13.3.11

HISTÓRIA DA MOEDA NO BRASIL

D. Sebastião determinou em 1568 a circulação de moedas portuguesas na nova terra descoberta, promovendo a integração entre a América Portuguesa e o império de Portugal. Começava ali a história da moeda no Brasil. Em cada um dos itens do sumário abaixo você vai saber como surgiram as nossas moedas e quais foram os principais acontecimentos históricos da época. Embarque nesta viagem e conheça o Brasil através deste importante elemento da vida nacional: a moeda.

A Moeda no Brasil Colônia

O Pau-brasil

Muito antes da chegada de Cabral às terras ameríndias, os europeus já conheciam o pau-brasil, de cujo cerne avermelhado, cor de brasa, extraíam um corante com que se tingiam panos. Era trazido das Índias pelos árabes, que auferiam grandes lucros nessa empresa, já que a cor vermelha dos tecidos, durante muitas décadas reservada aos eclesiásticos, entrara na preferência do vestuário burguês.

Os primeiros navegantes que aqui aportaram logo se aperceberam da abundância daquele produto natural, a maior riqueza imediatamente visível nas novas terras descobertas. O território, oficialmente denominado Vera Cruz, passou a ser conhecido como "a terra do brasil", denominação que mais tarde se tornou topônimo. A princípio, a extração da madeira se processava ao longo da costa, para facilitar o embarque. Logo se estabeleceram feitorias, que eram pequenos entrepostos encarregados da estocagem da madeira, recurso que abreviava a permanência das naus ancoradas, livres assim de esperar pelos demorados trabalhos de extração.

A Coroa portuguesa imediatamente tratou de colocar o produto sob a égide do monopólio e nomeou concessionários para sua exploração, já que essa nova riqueza, fora a perspectiva de outras, desencadeava a cobiça de franceses, ingleses e espanhóis, que passaram a freqüentar a costa brasileira em operações clandestinas. A necessidade de proteger o pau-brasil do contrabando por outras nações fez com que a Coroa portuguesa enviasse armadas de combate aos piratas e traficantes: e, para agilizar o processo de fixação dos portugueses à terra brasileira, promovesse a vinda, em 1530, de Martim Afonso de Sousa, que trouxe em sua frota cerca de 400 homens para esse fim. Mais tarde estabeleceu um sistema de capitanias hereditárias, que se incumbiriam igualmente da exploração e do reconhecimento das terras interiores.

O monopólio do pau-brasil durou até 1859, quando foram descobertos os corantes artificiais (anilinas), que tornavam inviável o comércio de madeiro.

A Cana-de-açúcar

A Coroa portuguesa não dispunha de recursos suficientes para uma exploração mais aprofundada do território descoberto. O regime de capitanias, que obrigava seus donatários a promover o desbravamento das terras interiores, só excepcionalmente correspondeu a esse fim. Mas serviu para promover a fixação do colonizador à terra descoberta ao nela se desenvolver a prática da agricultura, mormente com o cultivo da cana-de-açúcar, cujo rendimento começava a ser mais importante do que o auferido com a exportação do pau-brasil. O beneficiamento da cana-de-açúcar colocou os portugueses em posição privilegiada no suprimento do produto, a ponto mesmo de quebrar o monopólio dos venezianos, que até então eram os grandes fornecedores, principalmente a Flandres, que o distribuía aos demais países europeus. Com a união das coroas de Portugal e Espanha, os flamengos, já possuidores de tecnologia e recursos para a ampla comercialização do produto, aproveitando-se da fragilidade portuguesa, invadem, em 1630, as capitanias do nordeste brasileiro, passando a dominar assim todo o ciclo da economia açucareira.

As Minas Gerais

A crise açucareira levou a Coroa portuguesa a intensificar a busca de metais preciosos. Já era certa sua existência nestas terras, evidente nas pepitas que apareciam nos aluviões. Desde 1629 que os bandeirantes, empenhados na captura de índios, surtiam pelas terras interiores também à cata de riquezas, mas só em 1693 foram as jazidas auríferas propriamente descobertas, no território que veio a chamar-se das Minas Gerais. A exploração sistemática do metal deu início à fase mais próspera do Brasil colônia. Logo no ano seguinte, um ato real passou a garantir a posse das minas aos seus descobridores, ensejando com isso verdadeira corrida em busca de novos depósitos. Os garimpeiros ficavam obrigados, no entanto, a entregar à Coroa um quinto do metal extraído.


(4000 réis, D. Pedro II, de Portugal)

A princípio, o ouro em pó circulava livremente como moeda, mas, em 1720, o rei D. João V, achando-se defraudado no recolhimento do imposto, aboliu esse privilégio e decretou que o ouro só podia circular ou ser comerciado em barras. Para tanto, foram criadas casas de fundição, encarregadas da cunhagem das barras e do recolhimento do imposto. Os mineradores recebiam barras correspondentes a 80% do peso, acompanhadas de certificados ou guias, comprovando a posse do metal e o pagamento do imposto. Mais tarde, em 1771, com a descoberta dos diamantes, também a Casa da Administração Geral dos Diamantes, do Arraial do Tejuco, em Serro Frio, Minas Gerais, passou a exercer controle sobre o ouro da região, emitindo letras ou bilhetes resgatáveis, que tiveram curso como papel-moeda provincial. Em 1808, a Capitania de Minas Gerais criou bilhetes de 16, 12, 8, 4, 2 e 1 vinténs de ouro, destinados à troca compulsória pelo ouro em pó cuja circulação fosse flagrada. Houve duas impressões desses bilhetes no Rio de janeiro, e uma terceira que não chegou a circular. Todos esses títulos eram aceitos como moeda corrente nos pagamentos à Fazenda Real.



