As Malvinas, chamadas pelos britânicos de Falklands, são um arquipélago de dezenas de ilhas ao sul do Oceano Atlântico. O território pertence à Grã-Bretanha, e a grande maioria da população das ilhas é de origem britânica.
As Malvinas estão a 500 quilômetros da costa argentina. Duas ilhas se destacam no arquipélago pelo tamanho. A capital está na ilha ao leste, a mais desenvolvida.
Capital: Porto Stanley
População: 2.379 (2001), 1.989 na capital
Taxa de crescimento populacional: 2,43%
Área: 12.173 km2
Localização: 640 km ao leste da costa sul argentina; 12.800 km ao sul da Grã-Bretanha
Religião: Maioria da população é anglicana, com presença de outros cultos protestante e também de católicos
Idioma: Inglês
POLÍTICA
Status: território dependente da Grã-Bretanha
Executivo: governador indicado pela Grã-Bretanha
Legislativo: oito conselheiros eleitos
ECONOMIA
Principais atividades: pesca para exportação, turismo, lã
PIB: US$ 67 milhões (2000)
Renda per capita: US$ 29.736
Exportações: US$ 67 milhões
Importações: US$ 27 milhões
Principais parceiros comerciais: Espanha, Grã-Bretanha e Chile
GUERRA DAS MALVINAS
Duração do conflito 74 dias
Duração dos combates 33 dias
Britânicos mortos 255
Argentinos mortos 649
Habitantes das ilhas mortos 3
A seguir, perguntas e respostas sobre o conflito entre a Grã-Bretanha e a Argentina pela ilhas:
Por que houve a guerra?
A guerra foi resultado de uma disputa territorial entre a Grã-Bretanha e a Argentina pelo arquipélago das Malvinas. Os argentinos reivindicam a soberania da região desde o século 19. Negociações para resolver a disputa política começaram em 1965, mas não deram resultados, principalmente pelo fato de a população local ser contra a transferência da soberania para a Argentina. Em 1982, o governo militar argentino resolveu tomar as ilhas à força, o que provocou a reação militar britânica.
Quando foi a guerra?
O conflito teve início no dia 2 de abril de 1982, quando os argentinos ocuparam as Malvinas. A guerra acabou no dia 14 de junho, quando os militares britânicos tomaram Porto Stanley, depois da rendição argentina.
Como foi a guerra?
As forças da Grã-Bretanha, mais poderosas do que as da Argentina, tiveram de cruzar o Oceano Atlântico para retomar o controle das ilhas. As tropas desembarcaram na ilha ao leste, na costa oposta à capital Porto Stanley. O avanço terrestre britânico até Stanley teve apoio das artilharias aérea e naval. Até o desembarque, a Argentina conseguiu resistir, afundando navios britânicos com os mísseis Exocet. Depois, a tarefa dos argentinos ficou muito mais difícil. O conflito durou 74 dias. Morreram em combate 649 argentinos e 255 britânicos. Três habitantes das ilhas morreram durante os bombardeios.
Quais os argumentos da Argentina sobre a soberania?
O principal argumento é o fato de os britânicos terem expulsado os moradores argentinos em 1833 para iniciar a colonização atual. Antes e ao mesmo tempo, britânicos e espanhóis tiveram assentamentos no arquipélago, mas as ilhas estavam abandonadas quando os argentinos chegaram. A Argentina também acredita que herdou o território da Espanha.
Quais os argumentos britânicos?
Os britânicos disputaram a soberania do arquipélago no século 18 com a Espanha. Os dois países chegaram a estabelecer colônias paralelas na região. Os britânicos abandonaram seu assentamento, mas nunca desistiram da soberania. O principal argumento hoje é que a população das ilhas é britânica e quer manter os laços coloniais.
Como o mundo reagiu à guerra?
A Europa ficou do lado da Grã-Bretanha. Os Estados Unidos, no início, tentaram mediar o conflito, mas depois apoiaram os britânicos, impondo sanções à Argentina. O regime argentino contava com a neutralidade americana, pois na época ajudava militarmente os Estados Unidos na América Central. Entretanto, o então presidente americano, Ronald Reagan, preferiu respaldar o tradicional aliado, no momento em que as tensões da Guerra Fria aumentavam. O Brasil, que considerava justa a reivindicação argentina, não apoiou a ocupação militar e defendeu uma solução pacífica para a crise. A ONU condenou a ação e pediu negociações diplomáticas.
Quais foram as conseqüências da guerra?
O regime militar argentino entrou em colapso, e o país realizou eleições democráticas em 83. O plano do general Leopoldo Galtieri, presidente da Argentina, de ganhar apoio popular com a invasão, teve, no final, efeito inverso. Do lado britânico, a vitória consolidou o governo da primeira-ministra Margaret Thatcher. Para a comunidade das ilhas, a guerra acabou trazendo efeitos positivos, já que a Grã-Bretanha renovou seu compromisso com o arquipélago e passou a investir no lugar.
Como está a situação diplomática hoje?
