2.9.11

Caminhos para a Aprendizagem de História

Adriana Lima Pinheiro
Graduando o curso de História – Licenciatura na Universidade Federal do Rio Grande
Daiane Eslabão da Silva
Graduando o curso de História – Licenciatura na Universidade Federal do Rio Grande
Oraci Renato Levien
Graduando o curso de História – Licenciatura na Universidade Federal do Rio Grande

RESUMO

A disciplina de História, através de seus métodos e conceitos inovadores, tem adquirido formas e dinamismos, os quais possibilitam ao aluno sua melhor apreensão. O professor educador é o que pela mediação abre os caminhos para o conhecimento e desenvolvimento, formando não somente alunos, mas seres capazes de exercer seu lugar no âmbito social. A centralização e a relevância do meio sócio – cultural, estão presentes neste contexto, onde a construção da identidade é primordial. Portanto, a relação do ensino – aprendizagem caminha para rumos instigantes e fundamentais para um ensino de História qualitativo.

PALAVRAS – CHAVE: Professor, aluno, métodos, historicidade e aprendizagem.


ABSTRACT
The discipline of History, by it’s innovative methods and concepts, has adquired shapes and dynamis, that allow the student a better understanding. The educator teacher is the one that, by his mediation, open the paths to the knowledge and development, educating not just studentes, but beings able to pratice their place in the social sphere. The centralization and the relevance of the social and cultural environment are inside this context, where the identity construction has central importance. Therefore, the relationship bet ween teaching and leaming goes to exciting ways, which are fundamental to a qualitative History teaching.



INTRODUÇÃO
O ato de lecionar História tornou-se com o passar do tempo uma tarefa tanto quanto dificultosa, tudo isso se deve ao preconceito e a nossa cultura de tratar essa disciplina como algo restrito ao passado. Entretanto, os métodos que alguns professores utilizam ainda são eruditos, porém, com a criatividade de alguns educadores que estão citados neste artigo, pode-se perceber que a História pode e deve se tornar atrativa e interessante para os alunos.
É a figura do professor que promove, através da interação com seu aluno, uma melhor prática pedagógica para ensinar História. Entender o aluno como centro do processo de aprendizagem, é fundamental para a realização com êxito do ensino.
As teorias vygotskyanas são vistas como fontes primordiais neste texto. O professor é visto como um mediador, mas, além disso, é percebido como um estimulador da cidadania. O educador precisa estar ciente da realidade sócio – cultural do seu aluno, e tentar construir analogias para a melhor compreensão e desenvolvimento do conhecimento, trazendo fatos históricos de tempos remotos e próximos para o presente, com as utilizações de meios que provoquem e instiguem a curiosidade e a vontade de apreenderem a História, que eles mesmo acabam por construí-la através da sua historicidade.


Métodos inovadores para se ensinar História
Para fixar a atenção dos alunos para conteúdos históricos, é preciso usar de uma prática pedagógica consistente, inovadora e criativa. Muitos professores se limitam ao uso único e exclusivo do livro didático, onde este material deveria servir como apoio, e não como fonte principal.
Atualmente, os livros didáticos possuem múltiplas imagens e o texto escrito fica sempre em segundo plano, não que isso seja uma coisa ruim, pois, as imagens servem para concretizar o que esta sendo dito pelo profissional sobre as noções abstratas, como o tempo histórico, que os alunos não vivenciaram. No entanto, há docentes que são totalmente contra a utilização deste material, porém, este ainda é visto por pais e alunos como referencial. No podemos esquecer que a ditadura do livro didático vem se mantendo há várias gerações, fazendo parte da nossa cultura, mas os docentes não podem ficar presos a esse estereótipo cultural, deve, portanto, utilizar de recursos renovadores para melhor administrar suas aulas, tornando-as mais atraentes e interessantes para todos.
O professor de História pode usufruir de inúmeros recursos para elaborar uma aula que lhe proporcione bons frutos, um desses meios pode ser observado nos cinemas, que através de filmes que contam um pedaço da História, vale ressaltar que cabe aos educadores saberem administrarem esses conteúdos que como toda ficção, não relata corretamente os acontecimentos, onde inserem fatos que podem ou não ter ocorrido. O docente na área histórica, com o uso dos recursos cinematográficos, consegue criar atividades que possibilitem novas pesquisas para seus alunos, como por exemplo, recriar certas cenas de algum filme, mas entrelaçá-la com a pesquisa que poderá ser sugerida, isso tudo pode ser representado na forma teatral, pois, os alunos se interessam muito por este tipo de atividade, que envolve a criatividade, subjetividade, corporeidade e oralidade, pontos primordiais para o desenvolvimento da aprendizagem.
A autora Maria Auxiliadora Schmidt nos fala sobre o papel do professor de História na sala de aula:
“É no espaço da sala de aula que professores e alunos de História travam um embate, em que o professor, novidadeiro do passado e da memória, sente-se com a possibilidade de guiar e dominar em nome do conhecimento. Mas, ao mesmo tempo, ele se sente como um igual e completamente aberto aos problemas e projetos dos seus alunos.”