(D. João V, 172)

A Moeda da Colônia ao Império

O agravamento da doença mental de D. Maria I, conhecida pela alcunha de A Rainha Louca, determina, em 1799, seu afastamento do trono português, que vem a ser ocupado pelo filho, o Príncipe Regente D. João. A cunhagem de moedas de cobre com esse título, no entanto, só teve início em 1802 em Lisboa e, a de ouro a partir de 1805, nas Casas da Moeda da Bahia e do Rio de Janeiro.

Em 1808, em conseqüência da invasão de Portugal pelas tropas napoleônicas, a Família Real portuguesa transfere-se para o Brasil, trazendo em seu séqüito cerca de 15.000 pessoas da nobreza lusitana, com seus haveres e pecúnia. Como não houve a unificação dos sistemas monetários, o afluxo do novo numerário concorreu ainda mais para a desordem do meio circulante da Colônia.


(Dona Maria I)

D. João, como Regente, para atender aos elevados gastos de instalação da Corte portuguesa, mandou que as moedas espanholas de 8 reales que aqui circulavam, adquiridas por 750 e 800 réis, recebessem um carimbo, aumentando-lhes o valor para 960 réis. No próprio ano de sua chegada, criou o Banco do Brasil, que mais tarde daria início à emissão de bilhetes, precursores do papel-moeda.

Em 1809, criou nova moeda de prata no valor de 960 réis, popularmente chamada de patacão por equivaler a três patacas de 320 réis. Outra medida monetária desse mesmo ano foi a aplicação de carimbo com o escudo português sobre as moedas de prata da série J coroado e nas de cobre de módulo grande, anteriores a 1799, para aumentar-lhes o valor.


(Principe D. João, patacão: 960 réis)

Em 1810 tiveram lugar as primeiras emissões do Banco do Brasil para atender como sempre às despesas do governo. Eram bilhetes preenchidos e assinados a mão, apresentados em talões e recortados de modo a facilitar a verificação de autenticidade pela coincidência da linha de corte.


(bilhete do primeiro Banco do Brasil, 1810)

Houve no período regencial de D. João várias cunhagens de moedas de cobre: em 1811, no valor de 80 réis para fazer face à escassez de numerário miúdo e, entre 1813 e 1815, pela Casa da Moeda do Rio de Janeiro, nos valores de 80, 40 e 20 réis, para circularem em Moçambique, São Tomé e Príncipe, colônias portuguesas na África. As moedas conhecidas por macutas foram também aqui cunhadas nos valores de 2, 1, 1/2 e 1/4 de réis para correrem em Angola.

Com a derrocada de Napoleão em 1815, D. João, inspirado pelo Congresso de Viena, eleva o Brasil a Reino Unido a Portugal e Algarves, e em comemoração manda cunhar uma série especial de moedas, sendo as de ouro nos valores de 6.400 e 4.00 réis, as de prata no de 960 réis e as de cobre nos de 40 e 20 réis.

Com o falecimento de D. Maria I em 1816 e a coroação do Regente em 1818, com o título de D. João VI, tem início a cunhagem de moedas de ouro com a nova insígnia de "Rei de Portugal, Brasil e Algarves" e as armas do Reino Unido. O sistema monetário permaneceu porém inalterado, com a cunhagem de moedas nacionais e provinciais.

Em 1818, sempre para atender às despesas do governo, o Banco do Brasil passou a emitir sem lastro, inclusive, valores inferiores a 30.000 réis, o que contrariava suas disposições estatutárias.

Entre 1818 e 1822, as Casas da Moeda do Rio de Janeiro e da Bahia põem e circulação moedas de prata de um novo tipo, tendo no anverso a coroa real encimando o valor, a data e a letra monetária (R para Rio de Janeiro e B para Bahia), ladeados por dois ramos de carvalho, unidos abaixo por um laço.

Houve cunhagens de moedas de cobre feitas especialmente para as províncias. Em 1820, a Casa da Moeda do Rio de Janeiro lavrou peças de 80 e 40 réis destinadas a Mato Grosso e Goiás. De 1818 a 1821, as casas do Rio e de Minas Gerais cunharam moedas de 75 e 37 1/2 réis para circulação exclusiva nessa futura província, em substituição aos antigos bilhetes de permuta do ouro em pó, que andavam muito falsificados à época. Na província de Cuiabá os pesos hispano-americanos em circulação receberam a contramarca de 960 réis. As moedas de cobre permaneceram até 1823.