Argentina e Grã-Bretanha têm hoje boas relações diplomáticas. Os argentinos continuam a reivindicar a soberania das ilhas, mas aceitaram engavetar a disputa para não atrapalhar outros aspectos da relação. Os britânicos não aceitam negociar a soberania. Os habitantes das ilhas voltaram a aceitar a entrada de argentinos no lugar em 1999, mas a relação entre o arquipélago e o continente ainda é ruim.
A GUERRA A CADA BATALHA - 1982
Restos da batalha de Goose Green2 de abril: Centenas de soldados argentinos ocupam as ilhas. O governo britânico corta relações diplomáticas com a Argentina e aprova o envio de força naval para o Atlântico Sul.
3 de abril: A Argentina também toma a ilha de Geórgia do Sul. População celebra nas ruas de Buenos Aires. O Conselho de Segurança da ONU aprova a resolução 502, que pede a retirada de todas as tropas das ilhas e negociações de paz. No Parlamento britânico, o governo de Margaret Thatcher é duramente criticado por não prever a ação argentina.
5 de abril: As primeiras das 40 embarcações britânicas que comporiam a força naval partem para o Atlântico Sul. No total, a Grã-Bretanha envia 20 mil homens. Sob críticas, o ministro de Relações Exteriores do país, Lord Carrington, se demite e é substituído por Francis Pym.
7 de abril: O governo britânico anuncia que pretende impor uma zona de exclusão ao redor das ilhas de 320 km no dia 26 de abril.
12 de abril: A zona de exclusão marítima imposta pelos britânicos começa a vigorar.
14 de abril: Após visitas a Buenos Aires e Londres, o então secretário de Estado americano, Alexander Haig, encarregado de mediar o conflito, retorna para os Estados Unidos para reunião com o presidente Ronald Reagan.
17 de abril: Haig apresenta um plano de paz ao governo militar argentino.
22 de abril: Submarinos, porta-aviões e outras embarcações de guerra britânicas entram nas águas das Malvinas. Pym chega a Washington para reunião com Haig.
25 de abril: A Grã-Bretanha retoma a ilha de Geórgia do Sul. A primeira-ministra Margaret Thatcher diz para britânicos "festejarem".
26 de abril: Thatcher diz que o tempo para diplomacia está se esgotando.
27 de abril: Militares apresentam ao gabinete de guerra britânico a operação planejada para liberar as ilhas. Haig envia a Londres uma proposta final para evitar o conflito.
O avião Super Entender com
mísseis Exocet1º de maio: Aviões britânicos atacam a pista de pouso de Porto Stanley. Três aviões argentinos são derrubados. Pym volta a Washington, agora como aliado dos Estados Unidos.
2 de maio: O submarino britânico HMS Conqueror afunda o navio cruzador argentino General Belgrano, fora da zona de guerra. O ataque resulta na morte de 323 argentinos; 680 são resgatados. Francis Pym se econtra com o secretário-geral da ONU, Javier Perez de Cuellar.
3 de maio: Barcos de patrulha da Argentina são atacados.
4 de maio: Avião Super Etender argentino afunda o destróier britânico HMS Sheffield, com um míssil Exocet. Vinte britânicos morrem. Caça britânico é derrubado. A Grã-Bretanha inicia o bombardeio de Porto Stanley.
6 de maio: O governo militar argentino rejeita segunda proposta de paz apresentada pelo governo do Peru.
7 de maio: A ONU entra nas negociações de paz. O governo britânico amplia a zona militar de exclusão, cujo o limite passa a vigorar a 20 km da costa argentina.
8 de maio: As ilhas são bombardeadas do mar e do ar. Caças britânicos afundam barco de pesca argentino.
11 de maio: O navio de suprimentos argentino Isla de los Estados é afundado pela fragata britânica HMS Alacrity. A Argentina declara zona de guerra todo o Atlântico Sul.
14 de maio: Três aviões argentinos são derrubados. Thatcher afirma que um acordo de paz pode não ser possível. Britânicos destroem 11 aviões argentinos que estavam estacionados em uma ilha próxima.
18 de maio: Britânicos e argentinos rejeitam proposta de paz do então secretário-geral da ONU, Javier Perez de Cuellar.
20 de maio: Margaret Thatcher anuncia ao Parlamento que as negociações de paz fracassaram.
21 de maio: As forças britânicas desembarcam nas ilhas, na Baía de San Carlos, há 80 km de Porto Stanley. Na operação, a fragata britânica HMS Ardent é afundada. Dezesseis aviões argentinos são também derrubados.
O navio Belgrano, afundado
pelo submarino britânico
Conqueror23 de maio: A fragata britânica HMS Antelope é afundada. Sete aviões argentinos são derrubados em dois dias. O Ministério da Defesa anuncia que a Grã-Bretanha tem 5.000 soldados em terra na ilhas.
25 de maio: O destróier HMS Coventry é bombardeado e 19 marinheiros britânicos morrem. O Atlantic Conveyor, navio de transporte de equipamentos, é afundado por um Exocet, e 12 britânicos morrem.
28 e 29 de maio: Usando pesada artilharia, tropas de 500 soldados britânicos tomam as posições em Goose Green e Darwin, defendidas por 1.500 argentinos, depois de um dia inteiro de batalhas. Dezoito britânicos morrem, entre eles o comandante da operação, coronel Herbert Jones. Do lado argentino, 250 são mortos. O Exército britânico prende mais de mil soldados argentinos. Os corpos dos argentinos são sepultados no local em uma cova comum.
