chama ensino". De acordo com seu pensamento, Tomás alude que o conhecimento por uma descoberta se dá no momento em que a razão, por si mesma, aplica princípios universais e evidentes a determinadas matérias para a partir daí tirar as conclusões particulares. Já o conhecimento por parte do ensino, acontece quando esse processo natural da razão, a saber – de passar de princípios universais para as conclusões particulares, isso ocorre mediante a ajuda de um intermediário, que, no caso, é o professor. Assim, esse professor, através de sinais e de outros instrumentos de auxílio, provoca ao aluno e o faz chegar a conhecer o que antes desconhecia. Neste sentido, Tomás admite que o professor é a causa do conhecimento pelo aluno, não obstante ao conhecimento propriamente dito, enquanto ocorre através do exercício da razão do próprio aluno, tem pela causa a mesma razão. Aquino coloca o aprendizado como uma faceta humana, pois, para ele, é o próprio homem quem conhece e ensina, assim ele relata: pressupõe um perfeito ato de conhecimento no professor; daí que seja necessário que o mestre ou quem ensina possua de modo explícito e perfeito o conhecimento cuja aquisição quer causar no aluno pelo ensino. Então, somente aquele que tem o conhecimento em ato, o mestre ou o professor, é quem esta em condições de desenvolver o potencial em seus alunos, assim, para Tomás, é imprescindível que o professor se prepare e tenha o domínio de seu conteúdo, a fim de que possa, com eficácia, ensinar seus alunos. Já o professor ensina precisamente por que tem o conhecimento em ato. Na maneira de ensinar, Tomás encontra duas matérias importantes frente a sua metodologia: o conteúdo em que se trata o ensino e a pessoa a quem o ensino é ministrado, pois, deduz que, quando à primeira, o principio do ensino é a vida contemplativa. É a admiração do sujeito, quando em contato com determinado aspecto da realidade, e o processo de abstração do intelecto que se sucede de tal admiração, a significam a apreensão do conteúdo. Em outras palavras, o princípio do ensino é filosofar. Quanto a segunda matéria, que o ensino se dirige a outrem, se deduz que sua finalidade é a vida ativa. A importância de Tomás de Aquino frente a educação está no âmbito de sua Antropologia Filosófica, ocorre nele uma efetiva superação do dualismo Platônico (corpo e alma) que era a doutrina dominante no período. Segundo alguns adeptos desse dualismo, a intelecção humana só seria atingida, em cada caso que ocorresse, que houvesse uma iluminação imediata com Deus, já a revolucionária antropologia tomista, embora não negue a iluminação divina, nos revela que esta iluminação procede da própria natureza do ser criado. É o homem que, dotado dessa luz natural, conhece e faz conhecer, por si mesmo, todas as coisas. Para Tomás, o corpo e o sentidos são os caminhos necessários para que haja qualquer tipo de conhecimento, inclusive o verdadeiro, e é através dos sentidos em que o homem pode chegar ao inteligível, assim nos demonstra, que é através dos sinais sensíveis que o professor começa a levar o aluno a fazer a sua própria intelecção. Assim, para Aquino, para se extrair das coisas sua essência, é necessário transformar em ato algo em que elas têm em potência, ele distingue o que chama de inteligência ativa em contemplação a uma inteligência passiva, com a qual cada um pode formar os próprios conceitos, a idéia, transportada para a educação, introduz um princípio pedagógico moderno e revolucionário para seu tempo, o de que o conhecimento é construído pelo estudante e não simplesmente transmitido pelo professor. Contudo, Tomás de Aquino lega uma filosofia cuja característica principal é a abertura para o conhecimento e para o aluno, cada ser humano, segundo ele, tem uma essência em particular, à espera de ser desenvolvida, e os instrumentos fundamentais para isso são a razão e a prudência, esse, para Aquino, era o caminho para a felicidade e também para a conduta eticamente correta. Com sua teoria do conhecimento, que convoca a vontade e a iniciativa de cada um na direção do aperfeiçoamento, Tomás de Aquino legou a educação, sobretudo a idéia de autodisciplina; foi essa a marca do ensino cristão, que alcançaria sua máxima eficiência, em termos de doutrinação, com os jesuítas, já no século XVI.Embora a obra de Aquino apontasse para o auto-aprendizado, a idéia não foi abraçada pelas rígidas hierarquias da Igreja Católica; no período em que o filósofo viveu, a religião seguia sendo a principal fonte de instrução, como em toda a Idade Média. Sobreviviam as escolas monásticas em mosteiros afastados da cidade, que inicialmente visavam a formação de monges, mas depois também de leigos das classes proprietárias; com o surgimento da economia mercantil nas cidades, aparecem também as escolas episcopais, urbanas, destinadas a formar o clero secular (aquele que participava da vida social) e leigos. Assim as cidades ganharam importâncias e novas escolas foram surgindo na época. Tomás de Aquino ressaltou o valor da razão humana e de conhecer com ela funciona, a começar pela importância de ordenar para entender, eis umas de suas frases: "A sabedoria é a maior perfeição da razão e sua principal função é perceber a ordem nas coisas" "O mestre provoca conhecimento ao fazer operar a razão natural do discípulo". "Três coisas são necessárias para a salvação do homem: saber o que deve crer, saber o que deve desejar e saber o que deve fazer". ALARCÓN, E.; FAITANIN, P. Atualidade do Tomismo. Rio de Janeiro: Sétimo Selo, 2008 CARVALHO, José Vidigal de. São Tomás de Aquino, um filósofo admirável. Disponível em: FAITANIN, P. A Sabedoria do Amor: Iniciação à Filosofia de Santo Tomás de Aquino. Cadernos da Aquinate n. 2. Niterói: Instituto Aquinate, 2008 MARTINS FILHO, Ives Gandra. Manual esquemático de história da filosofia. São Paulo: LTr, 1997 Fonte:
REFERENCIA BIBLIOGRAFICA