(Moeda de cobre, 1818)

Com a queda do império napoleônico, D. João VI retorna a Portugal em 1821 para reassumir o trono, ameaçado pela Revolução Constitucionalista do Porto. Leva consigo as reservas metálicas do Banco do Brasil, agravando com isso a crise financeira que ameaçava sua estabilidade. Em 1828, ao expirar seu prazo estatutário de duração, chegou a emitir bilhetes de 1.000 e 2.000 réis para atender à falta de notas de pequeno valor. As duas primeiras emissões, feitas com chapas gravadas em Londres, consistiram de bilhetes impressos em preto sobre papel muito fino, apenas de um lado, destinando-se o outro à assinatura autenticadora. A terceira emissão foi feita com bilhetes estampados de ambos os lados, em preto ou em cores, com a mesma ilustração da segunda emissão, agora ladeada por figuras de crianças simbolizando o comércio. Na lei de 23 de setembro de 1829, que decretou a liquidação do banco, o governo assumia a responsabilidade pelas emissões anteriores, substituindo-as por cédulas de novo padrão, que deveriam ser recebidas até seu completo resgate.

Ao retornar D. João VI a Portugal, seu filho D. Pedro assume o governo do Reino na condição de Príncipe Regente. Sonhava D. João que, com sua morte, pudesse D. Pedro herdar o trono de Portugal e manter a união dos dois reinos, apesar de já se esboçarem, quando de sua volta a Portugal, movimentos tendentes à independência do Brasil. No entanto, as tentativas do governo constitucional de Lisboa de fazer o Reino reverter à condição de colônia aceleram o processo, levando o próprio Regente a proclamar a independência em 1822 e a ser aclamado Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil, com o título de D. Pedro I.

O sistema monetário não foi alterado de imediato com a Independência. A cunhagem de moedas do novo Império continuara a ser feita pelas Casa da Moeda do Rio de Janeiro e da Bahia, nos valores de 6.400 e 4.000 réis para as de ouro, que traziam a efígie do imperador com a legenda PETRUS I D. G.CONST.IMP.ET.PERP.BRAS.DEF. (Pedro I, por graça de Deus Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil), com as armas do Império no reverso, enquanto as de prata mantiveram o mesmo sistema do período colonial, permanecendo em vigor os valores da série das patacas.

D. Pedro I encontrou os cofres públicos vazios. D. João VI, ao retornar a Portugal, levou consigo as reservas metálicas do Banco do Brasil. Além disso, para obter o reconhecimento da Independência, o novo Imperador teve de negociar o fim da escravidão, conceder privilégios comerciais a ingleses e franceses e assumir a dívida externa de Portugal junto aos bancos ingleses. Como as moedas de ouro eram freqüentemente enviadas ao exterior para pagamento dos déficits da balança comercial ou entesouradas pela população, a moeda de cobre passou a predominar no meio circulante e, à semelhança da moeda de prata, adotou os algarismos arábicos para expressar o valor. Entre 1823 e 1831, casas de fundição em Cuiabá, Goiás, Minas Gerais e São Paulo lavraram moedas de cobre com suas respectivas marcas, destinadas a circular restritamente nessas províncias.

A emissão descontrolada de moedas de cobre gerou o aparecimento de grande quantidade de peças falsificadas, fabricadas aqui e no exterior. Assim, sendo o porto de Salvador o grande centro de entrada e distribuição dessas moedas, o governo, em 1827, determinou o seu recolhimento na província da Bahia, fazendo a troca por cédulas, resgatáveis em 8 ou até 24 meses. Essas cédulas, hoje muito raras, foram as primeiras emissões do Tesouro Nacional.


(Cédula, Província da Bahia, 1828)

A Peça da Coroação

Para comemorar sua ascensão ao trono imperial, cunhou-se a moeda de ouro de 6.400 réis, que ficou conhecida como Peça da Coroação – considerada hoje uma das mais raras e valiosas da numismática brasileira. Os 64 exemplares iniciais, assinados pelo gravador Zeferino Ferrez e fabricados pela Casa da Moeda do Rio de Janeiro, não chegaram a circular, tendo sido a cunhagem suspensa por D. Pedro I, a quem desgostou o fato de nelas aparecer representado de busto nu, à feição dos imperadores romanos; o de figurar a coroa real diamantina (ornada com pedras preciosas ou pérolas justapostas, símbolo do poder real), em vez da imperial (designativa do título); bem assim de ter havido omissão da palavra CONSTITUCIONALIS e do complemento ET PERPETUUS BRASILIAE DEFENSOR, o que podia pressupor um desejo do poder absolutista.


(Peça da coroação de D. Pedro I, Imperador do Brasil, 1822)

As primeiras moedas a circular com as armas do Brasil independente foram as antigas moedas de cobre, recolhidas e carimbadas com as armas do novo Império. Conhecido como "carimbo da Independência" ou "primitivo carimbo do Império", foi aplicado provisoriamente até a escolha definitiva do cunho que seria adotado. Os valores 80 e 40 réis aparecem encimados pela coroa imperial e ladeados por dois ramos de café.

Com a morte de D. João VI em 1826, o Imperador do Brasil aceita a Coroa portuguesa, mas logo abdica em favor da filha, D. Maria da Glória, já destinada a casar-se com o infante D. Miguel, irmão de d. Pedro, que pretendia o trono português. Em 1831, tendo D. Miguel usurpado o poder e implantado um regime absolutista, D. Pedro I parte para Lisboa, a fim de reconduzir a filha ao trono.