29 de maio: Sob bombardeio, as tropas britânicas continuam a avançar em direção a Porto Stanley. O Super Etender argentino dispara o quinto e último dos Exocets disponíveis no Atlantic Conveyor, que já estava afundando. Por horas, as Forças Armadas argentinas pensaram ter atingido o porta-aviões Invincible.
O navio britânico Sir Galahad,
atingido pelos argentinos4 de junho: A Grã-Bretanha veta no Conselho de Segurança da ONU uma resolução para o cessar-fogo.
8 de junho: Skyhawkers argentinos bombardeiam tropas que desembarcavam na Enseada de Bluff. A fragata HMS Plymouth é atingida. Os navios de logística que realizavam o desembarque, o Sir Galahad e o Sir Tristam, são atingidos. O primeiro afunda. No total, 51 britânicos morrem e 55 ficam seriamente feridos.
11 de junho: Começa a batalha por Porto Stanley.
12 de junho: As tropas britânicas tomam a posição argentina no Monte Longdon, nos arredores de Porto Stanley, depois de longa batalha. O confronto resulta em 50 mortes entre argentinos e 29 entre os britânicos. O Monte Harrier também é tomado. O destróier britânico HMS Glamorgan é atingido na região, matando 13 britânicos.
13 de junho: No Monte Tumbledown, também posição estratégica para Porto Stanley, 40 argentinos e nove britânicos morrem durante combates. A Grã-Bretanha vence a batalha.
Soldado argentino rendido14 de junho: As tropas argentinas em Porto Stanley são derrotadas. A Argentina se rende. Cerca de 9.800 soldados entregam suas armas.
A HISTÓRIA DA ILHA
1502: Ano em que as ilhas teriam sido avistadas pela primeira vez pelo navegador Américo Vespúcio.
1507: As ilhas são incluídas nos mapas da América do Sul da época, embora sua localização varie de mapa para mapa.
1690: O navegador britânico John Strong desembarca nas ilhas. Ele batiza o estreito entre as duas principais ilhas de Falklands, o sobrenome do então tesoureiro da força naval inglesa.
Século 17: Navegadores espanhóis e franceses passam pelas ilhas, em um período de intensa rivalidade comercial.
1713: O tratado de Utrecht confirma formalmente o controle espanhol sobre seus tradicionais territórios na América, entre eles as ilhas. Isso não inibe as ambições britânicas e francesas. A ilha era vista como um ponto estratégico para batalhas no Atlântico Sul.
1764: A França, por intermédio de Antoine de Bougainville, estabelece o primeiro assentamento no local, na ilha leste, ao norte da atual capital, Porto Stanley. Ele nomeia as ilhas Isles Malouines, de onde deriva o nome espanhol Malvinas.
1765: O comodoro John Byron monta um assentamento britânico na ilha oeste.
1767: A França, então aliada da Espanha, cede sua colônia nas ilhas para o Império Espanhol, sob os termos do tratado de Utrecht.
1770: Força naval espanhola parte de Buenos Aires e expulsa os colonizadores britânicos da ilha oeste.
1771: Com o objetivo de evitar uma guerra entre dois impérios por causa de um grupo de ilhas no Atlântico Sul, espanhóis e britânicos concordam em dividir a colonização do lugar. Mas a disputa política pela soberania sobre o território continua entre os dois reinos.
1773: Por causa de problemas com suas outras colônias, os britânicos abandonam seu assentamento nas ilhas mas continuam reivindicando soberania. Somente a comunidade espanhola permanece.
1790: Grã-Bretanha e Espanha assinam a Convenção do Estreito de Nootka, pela qual os britânicos renunciam às suas ambições coloniais na América do Sul.
1810: Na Argentina, Buenos Aires inicia o processo de independência, e a autoridade colonial espanhola decide remover seu assentamento das ilhas.
1820: A Argentina, que havia declarado sua independência em relação à Espanha em 1816, envia às ilhas uma fragata para reclamar sua soberania sobre as ilhas. As tentativas de impor autoridade marítima na região falharam nos primeiros anos da década.
1826: Louis Vernet, francês a serviço do novo governo argentino, estabelece um assentamento nas ilhas.
1829: Nomeado governador das ilhas pela Argentina, Vernet proíbe os barcos de caça de baleias e leões-marinhos na região e ameaça processar os responsáveis em Buenos Aires.
1831: Em agosto, três barcos americanos desrespeitam o decreto de Vernet e são apreendidos. Os capitães são presos e levados a Buenos Aires. Quatro meses depois, os Estados Unidos retaliam, atacando as ilhas. Os americanos saqueam o assentamento, destroem fortes, prendem líderes do assentamento e os removem para a Argentina.
1832: Buenos Aires protesta contra as ações americanas, classificando-as de "pirataria". Um mês depois, a província argentina envia o capitão Josá Maria Pinedo para retomar o controle do assentamento.
