28.8.09

Império Bizantino


Βασιλεία Ῥωμαίων
Vasilía Roméon
Imperium Romanum

Império Romano do Oriente

Império


330 – 1453
FlagBrasão
Bandeira do Império Bizantino[1]Emblema Imperial
(Palaiologoi)[2]
Localização de Império Bizantino
O Império Bizantino durante sua maior extensão territorial sobJustiniano. 550.
ContinenteAfroeurásia
RegiãoMediterrâneo
CapitalConstantinopla¹
Língua oficialLatim até o século VII,Grego depois
ReligiãoCristianismo Ortodoxo(Grega)
GovernoMonarquia
Imperador
• 1449–1453Constantino XI
LegislaturaSenado Bizantino
Período históricoIdade Média
• Fundação deConstantinopla330
Grande Cisma do Oriente1054
• Queda de Constantinopla pela Quarta Cruzada1204
• Reconquista de Constantinopla1261
• Queda dos Muros de Constantinopla1453
População
• Século IV³ est.34 000 000
• Século VIII (780 AD) est.7 000 000
• Século XI³ (1025 AD) est.12 000 000
• Século XII³ (1143 AD) est.10 000 000
• Século XIII (1281 AD) est.5 000 000
MoedaSolidus, Hyperpyron
Precedido por
Sucedido por
Império Romano
Império de Trebizonda
Despotado da Moreia
Ducado do Arquipélago
Signoria de Negroponte
Reino do Chipre
Ducado de Atenas
Império Otomano
República de Veneza
Marquesado de Bodonitsa
Ducado de Atenas
Império Latino
Reino de Tessalónica
Principado de Acaia
Ducado de Filipópolis
Reino Arménio da Cilícia
Império de Niceia
¹ Constantinopla (330–1204 e 1261–1453). A capital doImpério de Nicéia, o império depois da Quarta Cruzada, foi Nicéia, atual İznik, Turquia.
² A data de estabelecimento tradicionalmente considerada é a de re-fundação de Constantinopla como a capital do Império Romano, embora outras datas sejam frequentemente usadas.
³ Veja
População do Império Bizantino para gráficos mais detalhados e também Mcevedy and Jones, "Atlas of world population history", 1978, e Angeliki E. Laiou, "The Economic History of Byzantium", 2002.

O Império Bizantino ou Reinado Bizantino (em grego: Βασιλεία Ῥωμαίων), inicialmente conhecido como Império Romano do Oriente ou Reinado Romano do Oriente, sucedeu o Império Romano (cerca de 395) como o império e reinado dominante do Mar Mediterrâneo. Sob Justiniano I, considerado o último grande imperador romano, dominava áreas no atual Marrocos, Cartago, sul da França e da Itália, bem como suas ilhas,Península Balcânica, Anatólia, Egito, Oriente Próximo e a Península da Criméia, no Mar Negro. Sob a perspectiva ocidental, não é errado inserir o Império Bizantino no estudo daIdade Média, mas, a rigor, ele viveu uma extensão da Idade Antiga. Os historiadores especializados em Bizâncio em geral concordam que seu apogeu se deu com o grande imperador da dinastia Macedônica, Basílio II Bulgaroctonos (Mata-Búlgaros), no início doséculo IX. A sua regressão territorial gradual delineou a história da Europa medieval, e suaqueda, em 1453, frente aos turcos otomanos, marcou o fim da Idade Média.


Origem

O embrião do Império Bizantino surgiu quando o imperador romano Constantino I decidiu construir sobre a antiga cidade grega de Bizâncio uma nova capital para o Império Romano, mais próxima às rotas comerciais que ligavam o Mar Mediterrâneo ao Mar Negro, e a Europa à Ásia. Além disso, já havia algum tempo que Roma era preterida por seus imperadores que optavam por outras sedes de governo, em especial cidades mais próximas das fronteiras ou onde a pressão política fosse menor. Em geral, eles tendiam a escolher Milão, mas as fronteiras que estavam em perigo na época de Constantino eram as da Pérsia ao Leste e as do Danúbio ao norte, muito mais próximas da região dosEstreitos Turcos. A nova capital, batizada de Constantinopla em homenagem ao Imperador, unia a organização urbana de Roma à arquitetura e arte gregas, com claras influências orientais. É uma cidade estrategicamente muito bem localizada, e sua resistência a dezenas de cercos prova a boa escolha de Constantino. Em pouco tempo, a cidade renovada tornar-se-ia uma das mais movimentadas e cosmopolitas de sua época. Sua religião, língua e cultura eram essencialmente gregas, e não romanas, mas para osbizantinos a palavra "grego" significava, de maneira injuriosa, "pagão". Os persas e osárabes também chamavam os bizantinos de "romanos". A palavra bizantino vem deBizâncio, o antigo nome da capital do Império Romano do Oriente, Constantinopla. O termo bizantino começou a ser utilizado somente depois do século XVII, quando os historiadores o criaram para fazer uma distinção entre o império da Idade Média e o daAntiguidade. Tradicionalmente, era conhecido apenas como Império Romano do Oriente (devido à divisão do Império feita pelo imperador romano Teodósio I, no século IV da Era Cristã)..