Para tanto, abdica à Coroa brasileira em favor do filho, o Príncipe D. Pedro de Alcântara, que nessa altura contava apenas 5 anos. O governo é exercido por uma Regência que se estendeu até 1840, quando é antecipada a maioridade de D. Pedro II para 15 anos, idade com que de fato assume o poder. Durante todo o período regencial, o Império sofre grave perigo de desintegração territorial, com rebeliões que surgiram em vários pontos do país, mas no reinado que vai se estender por 48 anos o Brasil passa a desfrutar de paz interna, sob pulso forte do poder moderador exercido por D. Pedro II e a alternância dos partidos Liberal e Conservador no ministério. O café será a grande riqueza do país nesse período em que o país teve grande desenvolvimento cultural graças à formação humanística do monarca. O início do movimento abolicionista e a crise bancária de 1864, agravados com a guerra do Paraguai (1864-1870), contribuíram para enfraquecer o Império e fortalecer o sentimento nacionalista dos militares brasileiros, que passaram a exigir maior participação na vida política do país. As idéias republicanas ganham vulto a partir de 1870, até que em 1889 o marechal Deodoro da Fonseca, apesar de monarquista e amigo do Imperador, proclama a República, assumindo o poder em seguida.

A imagem de D. Pedro II, dada sua longa gestão, foi a mais representada na numismática brasileira, com gravações que o retratam desde a infância à idade adulta. Durante seu longo reinado, o Brasil teve três sistemas monetários. O primeiro (1831-1833), ainda na Regência, mantinha a forma adotada desde o período colonial: moeda nacional e moeda provincial, ou seja, uma destinada a todo o país e outra com circulação restrita a determinada região.


(Moedas com imagens de D. Pedro II, em várias fases)

As moedas de ouro continuaram a ser cunhadas nos valores de 6.400 e 4.000 réis e traziam a efígie de D. Pedro II menino, feita pelo gravador Carlos Custódio de Azevedo. O mesmo padrão dos períodos anteriores foi conservado nas moedas de prata. Além da cunhagem de moedas de cobre nas casas da moeda do Rio de Janeiro e nas casas de fundição de São Paulo, Goiás e Cuiabá, para uso local, impunha-se um controle sobre as peças desse meio circulante, dada a continuidade do processo de falsificação. As medidas de recolhimento iniciadas na Bahia durante o Primeiro Reinado se estenderam a todo o país em 1833, sendo as moedas trocadas nas Tesourarias Provinciais por cédulas emitidas pelo Tesouro Nacional. Também procedeu-se à contramarcagem dessas moedas, reduzindo-se seus valores e restringindo suas áreas de circulação regionais.

Mais tarde, em 1835, determinou-se a aplicação de um carimbo geral visando à unificação das moedas em circulação, tornando desnecessárias todas as contramarcas regionais. Esse carimbo reduzia as moedas de cobre nacionais à metade de seu valor, e as provinciais à quarta parte.

Além da carimbagem oficial, as revoltas que convulsionaram o país durante a Regência propiciaram a criação de carimbos locais, representativos desses levantes, como o de Icó (Ceará, 1829-1832), da Cabanagem (Pará, 1835-1840) e da República de Piratini, alusivo à revolução Farroupilha (Rio Grande do Sul, 1835-1845).

O segundo sistema (1833-1848) distingue-se dos demais por ter sido o primeiro genuinamente brasileiro e não a simples continuação do colonial. Aboliram-se os sistemas fraco (provincial) e forte (nacional), centralizou-se a cunhagem na Casa da Moeda do Rio de Janeiro e unificou-se o padrão ouro, criando-se a moeda de 10.000 réis, com a efígie de D. Pedro II menino. Declarando-se a maioridade do Imperador em 1840, tais moedas passaram a ostentar o busto de D. Pedro II adolescente, fardado de almirante.
No que respeita às moedas de prata, a reforma trouxe modificações radicais, com a antiga série das patacas substituída pela dos cruzados, nos valores de 1.200, 800, 400, 200 e 100 réis.

As cédulas utilizadas na troca do cobre, bem como os bilhetes do extinto Banco do Brasil, que estavam sofrendo falsificações volumosas, foram substituídas por notas do Tesouro Nacional fabricadas na Inglaterra por Perkins, Bacon & Petch, que dispunham de características de mais difícil contratação.


(Cédula do Império, 200 mil réis)

Com o crescente aumento da população e o rareamento do metal precioso, as emissões em papel vão se impondo para atender à expansão dos negócios que exigiam recursos distribuídos nas mais diversas regiões. Assim, os vários bancos particulares espalhados pelas províncias do Império passaram a gozar do direito de emitir, e essa pluraridade bancária provocou, entre 1836 e 1853, grande circulação de letras e vales bancários privados, nos locais de suas sedes, ao lado dos papéis das emissões oficiais.


(Banco Commercial Agricola, 10 mil réis)


(Cédula do Banco Commercial da Bahia, 100 mil réis)

O terceiro sistema monetário (1848-1889), além de prosseguir na cunhagem das moedas de ouro de 10.000 réis, introduziu a de 20.000, série que se tornou conhecida com o nome de papo de tucano, por ostentar o Imperador o manto com que foi coroado, adornado com penas dessa ave. Em 1851, nova efígie do Imperador aparece nas moedas de ouro, na qual é representado de barbas. Em 1854 foi cunhado em ouro o novo valor de 5.000 réis. Também nas moedas de prata houve alterações. Entre 1848 e 1852, foram cunhadas as de 2.000, 1.000 e 500 réis e, entre 1853 e 1867, o novo valor de 200 réis. No entanto, em 1870, esta última cunhagem foi suspensa e o antigo padrão voltou à circulação.