2 de janeiro de 1833: Dois navios de guerra britânicos chegam às ilhas sob o comando do capitão James Onslow. Ele anuncia que chegou para conquistar as ilhas e dá a Pinedo um prazo de 24 horas para a rendição.
3 de janeiro de 1833: Sem fortes ou munição, Pinedo se rende, sob protestos.
6 de janeiro de 1833: Pinedo e seus soldados embarcam para Buenos Aires. Muitos dos assentados se refugiam e resistem nas montanhas. Eles acabam sendo expulsos pelos britânicos.
15 de janeiro de 1833: Buenos Aires protesta contra a ação britânica e reivindica a devolução das ilhas. Os protestos se renovam mais tarde, mas são rejeitados pela Grã-Bretanha.
1834: Henry Smith, o primeiro governador britânico das ilhas, chega a Porto Louis, capital argentina que fica na ilha leste.
1840: Os primeiros membros do assentamento britânicos chegam às ilhas.
1841: Britânicos constroem base naval nas ilhas, e a economia do local se volta para a produção de lã.
1842: A capital é deslocada de Porto Louis para onde fica hoje Porto Stanley.
1843: No dia 23 de junho, a rainha Vitória incorpora as ilhas aos domínios da Coroa britânica.
1852: A Falklands Islands Company (FIC), organizada por um grupo de investidores britânicos, recebe permissão da rainha Vitória para desenvolver a economia das ilhas.
1960: A ONU (Organização das Nações Unidas) pede o fim do colonialismo em sua resolução 1514. A Grã-Bretanha inclui as Malvinas na lista de colônias que poderiam ganhar independência. A Argentina protesta.
1965: A resolução 2065 da ONU determina que argentinos e britânicos devem negociar a soberania das ilhas. Os dois países iniciam negociações secretas.
1968: Os dois países acordam condições diplomáticas para a transferência da soberania, que preservaria os "interesses", mas não levaria em conta os "desejos" dos habitantes das ilhas. Surge o Falkland Islands Pressure Group, grupo de lobby formado pelos donos de terras nas ilhas que é contra a transferência. A organização ganha a simpatia de parlamentares e de meios de comunicação.
Em dezembro, o Parlamento britânico recusa acordo para transferir a soberania para a Argentina, alegando que isso iria de encontro aos desejos dos habitantes da ilhas.
1971: Argentina e Grã-Bretanha fecham um acordo pelo qual os argentinos passariam a prover transporte e comunicação para as ilhas e, com isso, quebrar a resistência dos seus habitantes.
1973: Em abril, a Grã-Bretanha se recusa a negociar a soberania das ilhas, argumentando que não poderia desistir das Malvinas sem o consentimento dos habitantes. As negociações ficam paralisadas. Em dezembro, a Assembléia Geral da ONU aprova a resolução 3160, pedindo que Argentina e Grã-Bretanha retomem negociações.
1975: Em outubro, uma missão britânica, sob o comando de Lord Shackleton, é enviada às ilhas para investigar as possibilidades de exploração de recursos naturais. A Argentina protesta, alegando não ter dado sua permissão oficial.
1976: Em janeiro, a Argentina retira seu embaixador de Londres, em protesto contra a presença do navio de guerra HMS Shackleton no Atlântico Sul e contra a recusa britânica em negociar a soberania das ilhas. A Grã-Bretanha também chama de volta seu embaixador em Buenos Aires.
1977: O governo britânico envia, secretamente, um submarino e duas fragatas para o Atlântico Sul, após ter recebido informes de inteligência sobre a possibilidade de uma ação argentina nas ilhas.
1979: Os dois países concordam em mandar de volta seus embaixadores para ambas as capitais, depois de três anos de relações suspensas.
1981: O general Leopoldo Galtieri assume a chefia do governo militar argentino. Recuperar as ilhas faz parte de seu pacto com a Marinha para chegar à Presidência.
Janeiro a Março de 1982: Os dois países criam uma comissão permanente de negociação. No mesmo ano, a primeira-ministra Margaret Thatcher envia o navio de guerra Endurance para expulsar trabalhadores argentinos que, contratados por um vendedor de sucata, haviam desembarcado na Geórgia do Sul para desmontar navios encalhados. A Marinha argentina envia o navio Bahia Paraíso para a ilha. Em março, o governo militar argentino decide antecipar planos para ocupar as ilhas, devido aos protestos internos contra recentes medidas econômicas e à avaliação de que os britânicos reforçariam suas posições no Atlântico Sul após o episódio envolvendo os trabalhadores.
EM IMAGENS: A ILHA HOJE
Hoje, depois da guerra entre a Grã-Bretanha e a Argentina, as Ilhas Malvinas, chamadas pelos britânicos de Falklands, estão em uma fase de desenvolvimento econômico.
A pesca e o ecoturismo estão entre as principais atividades econômicas do arquipélago. A seguir, fotos das Malvinas hoje:
Há cerca de um milhão de pingüins nas Ilhas Malvinas
A paisagem do arquipélago durante o inverno
A capital das Malvinas, Porto Stanley
Praia interditada por causa de minas enterradas
O cemitério onde estão os soldados argentinos
O cemitério dos soldados britânicos de San Carlos
Reforma no monumento aos mortos da guerra
Pesca é a principal atividade econômica das ilhas
As Malvinas estão a 500 quilômetros da costa argentina. Duas ilhas se destacam no arquipélago pelo tamanho. A capital está na ilha ao leste, a mais desenvolvida.