Este trecho relata o que realmente deve ser o papel do professor de História, onde sua tarefa não se baseia em apenas relatar os fatos históricos como um ser supremo no espaço da sala de aula, mas criar e inovar, sentir quais são as necessidades dos alunos, encará-los como membros ativos do processo de aprendizagem, o qual não pertence somente ao corpo docente.
Existem muitos outros métodos para uma melhor captação dos conteúdos pelos alunos, o exemplo citado anteriormente, o cinema como forma de incentivar a pesquisa, nos mostra que o aluno precisa se estímulos para aprimorar sua percepção da História e consequentemente dos acontecimentos no mundo e até na sua comunidade. A professora Natania Nogueira de Minas Gerais possibilitou aos seus estudantes a criação de uma gibiteca , onde eles ao criarem suas historinhas iam assim, desenvolvendo sua aprendizagem. Esse método muito criativo despertou nos jovens o interesse para com a escrita e, principalmente, a curiosidade de descobrirem rumos diversificados para compreensão tanto de si próprio quanto dos demais que o cercam.
Nesse mesmo sentido de tentar despertar o interesse dos alunos para desvendar a História, e acima de tudo, tentar aproximar cada vez mais os acontecimentos do passado com o presente, que Dismael Sagas, professor de História de Santa Catarina, promoveu aos seus alunos um banquete medieval , para conhecerem como na Idade Média eram realizadas as refeições, sendo assim, o estudante vive a História. Este contato que foi promovido remete ao aluno a pensar que ele é um ser participante da História, embora que seja um fato histórico distante num sentido cronológico, mas que este perceba que a historicidade da humanidade também é a sua. Ensinar História passa a ser, então, dar condições aos alunos de recriarem e de fazer História com consciência e responsabilidade.
Para ampliar as possibilidades de inovação dentro da sala de aula, a professora Jordana Stella Botelho de Curitiba no Paraná, tenta resgatar as próprias histórias de seus alunos com o trabalho de resgate através dos documentos de família , onde tenta descrever seu papel dentro as sua comunidade desde a construção de sua família. Assim, o aluno acaba construindo, ou melhor, executando sua identidade diante a sociedade em que vive.
Todos esses exemplos citados servem, no entanto, para orientar professores na hora de ramificarem sua maneira de concretizar suas aulas de História, deixando de ser as aulas estipuladas de cansativas e monótonas como ainda é vista por estudantes desestimulados e por professores desinteressados em estar próximos de seu aluno.
A aprendizagem é um constante desafio, onde profissionais da educação devem possuir um sistema de compreensão dos acontecimentos que giram em seu tempo, deve essencialmente, priorizar a historicidade para desenvolver uma prática pedagógica inovadora. Dentro do espaço escolar a relação professor – aluno precisa ser inteiramente entrelaçado, como se fossem verdadeiros cúmplices de algo divinamente magnífico como a aprendizagem.


A união da realidade com o ensino - aprendizagem
Os professores de História da atualidade diferenciam-se dos mestres de antigamente isto devido ao fato facilitado de obtenção das informações e dos conhecimentos diversificados em outras áreas, tendo então, a oportunidade de estarem sempre alimentando seu potencial intelectual através do ramo das pesquisas, onde é capacitado de produzir seu próprio material didático. Outra grande característica do professor do nosso século é a interação direta com seu aluno, conhecendo e priorizando sua realidade sócia – histórica e cultural para aguçar a qualidade do ensino – aprendizagem, pois, a figura do aluno nesse processo é ponto fixo e fundamental para o bom desenvolvimento do mesmo.
Infelizmente encontramos nas escolas alunos que não se interessam pela disciplina de História, isso ocorre na maioria das vezes devido ao modo de como o docente vai trabalhar os seus conteúdos. Ainda podem-se perceber professores que apenas reproduzem os conteúdos, isolando os fatos, afastando mais e mais o aluno do fato histórico. Esse distanciamento faz com que a História fique sempre no passado, e isso torna o aluno um ser alienado, sem notar sua historicidade, não se sentindo parte da História seja ela qual for, pois, como membro da humanidade ele também a constrói.
Um fator importante para melhorar a apreensão das disciplinas, seja História ou as demais, é o professor, que deve sempre levar em conta a condição sócio – cultural do aluno. Este quesito é bastante pregado devido sua eficácia perante a aprendizagem, portanto, quando se prioriza o contexto social e cultural, o professor consegue desempenhar uma relação professor – aluna cada vez mais estreita, visando uma grande compilação de conquistas no desenvolvimento de conceitos e de criticas, que é sem sombra de duvidas o ponto magistral para o educador, em suma, de História.
O ensino por este processo valoriza a condição do aluno, dá-se, para Vygostsky, como ponto fundamental para o desenvolvimento da aprendizagem, onde para este teórico a noção de aprendizagem já está implícita na própria palavra desenvolvimento.

