11.4.12

Millôr Fernandes

Por Fernando Rebouças

Considerado um dos maiores chargistas e jornalistas da imprensa brasileira do século XX. Millôr Fernandes iniciou sua carreira na revista O Cruzeiro, antes mesmo do veículo ser adquirido por Chateaubriand, quando se tornaria numa das mais importantes revistas da história do Brasil, Trabalhou em diversos jornais e revistas de grande relevância como a revista Veja, Jornal do Brasil, Jornal O Dia, Folha de São Paulo, entre outros trabalhos.



Carioca, nasceu no Meiér, em 23 de agosto de 1923, mas foi registrado em 27 de maio de 1924, órfão de pai no primeiro ano de vida, e órfão de mãe aos dez anos de idade, foi educado na casa dos tios até iniciar sua carreira ainda na adolescência. Autodidata, desenvolvia um humor expressado por meio de desenhos e pinturas despojadas; e textos criativos e avançados para o seu tempo.

Millôr se considerava um escritor sem estilo, conquistou a crítica e a opinião pública, e tratava seus editores de igual para igual. Iniciou no jornalismo em 1938, aos 15 anos de idade, no cargo de contínuo e repaginador de “O Cruzeiro”, retornaria à revista no ano de 1943, ao lado de Frederico Chateaubriand, quando criou a sua coluna “Pif-Paf” com textos e desenhos.

Em 1948, viajou para os EUA para conhecer Walt Disney, em suas próprias palavras:


“Nessa época eu ainda acreditava que Disney sabia desenhar. Só mais tarde, lendo sua biografia, aprendi que até aquela assinatura bacana com que ele autentica os desenhos é criação da equipe”.

Além de artigos e charges, se aventurou na dramaturgia escrevendo roteiros para o teatro e cinema. Em 1949, assinaria seu primeiro roteiro cinematográfico, “Modelo 19”, que recebeu o Prêmio Governador do Estado de São Paulo.

No período em que trabalhou na revista “O Cruzeiro” o veículo impresso obteve crescimento nas vendas de 11 mil exemplares para 750 mil. Realizou sua primeira exposição de desenhos em 1957, no Museu de Arte Moderna.

Em seus trabalhos exercidos na imprensa, sempre saía da empresa quando se sentia censurado pelos seus editores, sempre defendeu sua própria liberdade de criação, sendo um dos fundadores do antigo jornal “O Pasquim”.

Seu site oficial foi inaugurado no ano de 2000, obtendo grande audiência e premiações. Raro era o desenhista conceder entrevistas.

Esteve internado por cinco meses na Casa de Saúde São José no bairro de Botafogo. Faleceu no dia 27 de março de 2012, aos 88 anos de idade, após sofrer falência múltipla dos órgãos e parada cardíaca.

Fontes:
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/872777-escritor-millor-fernandes-morre-no-rio-aos-88-anos.shtml
http://www2.uol.com.br/millor/aberto/biografia/index.htm
http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2012/03/morre-no-rio-o-escritor-millor-fernandes.html