Capital: Porto Stanley
População: 2.379 (2001), 1.989 na capital
Taxa de crescimento populacional: 2,43%
Área: 12.173 km2
Localização: 640 km ao leste da costa sul argentina; 12.800 km ao sul da Grã-Bretanha
Religião: Maioria da população é anglicana, com presença de outros cultos protestante e também de católicos
Idioma: Inglês
POLÍTICA
Status: território dependente da Grã-Bretanha
Executivo: governador indicado pela Grã-Bretanha
Legislativo: oito conselheiros eleitos
ECONOMIA
Principais atividades: pesca para exportação, turismo, lã
PIB: US$ 67 milhões (2000)
Renda per capita: US$ 29.736
Exportações: US$ 67 milhões
Importações: US$ 27 milhões
Principais parceiros comerciais: Espanha, Grã-Bretanha e Chile
GUERRA DAS MALVINAS
Duração do conflito 74 dias
Duração dos combates 33 dias
Britânicos mortos 255
Argentinos mortos 649
Habitantes das ilhas mortos 3
A seguir, perguntas e respostas sobre o conflito entre a Grã-Bretanha e a Argentina pela ilhas:
Por que houve a guerra?
A guerra foi resultado de uma disputa territorial entre a Grã-Bretanha e a Argentina pelo arquipélago das Malvinas. Os argentinos reivindicam a soberania da região desde o século 19. Negociações para resolver a disputa política começaram em 1965, mas não deram resultados, principalmente pelo fato de a população local ser contra a transferência da soberania para a Argentina. Em 1982, o governo militar argentino resolveu tomar as ilhas à força, o que provocou a reação militar britânica.
Quando foi a guerra?
O conflito teve início no dia 2 de abril de 1982, quando os argentinos ocuparam as Malvinas. A guerra acabou no dia 14 de junho, quando os militares britânicos tomaram Porto Stanley, depois da rendição argentina.
Como foi a guerra?
As forças da Grã-Bretanha, mais poderosas do que as da Argentina, tiveram de cruzar o Oceano Atlântico para retomar o controle das ilhas. As tropas desembarcaram na ilha ao leste, na costa oposta à capital Porto Stanley. O avanço terrestre britânico até Stanley teve apoio das artilharias aérea e naval. Até o desembarque, a Argentina conseguiu resistir, afundando navios britânicos com os mísseis Exocet. Depois, a tarefa dos argentinos ficou muito mais difícil. O conflito durou 74 dias. Morreram em combate 649 argentinos e 255 britânicos. Três habitantes das ilhas morreram durante os bombardeios.
Quais os argumentos da Argentina sobre a soberania?
O principal argumento é o fato de os britânicos terem expulsado os moradores argentinos em 1833 para iniciar a colonização atual. Antes e ao mesmo tempo, britânicos e espanhóis tiveram assentamentos no arquipélago, mas as ilhas estavam abandonadas quando os argentinos chegaram. A Argentina também acredita que herdou o território da Espanha.
Quais os argumentos britânicos?
Os britânicos disputaram a soberania do arquipélago no século 18 com a Espanha. Os dois países chegaram a estabelecer colônias paralelas na região. Os britânicos abandonaram seu assentamento, mas nunca desistiram da soberania. O principal argumento hoje é que a população das ilhas é britânica e quer manter os laços coloniais.
Como o mundo reagiu à guerra?
A Europa ficou do lado da Grã-Bretanha. Os Estados Unidos, no início, tentaram mediar o conflito, mas depois apoiaram os britânicos, impondo sanções à Argentina. O regime argentino contava com a neutralidade americana, pois na época ajudava militarmente os Estados Unidos na América Central. Entretanto, o então presidente americano, Ronald Reagan, preferiu respaldar o tradicional aliado, no momento em que as tensões da Guerra Fria aumentavam. O Brasil, que considerava justa a reivindicação argentina, não apoiou a ocupação militar e defendeu uma solução pacífica para a crise. A ONU condenou a ação e pediu negociações diplomáticas.
Quais foram as conseqüências da guerra?
O regime militar argentino entrou em colapso, e o país realizou eleições democráticas em 83. O plano do general Leopoldo Galtieri, presidente da Argentina, de ganhar apoio popular com a invasão, teve, no final, efeito inverso. Do lado britânico, a vitória consolidou o governo da primeira-ministra Margaret Thatcher. Para a comunidade das ilhas, a guerra acabou trazendo efeitos positivos, já que a Grã-Bretanha renovou seu compromisso com o arquipélago e passou a investir no lugar.
Como está a situação diplomática hoje?
Argentina e Grã-Bretanha têm hoje boas relações diplomáticas. Os argentinos continuam a reivindicar a soberania das ilhas, mas aceitaram engavetar a disputa para não atrapalhar outros aspectos da relação. Os britânicos não aceitam negociar a soberania. Os habitantes das ilhas voltaram a aceitar a entrada de argentinos no lugar em 1999, mas a relação entre o arquipélago e o continente ainda é ruim.
