Nu Shu era um sistema secreto de leitura e escrita – baseado na língua chinesa, o mandarim – inventado e praticado exclusivamente por mulheres de Jiangyoung, província de Hunan, China. As chinesas, vivendo em uma China conservadora e machista, eram obrigadas a se casar de forma arranjada. Para se comunicarem, sem o conhecimento dos homens, inventaram esse dialeto que era propagado através de poemas, canções e bordados.
O Nu Shu era um silabário, e não uma escrita ideográfica. Era formado por, aproximadamente, setecentos grafemas, uns inspirados na escrita chinesa e outros inventados. Em 20 de setembro de 2004 faleceu Yang Huanyi, última mulher que sabia utilizar o dialeto. Hoje existem poucos escritos em Nu Shu, pois os manuscritos eram destruídos, após a morte das autoras, sendo enterrados junto a elas. O conhecimento do dialeto se perpetuou ao longo dos anos, através das chinesas que passavam o dialeto para suas filhas e netas.
Em 2004, foi realizada uma exposição em Pequim, China, com objetos (lenços, echarpes, aventais) bordados com a caligrafia Nu Shu. Recentemente, também, foi publicado um dicionário por Zhou Shuoyi, primeiro homem a aprender o dialeto, com aproximadamente mil e oitocentos sinais Nu Shu. Além disso, o governo chinês se comprometeu a construir um museu para contribuir com a preservação da língua.
Fonte:Alunos Online
2.9.11
Nu Shu
Um leque grafado com a escrita Nu Shu.