O uso das cédulas generaliza-se no Segundo Império e a produção de moedas de cobre fica restrita a pequenos valores destinados a troco. Dá-se ainda a substituição gradativa do cobre por ligas mais resistentes ao manuseio, como o bronze, em 1868, e o cuproníquel, em 1871, fabricadas em Bruxelas. A Casa da Moeda do Rio de Janeiro passou a fabricar moedas de bronze em 1870 e de cuproníquel em 1874.

A sempre existente falta de dinheiro miúdo durante o Segundo Império e o início da República incentivou particulares a emitir moedas e vales e a marcar moedas de cobre já fora de circulação com datas, iniciais, nomes e figuras que representavam fazendeiros, engenhos, negociantes ou firmas comerciais.

O Café

Desde 1820, o café passou gradativamente a ser o principal produto brasileiro de exportação, superando o algodão, o açúcar e outros produtos agrícolas. Da província do Rio de Janeiro, os cafezais se espalharam, alcançando terras paulistas ao longo do vale do rio Paraíba. Em 1836, São Paulo já respondia por 25% de toda a produção cafeeira do Brasil e, em 1850, o café representava quase metade de todas as exportações brasileiras. De pouco mais de 3.000 sacas de 60 quilos entre 1831 e 1840, o Brasil passou a exportar 18.000 entre 1841 e 1850, e 27.000 entre 1851 e 1860. Nos dez anos que precederam o fim da monarquia as exportações superaram as 50.000 sacas.

O Papel-moeda

A 5 de julho de 1853, D. Pedro II sancionou a lei que criava o Banco do Brasil, resultante da fusão dos dois maiores bancos particulares da época, o Comercial do Rio de Janeiro e o Banco do Brasil criado por Mauá. O novo estabelecimento oficial tinha o monopólio ou a exclusividade de emitir papel-moeda em todo o território nacional, mas tal privilégio foi revogado alguns anos depois, concedendo-se também a alguns bancos particulares, como o do Rio Grande do Sul e o Banco Rural e Hypothecario, o poder de emissão, sob garantia de títulos públicos. Em 1862, o banco recupera sua função de emissor único, pondo fim à política de pluralidade bancária. Finalmente, em 1866, o governo transfere ao Tesouro Nacional a capacidade de emitir, passando o Banco do Brasil a atuar como simples banco comercial.


(segundo Banco do Brasil, 1853)

A Moeda no República Velha

À proclamação da República pelo Marechal Deodoro da Fonseca em 1889, seguiu-se um período marcado por golpes, ameaças e rebeliões armadas, quando os militares, que representavam os anseios da classe média de que provinham, tiveram que ceder à força das grandes oligarquias que detinham o poder econômico representado pelo café. A consolidação do poder civil verifica-se a partir de Campos Sales (1898-1902), quando o governo central passa a apoiar as oligarquias estaduais em troca do apoio destas à sua política, e a Presidência da República vem a ser exercida alternadamente por São Paulo e Minas Gerais, num esquema de fraudes eleitorais e votos de compromisso que se tornou conhecido como a política do café com leite ou dos coronéis.

A tentativa do último presidente paulista, Washington Luís (1926-1930), de fazer seu sucessor outro candidato paulista, concorreu para agravar o descontentamento dos demais Estados e desencadeou a chamada "Revolução de 1930", que levou o gaúcho Getúlio Dorneles Vargas ao poder.


10000 réis, Banco da República do Brasil,
2ª estampa, 1894, detalhe

A economia, como nos tempos do Império, baseava-se na exportação de produtos primários, como a borracha e, principalmente, o café, origem das grandes fortunas do país e cujo plantio crescia em proporções desenfreadas: de 220 milhões de pés em 1890 passou a 520 milhões em 1900. Enquanto os preços do produto permaneciam estáveis, o país contava com os ganhos da exportação para incrementar a indústria incipiente, mas com a oferta sempre crescente, as cotações declinavam, tendo o governo de intervir na compra do produto, para isso lançando mão de vultosos empréstimos, que provocaram grande endividamento externo. Acresce que a desenfreada emissão por um número crescente de bancos, determinada, no início da Republica, pelo Ministro da Fazenda, Rui Barbosa, levou o meio circulante a uma inflação desmedida, tendo a quantidade de dinheiro em circulação quase triplicado no espaço de 10 anos. Procurando solucionar o problema, o governo determinou que o Banco da Republica do Brasil – resultado da fusão, em 1892, do Banco do Brasil com o Banco da República dos Estados Unidos do Brasil – passasse então a ser o único estabelecimento emissor do país. Em 1896, o governo transfere esse poder emissor para o Tesouro Nacional. As emissões bancárias são substituídas por notas do Tesouro, numa tentativa de uniformizar o meio circulante.