A GUERRA A CADA BATALHA - 1982
Restos da batalha de Goose Green2 de abril: Centenas de soldados argentinos ocupam as ilhas. O governo britânico corta relações diplomáticas com a Argentina e aprova o envio de força naval para o Atlântico Sul.
3 de abril: A Argentina também toma a ilha de Geórgia do Sul. População celebra nas ruas de Buenos Aires. O Conselho de Segurança da ONU aprova a resolução 502, que pede a retirada de todas as tropas das ilhas e negociações de paz. No Parlamento britânico, o governo de Margaret Thatcher é duramente criticado por não prever a ação argentina.
5 de abril: As primeiras das 40 embarcações britânicas que comporiam a força naval partem para o Atlântico Sul. No total, a Grã-Bretanha envia 20 mil homens. Sob críticas, o ministro de Relações Exteriores do país, Lord Carrington, se demite e é substituído por Francis Pym.
7 de abril: O governo britânico anuncia que pretende impor uma zona de exclusão ao redor das ilhas de 320 km no dia 26 de abril.
12 de abril: A zona de exclusão marítima imposta pelos britânicos começa a vigorar.
14 de abril: Após visitas a Buenos Aires e Londres, o então secretário de Estado americano, Alexander Haig, encarregado de mediar o conflito, retorna para os Estados Unidos para reunião com o presidente Ronald Reagan.
17 de abril: Haig apresenta um plano de paz ao governo militar argentino.
22 de abril: Submarinos, porta-aviões e outras embarcações de guerra britânicas entram nas águas das Malvinas. Pym chega a Washington para reunião com Haig.
25 de abril: A Grã-Bretanha retoma a ilha de Geórgia do Sul. A primeira-ministra Margaret Thatcher diz para britânicos "festejarem".
26 de abril: Thatcher diz que o tempo para diplomacia está se esgotando.
27 de abril: Militares apresentam ao gabinete de guerra britânico a operação planejada para liberar as ilhas. Haig envia a Londres uma proposta final para evitar o conflito.
O avião Super Entender com
mísseis Exocet1º de maio: Aviões britânicos atacam a pista de pouso de Porto Stanley. Três aviões argentinos são derrubados. Pym volta a Washington, agora como aliado dos Estados Unidos.
2 de maio: O submarino britânico HMS Conqueror afunda o navio cruzador argentino General Belgrano, fora da zona de guerra. O ataque resulta na morte de 323 argentinos; 680 são resgatados. Francis Pym se econtra com o secretário-geral da ONU, Javier Perez de Cuellar.
3 de maio: Barcos de patrulha da Argentina são atacados.
4 de maio: Avião Super Etender argentino afunda o destróier britânico HMS Sheffield, com um míssil Exocet. Vinte britânicos morrem. Caça britânico é derrubado. A Grã-Bretanha inicia o bombardeio de Porto Stanley.
6 de maio: O governo militar argentino rejeita segunda proposta de paz apresentada pelo governo do Peru.
7 de maio: A ONU entra nas negociações de paz. O governo britânico amplia a zona militar de exclusão, cujo o limite passa a vigorar a 20 km da costa argentina.
8 de maio: As ilhas são bombardeadas do mar e do ar. Caças britânicos afundam barco de pesca argentino.
11 de maio: O navio de suprimentos argentino Isla de los Estados é afundado pela fragata britânica HMS Alacrity. A Argentina declara zona de guerra todo o Atlântico Sul.
14 de maio: Três aviões argentinos são derrubados. Thatcher afirma que um acordo de paz pode não ser possível. Britânicos destroem 11 aviões argentinos que estavam estacionados em uma ilha próxima.
18 de maio: Britânicos e argentinos rejeitam proposta de paz do então secretário-geral da ONU, Javier Perez de Cuellar.
20 de maio: Margaret Thatcher anuncia ao Parlamento que as negociações de paz fracassaram.
21 de maio: As forças britânicas desembarcam nas ilhas, na Baía de San Carlos, há 80 km de Porto Stanley. Na operação, a fragata britânica HMS Ardent é afundada. Dezesseis aviões argentinos são também derrubados.
O navio Belgrano, afundado
pelo submarino britânico
Conqueror23 de maio: A fragata britânica HMS Antelope é afundada. Sete aviões argentinos são derrubados em dois dias. O Ministério da Defesa anuncia que a Grã-Bretanha tem 5.000 soldados em terra na ilhas.
25 de maio: O destróier HMS Coventry é bombardeado e 19 marinheiros britânicos morrem. O Atlantic Conveyor, navio de transporte de equipamentos, é afundado por um Exocet, e 12 britânicos morrem.
28 e 29 de maio: Usando pesada artilharia, tropas de 500 soldados britânicos tomam as posições em Goose Green e Darwin, defendidas por 1.500 argentinos, depois de um dia inteiro de batalhas. Dezoito britânicos morrem, entre eles o comandante da operação, coronel Herbert Jones. Do lado argentino, 250 são mortos. O Exército britânico prende mais de mil soldados argentinos. Os corpos dos argentinos são sepultados no local em uma cova comum.
