De acordo com registros históricos, os índios Xokleng transitavam nas terras de encosta de Santa Catarina até serem praticamente exterminados no contato com o branco. No entanto, uma pesquisa desenvolvida pela equipe do Grupo de Pesquisa em Educação Patrimonial e Arqueologia (Grupep-Arqueologia) da Unisul, revela que os vestígios materiais localizados na encosta, uma faixa de 80 km de extensão entre a planície litorânea e o planalto catarinense, na verdade demonstram uma intensa ocupação do local não só pelos Xokleng. O material arqueológico remete a caçadores-coletores da Tradição Umbu, mais antiga que a etnia Xokleng. O trabalho, coordenado pela professora Deisi Scunderlick Eloy de Farias, foi desenvolvido nos últimos dois anos, por meio de uma varredura nos 17 municípios da região da AMUREL - Associação de Municípios da Região de Laguna, do mapeamento de 200 sítios arqueológicos, além do resgate e análise de cerca de 20 mil peças, em pesquisas de campo, bibliografia e coleções de materiais já catalogadas. "Genericamente, podemos sugerir que os sítios investigados seriam vinculados a uma cultura pré-ceramista anterior aos Xokleng, já que apresentam material lítico relacionado a essa cultura. O padrão identificado, junto com material lítico (lascas e pontas de projéteis), é diferente do padrão estabelecido para os caçadores-coletores da Tradição Umbu proposto pela arqueologia brasileira para aquelas terras", diz a arqueóloga. Ela sintetiza: "As datações que obtivemos, de 1.150 d.C., indicam que são grupos ancestrais dos Xokleng". Fonte:História Viva |