Identidade, continuidade e consciência

O Império Bizantino pode ser definido como um império formado por várias nações daEurásia que emergiu como império cristão e terminou seus mais de 1000 anos de história em 1453 como um estado grego ortodoxo: o império se tornou nação.

Nos séculos que seguiram às conquistas árabes e lombardas do século VII, esta natureza inter-cultural (assinalamos: não multinacional) permaneceu ainda nos Bálcãs e Ásia Menor, onde residia uma poderosa e superior população grega.

Os bizantinos identificavam a si mesmos como romanos, e continuaram usando o termo quando converteu-se em sinônimo de helênico. Preferiram chamar a si mesmos, em grego,romioi (quer dizer povo grego cristão com cidadania romana), ao mesmo tempo que desenvolviam uma consciência nacional como residentes de Romania (Romania é como o estado bizantino e seu mundo foram chamados na sua época). O nacionalismo se refletia na literatura, particularmente nas canções e em poemas como o Akritias, em que as populações fronteiriças (de combatentes chamados akritas) se orgulhavam de defender seu país contra os invasores.

Ainda que os antigos gregos não fossem cristãos, os bizantinos os reclamavam como seus ancestrais. De fato, os bizantinos se referiam a eles mesmos como romioi por ser uma forma de reter tanto sua cidadania romana quanto sua herança ancestral grega. Um substituto comum do termo "heleno" (que tinha conotações pagãs) tanto como o de romioi, foi o termo graekos (grego). Este termo foi usado frequentemente pelos bizantinos (tanto como romioi) para sua auto-identificação étnica.

A dissolução do estado bizantino no século XV não desfez imediatamente a sociedade bizantina. Durante a ocupação otomana, os gregos continuaram identificando-se como romanos e helenos, identificação que sobreviveu até princípios do século XX e que ainda persiste na moderna Grécia.


História


Primeiros Séculos

Entre o século III e o século V, o Império Romano viveu uma desastrosa crise nas suas estruturas. A parte ocidental do Império, onde se localizava a capital, Roma, teve que lidar com massivas imigrações de povos do norte e do leste, fenômeno conhecido comoInvasões Bárbaras. Enquanto isso, a parte oriental do Império Romano, que sofria menos com essas invasões, se achava numa situação mais estável, tanto econômica como politicamente.

Já fazia alguns anos que os imperadores romanos "fugiam" de Roma, escolhendo cidades como Milão para morar. A antiga capital, Roma, estava decadente e a elite senatorial era imprevisível quanto à sua fidelidade. Então não foi nenhuma surpresa quando Constantino ordenou, em 324, a construção de uma nova capital no lado europeu do Bósforo. A cidade foi erguida no local da antiga Bizâncio, colônia fundada por gregos de Mégara em 657 a.C. foi inaugurada com o nome de Constantinopla, em 330.

Constantinopla tinha uma posição privilegiada. Entre os mares de Mármara, Negro e Egeu, constituiu, ao longo de sua história, um verdadeiro entreposto comercial entre o Ocidente e o Oriente.


Dinastias latinas

Série História da Grécia

Partenon

Civilização Egéiaantes de 1600 a.C.
Grécia Micênicac. 1600-1200 a.C.
Idade das Trevasc. 1200-800 a.C.
Grécia Antiga776-323 a.C.
Período Helenístico323 a.C.-146 a.C.
Período Greco-Romano146 a.C.-330 AD
Império Bizantino330 AD-1453 AD
Período Otomano1453-1832
Grécia Modernadepois de 1832
Tópicos
Língua GregaLiteratura Grega
História militarO grego em termos


Nesse período, os imperadores buscaram combater o
helenismo, predominando as instituições latinas. O latim também foi mantido como língua oficial.

O Império Bizantino, 1265. The Historical Atlas, William R. Shepherd, 1911.