29 de maio: Sob bombardeio, as tropas britânicas continuam a avançar em direção a Porto Stanley. O Super Etender argentino dispara o quinto e último dos Exocets disponíveis no Atlantic Conveyor, que já estava afundando. Por horas, as Forças Armadas argentinas pensaram ter atingido o porta-aviões Invincible.
O navio britânico Sir Galahad,
atingido pelos argentinos4 de junho: A Grã-Bretanha veta no Conselho de Segurança da ONU uma resolução para o cessar-fogo.
8 de junho: Skyhawkers argentinos bombardeiam tropas que desembarcavam na Enseada de Bluff. A fragata HMS Plymouth é atingida. Os navios de logística que realizavam o desembarque, o Sir Galahad e o Sir Tristam, são atingidos. O primeiro afunda. No total, 51 britânicos morrem e 55 ficam seriamente feridos.
11 de junho: Começa a batalha por Porto Stanley.
12 de junho: As tropas britânicas tomam a posição argentina no Monte Longdon, nos arredores de Porto Stanley, depois de longa batalha. O confronto resulta em 50 mortes entre argentinos e 29 entre os britânicos. O Monte Harrier também é tomado. O destróier britânico HMS Glamorgan é atingido na região, matando 13 britânicos.
13 de junho: No Monte Tumbledown, também posição estratégica para Porto Stanley, 40 argentinos e nove britânicos morrem durante combates. A Grã-Bretanha vence a batalha.
Soldado argentino rendido14 de junho: As tropas argentinas em Porto Stanley são derrotadas. A Argentina se rende. Cerca de 9.800 soldados entregam suas armas.
A HISTÓRIA DA ILHA
1502: Ano em que as ilhas teriam sido avistadas pela primeira vez pelo navegador Américo Vespúcio.
1507: As ilhas são incluídas nos mapas da América do Sul da época, embora sua localização varie de mapa para mapa.
1690: O navegador britânico John Strong desembarca nas ilhas. Ele batiza o estreito entre as duas principais ilhas de Falklands, o sobrenome do então tesoureiro da força naval inglesa.
Século 17: Navegadores espanhóis e franceses passam pelas ilhas, em um período de intensa rivalidade comercial.
1713: O tratado de Utrecht confirma formalmente o controle espanhol sobre seus tradicionais territórios na América, entre eles as ilhas. Isso não inibe as ambições britânicas e francesas. A ilha era vista como um ponto estratégico para batalhas no Atlântico Sul.
1764: A França, por intermédio de Antoine de Bougainville, estabelece o primeiro assentamento no local, na ilha leste, ao norte da atual capital, Porto Stanley. Ele nomeia as ilhas Isles Malouines, de onde deriva o nome espanhol Malvinas.
1765: O comodoro John Byron monta um assentamento britânico na ilha oeste.
1767: A França, então aliada da Espanha, cede sua colônia nas ilhas para o Império Espanhol, sob os termos do tratado de Utrecht.
1770: Força naval espanhola parte de Buenos Aires e expulsa os colonizadores britânicos da ilha oeste.
1771: Com o objetivo de evitar uma guerra entre dois impérios por causa de um grupo de ilhas no Atlântico Sul, espanhóis e britânicos concordam em dividir a colonização do lugar. Mas a disputa política pela soberania sobre o território continua entre os dois reinos.
1773: Por causa de problemas com suas outras colônias, os britânicos abandonam seu assentamento nas ilhas mas continuam reivindicando soberania. Somente a comunidade espanhola permanece.
1790: Grã-Bretanha e Espanha assinam a Convenção do Estreito de Nootka, pela qual os britânicos renunciam às suas ambições coloniais na América do Sul.
1810: Na Argentina, Buenos Aires inicia o processo de independência, e a autoridade colonial espanhola decide remover seu assentamento das ilhas.
1820: A Argentina, que havia declarado sua independência em relação à Espanha em 1816, envia às ilhas uma fragata para reclamar sua soberania sobre as ilhas. As tentativas de impor autoridade marítima na região falharam nos primeiros anos da década.
1826: Louis Vernet, francês a serviço do novo governo argentino, estabelece um assentamento nas ilhas.
1829: Nomeado governador das ilhas pela Argentina, Vernet proíbe os barcos de caça de baleias e leões-marinhos na região e ameaça processar os responsáveis em Buenos Aires.
1831: Em agosto, três barcos americanos desrespeitam o decreto de Vernet e são apreendidos. Os capitães são presos e levados a Buenos Aires. Quatro meses depois, os Estados Unidos retaliam, atacando as ilhas. Os americanos saqueam o assentamento, destroem fortes, prendem líderes do assentamento e os removem para a Argentina.
1832: Buenos Aires protesta contra as ações americanas, classificando-as de "pirataria". Um mês depois, a província argentina envia o capitão Josá Maria Pinedo para retomar o controle do assentamento.
2 de janeiro de 1833: Dois navios de guerra britânicos chegam às ilhas sob o comando do capitão James Onslow. Ele anuncia que chegou para conquistar as ilhas e dá a Pinedo um prazo de 24 horas para a rendição.