(1 conto de réis, Caixa de Conversão, 1ª estampa, 1911)

Apenas em 1898, Joaquim Murtinho, Ministro da Fazenda do Governo Campos Sales, conseguiu renegociar a dívida com os credores internacionais (o chamado funding loan) e implantar uma política deflacionária, que deteve no entanto o crescimento econômico. No ano de 1900, o governo assumiu o controle direto do Banco da República do Brasil que, em fins de 1905, passaria por nova fase jurídica, recuperando o nome de Banco do Brasil. Um ano depois (1906) é criada a Caixa de conversão visando à estabilidade cambial e ao controle da crise do mercado do café. Autorizada a emitir bilhetes conversíveis, garantidos por lastro em moedas de ouro nacionais e estrangeiras, como a libra e o dólar, acabou encerrando sua atividade emissora em 1913, sendo extinta em 1920 e incorporada à Caixa de Amortização. .

O Banco do Brasil, mais uma vez autorizado a emitir papel-moeda, colocou em circulação (1923-1926) notas próprias impressas nos Estados Unidos, com valores entre 1.000 réis e um conto de réis. O Banco fez sua última emissão de papel-moeda para fazer face às dificuldades provocadas pela instalação do governo revolucionário (1930).

Em 1926, na tentativa de proceder a uma reforma monetária, visando à criação do Cruzeiro, o governo instituiu a Caixa de Estabilização. Sua função era trocar o ouro em barra ou amoedado por notas próprias de igual valor, possibilitando a conversibilidade de todo papel-moeda em circulação. Como a reforma não se completou, a Caixa encerrou suas atividades em 1930.

O advento da República não determinou modificações imediatas no sistema monetário, que manteve o padrão mil-réis, múltiplo do real. Mas, devido à inflação, o real perdeu totalmente sua expressão de valor, substituído na prática pelo mil-réis. Era representado pela abreviatura Rs grafada antes do valor, e por um cifrão ($) colocado entre a unidade de mil réis e a centena de réis. Para representar o conto de réis, equivalente a um milhão de réis, escrevia-se Rs 1:000$000.


(10000 réis, Tesouro Nacional, 9ª estampa, 1903)

As moedas de ouro e prata sofreram mudanças visuais previsíveis. A figura feminina, representando a República e a Liberdade, substituiu a efígie real, continuando as moedas de ouro de 20.000 e 10.000 réis a serem cunhadas até 1922, quando o alto custo do metal passou a inviabilizar a cunhagem, utilizando-se o papel-moeda para expressar valores maiores.

No período de 1891 e 1897, foram cunhadas moedas de prata no valor de 2.000 réis, ostentando numa das faces a efígie da Liberdade coroada de louros, e na outra, entre louros e ramos de carvalho, a constelação do Cruzeiro do Sul cercada por 20 estrelas, tendo ao alto uma irradiante que representava o Distrito Federal. Em 1900, por ocasião do quarto centenário do Descobrimento do Brasil, foi lançada a primeira série de moedas de prata comemorativa do período republicano.


(4000 réis, 4º Cantenário do Descobrimento do Brasil, prata, 1900)

Entre 1906 e 1912, foram colocadas em circulação moedas de prata nos valores de 2.000, 1.000 e 500 réis, trazendo numa das faces o peso expresso em gramas. A Casa da Moeda do Rio de Janeiro cunhou, em 1912 e 1913, outra série nesses mesmos valores, com a efígie da República rodeada por um círculo de 21 estrelas, ligadas por laços, representando a união dos Estados. Houve ainda uma terceira série, cunhada em 1913 na Alemanha, sem traços entre as estrelas e trazendo a letra monetária ª Em 1922, por ocasião do primeiro centenário da Independência, o Imperador Pedro I e o Presidente Epitácio Pessoa foram retratados nas moedas de 2.000 réis. Entre 1924 e 1934, cunharam-se novas moedas de 2.000 réis, com a efígie da Liberdade cercada de 21 estrelas, representando os Estados do Brasil. Retomou-se em 1889 a cunhagem de moedas de bronze nos valores de 40 e 20 réis, respectivamente com as inscrições A ECONOMIA FAZ A PROSPERIDADE e VINTEM POUPADO, VINTEM GANHO, para estimular a idéia de poupança. Em 1912, encerra-se, em definitivo, a cunhagem de moedas desse metal.


(20 réis, bronze, 1900)

De 1889 a 1900, foram cunhadas moedas de cuproníquel nos valores de 200 e 100 réis. E, já em 1901, uma nova série de moedas da mesma liga, agora com a inclusão do valor de 400 réis, foi encomendada à firma alemã Basse & Selve, na quantidade astronômica de 161 milhões de peças, a maior produção da época, o que levou à contratação de mais casas de moeda estrangeiras. Entre 1918 e 1935, outra família dessas moedas divisionárias é lançada, nos valores de 400, 200, 100, 50 e 20 réis.

As cédulas eram em geral produzidas no estrangeiro, como por exemplo as de 100.000 réis, na Itália (1915); as de 20.000 réis, na Inglaterra (1900) e as de 10.000 na França (1903). A cédula de 5.000 réis da 14ª estampa teve duas impressões, ambas feitas nos Estados Unidos: a de 1912, com figura feminina, recolhida e incinerada devido a irregularidades na impressão, e a de 1913, com efígie do Barão do Rio Branco.