“Dada a importância que Vygostsky atribui à dimensão sócio – histórica do funcionamento psicológico e à interação social na construção do ser humano, o processo de aprendizagem é igualmente central em sua concepção sobre o homem. Ou seja, ao lado da postura genética que fundamenta seu interesse pelo desenvolvimento, sua abordagem especifica sobre o desenvolvimento, que leva em conta a inserção do homem em um ambiente histórico e cultural, fundamenta a ênfase que dá à aprendizagem dentro de sua teoria.”


Todo o processo da aprendizagem fundamentado na historicidade do aluno, só beneficia e proporciona ao educador uma evolução dos conhecimentos obtidos através do ensino – aprendizagem, onde ambos as partes, docentes e discentes, partilham das experiências e práticas culturais adquiridas. Os conceitos que vão se formando ao longo da vida de um individuo, deve sempre ser considerado, principalmente no que se refere ao conhecimento histórico. Nunca se devem deixar de lado os significados de conhecimentos prévios, o censo comum, que os aprendizes possuem, portanto, deve-se aproveitá-los da melhor maneira possível, pois, é partindo deste ponto que o professor de História prevalece, podendo usufruir da História do próprio aluno para apresentar um fato histórico, tentando sempre introduzi-lo no meio histórico.
O professor precisa estar preparado para encarar o ambiente escolar, deve apoiar-se em uma pedagogia consistente, onde auxilie o aluno para a construção de uma identidade sólida e de um caráter critico para com a sua sociedade. O papel do professor vai muito além de um simples mediador do processo de ensino, aplicação de conteúdos e provas, cabe a este profissional tentar resgatar e motivar a prática da cidadania. Vivemos num mundo que ainda se pode observar a prática histórica metódica nas escolas, inibindo toda e qualquer criatividade e oprimindo as ideologias que poderão ser concretizadas. Ou seja, o educador deve colocar seu aluno no centro do processo de ensino, banindo de vez com o conceito de que este deve ser passivo, mero recebedor de informações, passando, então, para ativador e fazedor do aprendizado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os métodos inovadores, e a abordagem sócio – cultural são práticas pedagógicas primordiais para o ensino de História. Alunos estimulados e valorizados pelos professores, tendem a se tornarem cidadãos, com o sentido literal da palavra, exigindo e tomando nota dos seus direitos e deveres, pois, quando se é valorizado e respeitado, isso se torna recíproco.
Contudo, os educadores em geral têm grande tarefa e enorme importância na construção de um individuo, pois, é a figura do professor que após os familiares, mais os espelham e instigam a formação do aspecto psicológico da individualidade para a relação entre pessoas, no entanto, são as relações que promovem a compreensão.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BITTENCOURT, Circe (org.), O Saber Histórico na Sala de Aula, 11 ed, São Paulo, Editora Contexto, 2006.
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes, Ensino de História: fundamentos e métodos, São Paulo, Editora Cortez, 2004.
OLIVEIRA, Marta Kohl de, Piaget – Vygostsky Novas Contribuições para o Debate, São Paulo, Editora Ática, 2003.
FONSECA, Selva Guimarães, Didática e Prática de Ensino de História: experiências, reflexões e aprendizados, Campinas SP, Editora Papirus, 2003.
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/conteudoJornal.html?idConteudo=595
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/conteudoJornal.html?idConteudo=592
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Fonte: http://www.webartigos.com/articles/46296/1/Caminhos-para-a-Aprendizagem-de-Historia/pagina1.html#ixzz1Wq2mlE2Z