3 de janeiro de 1833: Sem fortes ou munição, Pinedo se rende, sob protestos.
6 de janeiro de 1833: Pinedo e seus soldados embarcam para Buenos Aires. Muitos dos assentados se refugiam e resistem nas montanhas. Eles acabam sendo expulsos pelos britânicos.
15 de janeiro de 1833: Buenos Aires protesta contra a ação britânica e reivindica a devolução das ilhas. Os protestos se renovam mais tarde, mas são rejeitados pela Grã-Bretanha.
1834: Henry Smith, o primeiro governador britânico das ilhas, chega a Porto Louis, capital argentina que fica na ilha leste.
1840: Os primeiros membros do assentamento britânicos chegam às ilhas.
1841: Britânicos constroem base naval nas ilhas, e a economia do local se volta para a produção de lã.
1842: A capital é deslocada de Porto Louis para onde fica hoje Porto Stanley.
1843: No dia 23 de junho, a rainha Vitória incorpora as ilhas aos domínios da Coroa britânica.
1852: A Falklands Islands Company (FIC), organizada por um grupo de investidores britânicos, recebe permissão da rainha Vitória para desenvolver a economia das ilhas.
1960: A ONU (Organização das Nações Unidas) pede o fim do colonialismo em sua resolução 1514. A Grã-Bretanha inclui as Malvinas na lista de colônias que poderiam ganhar independência. A Argentina protesta.
1965: A resolução 2065 da ONU determina que argentinos e britânicos devem negociar a soberania das ilhas. Os dois países iniciam negociações secretas.
1968: Os dois países acordam condições diplomáticas para a transferência da soberania, que preservaria os "interesses", mas não levaria em conta os "desejos" dos habitantes das ilhas. Surge o Falkland Islands Pressure Group, grupo de lobby formado pelos donos de terras nas ilhas que é contra a transferência. A organização ganha a simpatia de parlamentares e de meios de comunicação.
Em dezembro, o Parlamento britânico recusa acordo para transferir a soberania para a Argentina, alegando que isso iria de encontro aos desejos dos habitantes da ilhas.
1971: Argentina e Grã-Bretanha fecham um acordo pelo qual os argentinos passariam a prover transporte e comunicação para as ilhas e, com isso, quebrar a resistência dos seus habitantes.
1973: Em abril, a Grã-Bretanha se recusa a negociar a soberania das ilhas, argumentando que não poderia desistir das Malvinas sem o consentimento dos habitantes. As negociações ficam paralisadas. Em dezembro, a Assembléia Geral da ONU aprova a resolução 3160, pedindo que Argentina e Grã-Bretanha retomem negociações.
1975: Em outubro, uma missão britânica, sob o comando de Lord Shackleton, é enviada às ilhas para investigar as possibilidades de exploração de recursos naturais. A Argentina protesta, alegando não ter dado sua permissão oficial.
1976: Em janeiro, a Argentina retira seu embaixador de Londres, em protesto contra a presença do navio de guerra HMS Shackleton no Atlântico Sul e contra a recusa britânica em negociar a soberania das ilhas. A Grã-Bretanha também chama de volta seu embaixador em Buenos Aires.
1977: O governo britânico envia, secretamente, um submarino e duas fragatas para o Atlântico Sul, após ter recebido informes de inteligência sobre a possibilidade de uma ação argentina nas ilhas.
1979: Os dois países concordam em mandar de volta seus embaixadores para ambas as capitais, depois de três anos de relações suspensas.
1981: O general Leopoldo Galtieri assume a chefia do governo militar argentino. Recuperar as ilhas faz parte de seu pacto com a Marinha para chegar à Presidência.
Janeiro a Março de 1982: Os dois países criam uma comissão permanente de negociação. No mesmo ano, a primeira-ministra Margaret Thatcher envia o navio de guerra Endurance para expulsar trabalhadores argentinos que, contratados por um vendedor de sucata, haviam desembarcado na Geórgia do Sul para desmontar navios encalhados. A Marinha argentina envia o navio Bahia Paraíso para a ilha. Em março, o governo militar argentino decide antecipar planos para ocupar as ilhas, devido aos protestos internos contra recentes medidas econômicas e à avaliação de que os britânicos reforçariam suas posições no Atlântico Sul após o episódio envolvendo os trabalhadores.
EM IMAGENS: A ILHA HOJE
Hoje, depois da guerra entre a Grã-Bretanha e a Argentina, as Ilhas Malvinas, chamadas pelos britânicos de Falklands, estão em uma fase de desenvolvimento econômico.
A pesca e o ecoturismo estão entre as principais atividades econômicas do arquipélago. A seguir, fotos das Malvinas hoje:
Há cerca de um milhão de pingüins nas Ilhas Malvinas
A paisagem do arquipélago durante o inverno
A capital das Malvinas, Porto Stanley
Praia interditada por causa de minas enterradas
O cemitério onde estão os soldados argentinos
O cemitério dos soldados britânicos de San Carlos
Reforma no monumento aos mortos da guerra
Pesca é a principal atividade econômica das ilhas
Fonte:http://www.passeiweb.com