De 395 a 457, estendeu-se a dinastia Teodosiana, cujo primeiro imperador foiArcádio, responsável pela expulsão dosvisigodos no final do século IV. Destacou-se também o cerco de Átila, o Huno, afastado, em 443, por meio do pagamento de um resgate de seis mil libras de ouro.

De 457 a 518, estendeu-se a dinastia Leonina que foi deposta em 477 mais somente o Imperador Basilisco ou (Bizânico) e foi restaurada em 491 porAnastácio I um de seus herdeiros, na qual destacou-se, em 488, o acordo de combate aos hérulos levado a efeito entre o imperador Zenão I e o rei dos ostrogodos, Teodorico.

A mais importante dinastia latina foi a Justiniana (518-610). Nela, o imperador Justiniano I(527-565) buscou restaurar e dispor sob sua inteira autoridade a vastidão típica do Império dos Antoninos (96-192). Em 534, sob o comando do general Belisário, o exército de Justiniano conquistou o Reino dos Vândalos. Em 554, com a conclusão das Guerras Góticas, na Península Itálica, o Império abraçava também o Reino dos Ostrogodos.

Para a posteridade, porém, o maior legado desse período foi o Corpus Juris Civili, base, ainda hoje, da maioria dos códigos legislativos do mundo. O Corpus Juris Civili era dividido em quatro partes: o Código Justiniano - compilação de todas as leis romanas desde Adriano(117-138) -, o Digesto ou Pandectas - reunião de trabalhos de jurisprudência de grandes juristas -, as Institutas - espécie de manual que facilitava o uso do Código ou do Digesto -, e as Novelas ou Autênticas - novas leis decretadas por Justiniano e seus sucessores.

Justiniano ordenou também a construção da Basílica de Santa Sofia, com estilo arquitetônico próprio, o qual convencionou-se chamar de estilo bizantino.

No século VI, para combater a heresia do nestorianismo, o Patriarca de Alexandria, Dióscoro, desenvolveu o monofisismo, formulação teológica também condenada pela Igreja Católica e muito ligada a ideiais de emancipação política no Egito e na Síria. Desencadearam-se então movimentos de perseguição aos monofisistas, protegidos, no entanto, pela esposa de Justiniano, a Imperatriz Teodora. Buscando manter a unidade do Império, Justiniano desenvolveu a heresia do monotelismo, uma tentativa de conciliação entre o monofisismo e o nestorianismo.

O cesaropapismo de Justiniano, que inclusive muito marcou o Império Bizantino, gerava distúrbios na ordem e insatisfação da população, já indignada com a cobrança abusiva de impostos. Em 532, estourava a Revolta de Nika, sufocada completamente pelo general Belisário após oito dias.

Justiniano ainda se viu às voltas com terremotos, fome e a grande peste de 544. Após sua morte, os lombardos, até então estabelecidos naPanônia como aliados, invadiram, em 568, a Itália setentrional. Os bizantinos mantiveram ainda o Exarcado de Ravenna, os ducados de Roma e Nápoles, a Ístria, a Itália Meridional e a Sicília.

Os Justinianos ainda enfrentaram as investidas do Império Persa Sassânida, no Oriente, e dos ávaros, no norte. Para tanto, deixaram para segundo plano a proteção dos territórios conquistados na Hispânia, no norte da África e na Itália, o que facilitou a posterior fixação, nestas regiões, dos maometanos e dos Estados da Igreja.


Apogeu

Bandeira bizantina do século XIII

Contudo, o Império sobreviveu, graças aos disciplinados exércitos, ao emprego do fogo grego nas batalhas marítimas e a bons imperadores e generais. Entre os séculos VII e IX, desenvolveu-se o movimento iconoclasta, que condenava o culto das imagens. Vários imperadores iconoclastasenfrentaram problemas internos, resultantes de uma população que não aderia ao movimento religioso. Já contra os turcos, os imperadores deste tempo conseguiram manter seus territórios e se defender relativamente bem contra os inimigos.

Em 867, subiu ao trono Basílio I, dando início à Dinastia Macedônica, que levou o Império ao auge. Muitas vitórias foram obtidas frente aos turcos, eslavos e búlgaros. Basílio II, que governou de 976 a1025, completou a expansão do Império. Ele prejudicou os grandes proprietários rurais em favor dos camponeses e venceu de uma vez por todas a Bulgária, incorporando-a ao Império e recebendo a fama de Bulgaroctonos (Mata-Búlgaros). Venceu os normandos em Canas e restabeleceu a autoridade imperial na Apúlia.