Entre 1920 e 1924, a Casa da Moeda do Rio de Janeiro produziu interessante série de cédulas para o Tesouro Nacional pelo processo xilográfico (técnica de gravação manual em placa de madeira).

De 1924 a 1931, surgiram novas moedas de 1.000 e 500 réis de bronze-alumínio, com a figura feminina que simboliza a Abundância trazendo à frente a constelação do Cruzeiro do Sul. Também foram feitas moedas dessa liga em 1922, nos valores de 1.000 e de 500 réis, comemorativas do primeiro centenário da Independência, em alguns exemplares das quais o nome do país aparece grafado BBasil.

A Moeda na Era Vargas

O movimento revolucionário que levou Getúlio Vargas ao poder – decorrente do desentendimento das elites oligárquicas que comandavam a política do "café com leite", somado ao descontentamento dos jovens oficiais que representavam os anseios da classe média – provocará um clima de instabilidade política, propício à condução do país a um estado de força.

O novo governante, que assumira o poder provisoriamente até que se procedesse à eleição de novo Presidente, acabou por dissolver o Congresso, prometendo nova

Constituição. Os governantes estaduais foram substituídos por interventores designados pela Presidência, em geral participantes dos movimentos militares, com poderes discricionários que desagradavam os interesses locais. As eleições foram sendo proteladas e a falta de coesão entre os vitoriosos culminou na Revolução Constitucionalista de São Paulo, de 1932.

O Estado passou a interferir fortemente na economia, controlando o câmbio, selecionando importações (o que favoreceu as indústrias instaladas no país) e sobretudo intervindo no comércio do café pela queima de estoques, destruição de plantações e incentivo a novos plantios. Entre 1930 e 1933, o Tesouro Público adquiriu mais de 49 milhões de sacas de café, das quais foram queimadas mais de 23 milhões.

Os ideais constitucionalistas vão se concretizar em 1934, quando Getúlio finalmente promulga a nova Carta, mas o Congresso escolhe novamente para ocupar a Presidência no quatriênio 1934-1938. Antes de terminar seu mandato, no entanto, em 1937, o Presidente fecha outra vez o Congresso e implanta no país um regime autoritário, batizado de Estado Novo, dentro dos figurinos ditatoriais que surgiam na Europa. Governando por meio de decretos-leis que abarcavam as atribuições dos três poderes, o Estado Novo, que se prolongou até 1945, articulou uma legislação trabalhista de grande alcance social e criou grandes empresas estatais geradoras de bens necessários à produção industrial.

Após a participação do Brasil na campanha da Itália, já ao fim da II Guerra Mundial, o Presidente foi deposto pelas Forças Armadas, descrentes de que ele viesse a redemocratizar o país. As primeiras moedas do período Vargas foram as vicentinas, cunhadas em prata, cuproníquel e bronze-alumínio, assim chamadas por terem sido criadas em 1932, em comemoração dos 400 anos da fundação da Vila de São Vicente, a atual cidade de São Paulo. Entre 1935 e 1939, foi cunhada a série que se tornou conhecida como a dos brasileiros ilustres (com efígies de Regente Feijó, Padre Anchieta, Duque de Caxias, Tamandaré, Mauá, Carlos Gomes e Oswaldo Cruz, entre outros).


(300 réis, Brasileiros Ilustres, cuproníquel, 1936)

Nesse período, foram criados os novos valores de 5.000 e de 300 réis. A última emissão metálica do padrão mil-réis ocorreu entre 1938 e 1942, para comemorar a Constituição de 1937, numa série de moedas de cuproníquel, com pesos e diâmetros reduzidos, tendo gravada a efígie do Presidente Getúlio Vargas.

O novo padrão monetário, o cruzeiro, planejado desde a criação da Caixa de Estabilização em 1926, só entrou definitivamente em circulação em 1942, com valor correspondente a 1.000 réis e subdivisão em centavos e simbolizado por Cr$. As moedas em bronze-alumínio traziam em uma das faces o mapa do Brasil e na outra o valor ladeado com ramos de café sobrepostos a uma barra longitudinal sob a qual aparecia o nome da moeda.

No que tange ao papel-moeda, a última emissão do Tesouro Nacional com o padrão mil-réis ocorreu em 1936, nos valores de 200.000, 100.000 e 50.000. Aproveitaram-se, de início, as cédulas do Tesouro Nacional do antigo padrão, que receberam um carimbo com o respectivo valor em cruzeiros. Para atender às necessidade de troca, as antigas cédulas de 1.000 réis do Banco do Brasil foram utilizadas com o valor de 1 cruzeiro, sem aposição do carimbo. As emissões do Tesouro Nacional tiveram início em 1943 com cédulas fabricadas pela American Bank Note Company. Cédulas de 5.000 réis, com o retrato do Barão do Rio Branco, passaram a substituir as moedas desse mesmo valor devido à escassez de matéria-prima para a cunhagem de moedas durante o tempo da guerra (1943-1945). Em 1944, chegou-se a emitir até mesmo notas de 2 e 1 cruzeiro por falta de troco.