Declínio

No século VI, o império perdeu a Itália para os lombardos. No século VII, os árabes conquistaram Jerusalém, Damasco, Alexandria, Cartago.

A idade áurea do Império parecia ter acabado. Em 1071, o imperador bizantino Diógenes IV foi vencido e capturado pelos turcos seljúcidas naBatalha de Manzikert. Essa batalha marcou a desintegração do sistema defensivo que durante séculos protegeu a Ásia Menor e a entrada dos turcos na península anatólica. Com isso o Império perdeu até um terço de sua população e recursos.

Por mais que a dinastia subseqüente, aquela dos Comneni, tentasse recuperar o Império, ataques do ocidente e do norte e a própria sorte dos imperadores impediram isso. A Península Itálica estava definitivamente perdida. O declínio do Império veio acompanhado de uma subserviência comercial aos interesses ora da República de Veneza (com a qual o próprio Basílio II assinou um tratado), ora da República de Gênova, até que finalmente Veneza desviou a Quarta Cruzada para Constantinopla, que caiu frente aos cruzados em 1204.

Três Estados com governantes bizantinos surgiram depois da primeira "queda" de Constantinopla:

Destes, é o Império de Nicéia que é considerado o verdadeiro sucessor. Governado por imperadores fortes e bons, se tornou a primeira potência territorial na Ásia Menor. A agricultura se desenvolveu, assim como o comércio, e várias cidades na Europa foram recuperadas. Os Paleólogos, faltando com o seu juramento de lealdade, assassinaram o legítimo imperador e depuseram a dinastia dos Vatatzes-Laskaris.Miguel VIII Paleólogo fez uma aliança desnecessária com Gênova e conseguiu reconquistar a antiga capital do Império Bizantino no dia 25 de julho de 1261.

Contudo a dinastia dos Paleólogos não conseguiu recuperar a antiga glória imperial. A retirada de tropas da Ásia para a defesa e reconquista da Europa abriu caminho para os vários emirados turcos, inclusive aquele dos Otomanos, se instalarem em antigos territórios do Império de Nicéia.

Sem os territórios asiáticos e com a colonização comercial de Veneza e Gênova, o destino do Império estava selado. Especialmente prejudicial era colônia genovesa de Pera, que, instalada de frente a Constantinopla, do outro lado do Chifre de Ouro, dominava o comércio local, importante para os bizantinos. Apesar de várias tentativas de obter apoio ocidental, culminando com a promessa de união entre a Igreja Católica Romana, com sede em Roma, e a Igreja Católica Ortodoxa, com sede em Constantinopla, no Concílio de Ferrara/Florença, poucos foram os resultados. A cruzada pregada pelo papado para o resgate da Nova Roma foi vencida pelos otomanos. A viagem do imperador João VIII ao Ocidente não rendeu frutos, apesar dele ter sido muito bem tratado nos reinos ocidentais. akubalka akubalaka



A queda de Constantinopla

Ver artigo principal: A queda de Constantinopla


Consequências

A queda de Constantinopla significou a perda de um posto estratégico do cristianismo, que assegurava o acesso de comerciantes europeus em direção às rotas comerciais para a Índia e a China, sobretudo para os comerciantes venezianos e genoveses. Com a dominação turca, a rota entre o Mediterrâneo e o Mar Negro ficou, senão bloqueada aos navios cristãos, ao menos dificultada. Isto impulsionou uma corrida naval em busca de outra rota em direção à Índia através do Oceano Atlântico, contornando a África,.Espanha e Portugal rapidamente tiraram vantagem da posição geográfica para dominar as novas rotas, causando o declínio das repúblicas marítimas de Veneza e Gênova. No final doséculo XV, financiado pelos reis de Espanha, Cristóvão Colombo partiu para uma ousada tentativa de alcançar a Ásia em uma nova rota através do oceano, para oeste, descobrindo um novo continente, a América, descortinando um novo mundo para os europeus. Este mesmo processo de fechamento do comércio no mar mediterrâneo, no qual os turcos otomanos impediram o avanço europeu, fez com que toda a região balcânica se tornasse mais dependente da produção própria, juntamente com a península Itálica. As diversas transformações econômicas e políticas que se seguiram à queda do Império Romano do Oriente levaram os historiadores a convencionarem o ano de 1453como o marco do fim da Idade Média e do fim do feudalismo na Europa, fazendo do Império Bizantino um grande marco para as descobertas de novas terras, e para o desenvolvimento do capitalismo no mundo.


Fonte:
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