(5 cruzeiros, bronze-alumínio, 1942)

A Moeda no Período Democrático (1946-1964)

Com o fim da II Guerra Mundial e a deposição de Vargas, o país entra em um período de estabilidade democrática que se prolongará por quase 20 anos. O governo de Marechal Dutra (1946-1951), candidato apoiado por Getúlio, vai promover a realização de obras importantes para os fundamentos de nossa infra-estrutura, graças aos saldos de divisas acumulados durante a guerra. No entanto, os grandes dispêndios decorrentes desses empreendimentos, somados a uma política de importação indiscriminada de bens supérfluos, levarão o país a enfrentar novas dificuldades cambiais. Como medida saneadora, institui-se, em 1948, o sistema de licenciamento prévio das importações, favorecendo, dessa forma, os produtores internos.

Em 1950, Getúlio Vargas volta novamente ao poder, eleito Presidente da República, e imprime uma diretriz econômica nacionalista ao governo, preocupado com a industrialização e o controle dos recursos naturais, como petróleo, manganês, ferro e carvão; mas o recrudescimento da crise política leva o Presidente a suicidar-se em 1945, não se verificando entretanto a interrupção da trajetória do crescimento econômico.


(2 cruzeiros, Tesouro Nacional, 2ª estampa, 1955)

Com a ascensão de Juscelino Kubitschek, uma política econômica mais flexível será executada, permitindo maior participação do capital estrangeiro, aliada à ação do Estado e da empresa privada nacional. Essa política desenvolvimentista gerou o maior crescimento econômico até então conhecido no país. O Plano de Metas de Kubitschek priorizava investimentos maciços em energia e transporte, além da canalização de recursos para indústrias estratégicas, mas a interiorização da capital do país com a criação de Brasília elevou substancialmente os gastos governamentais, provocando o crescimento acelerado da inflação.

Os governos subseqüentes, ambos de curta duração, restringiram-se ao enfrentamento dos problemas decorrentes da inflação e da dívida externa, bem como da redução dos investimentos estrangeiros. A adoção de uma atitude nacionalista radical, intentada pelo Presidente João Goulart, provocou envolvimentos políticos que culminaram com sua deposição do poder em 1964 por um golpe de Estado.

O padrão monetário - o cruzeiro, criado em 1942 - permanece inalterado nesse período. A partir de 1948, inicia-se a emissão da 2ª estampa das cédulas do Tesouro Nacional, agora impressas na Inglaterra pela Thomas de la Rue & Co. Ltd., em cores diversas das anteriormente estampadas pela American Bank Note Company. Deixaram de ser impressas as notas de 1 cruzeiro.

A partir de 1945, o Banco do Brasil passa a dividir com a recém-criada Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC) as funções de autoridade monetária nacional; suas atividades conjugadas equivaliam às de um banco central.

Quanto às moedas, em 1956, as divisionárias de bronze-alumínio de 2 e 1 cruzeiros e 50 centavos sofreram reduções de módulo (diâmetro) e passaram a estampar as armas da República. A elevação extraordinária do preço dos metais à época leva em seguida o governo a empregar apenas o alumínio na fabricação dessas moedas e bem assim nas de 20 e 10 centavos. Em 1962, a cunhagem de centavos foi suspensa e, em 1964, finalmente extinta.

Em 1961, a Casa da Moeda do Brasil, num projeto inteiramente desenvolvido e executado no país, na tentativa de nacionalizar a produção de nosso papel-moeda, lança a nota de 5 cruzeiros, que ficou popularmente conhecida como a cédula do índio, por trazer em um dos lados o perfil de um aborígine e, no outro, uma reprodução da vitória-régia. Em 1962, o crescimento da inflação determinou o lançamento da cédula de 5.000 cruzeiros.

A Moeda no Regime Militar

Os governos militares, que se sucederam no poder por 21 anos após a derrubada do Presidente João Goulart, realizaram reformas constitucionais visando recuperar o dinamismo econômico do país. Tais reformas contribuíram para a forte desaceleração do ritmo inflacionário, mas extrapolaram para um quadro recessivo, que acarretou elevado custo social. Em 1965 foi criado o Banco Central do Brasil, em substituição à antiga Superintendência da Moeda e do Crédito – SUMOC, absorvendo igualmente funções normativas e executivas antes a cargo do Banco do Brasil. No período 1968-1973, o país viverá o chamado milagre econômico, registrando altas taxas de crescimento, em função da ampla disponibilidade de recursos financeiros provenientes dos países desenvolvidos, mas essa estabilidade econômica é interrompida pela crise mundial do petróleo. No governo Geisel foi lançado o Plano Nacional de Desenvolvimento, para reajustar a economia em face da escassez mundial de petróleo, acelerando-se o processo de substituição das importações, com ênfase nos bens de capital e na eletrônica pesada. No início da década de 1980, verifica-se a desaceleração do processo de crescimento econômico e a expansão de tendências inflacionárias, num quadro de distensão política que iria culminar na campanha das Diretas Já, que exigia o retorno ao estado democrático.


(1 cruzeiro novo, Tesouro Nacional, 1967)

O período conheceu grandes alterações dos padrões monetários, com mudanças nos nomes e valores das moedas. Em 1965, o governo de Castelo Branco decreta nova reforma monetária, criando o cruzeiro novo, simbolizado por NCr$ e equivalente a 1.000 cruzeiros antigos, que passou a vigorar a partir de 1967. Foi aposto um carimbo nas cédulas de 10.000, 5.000, 1.000, 500, 100, 50 e 10 cruzeiros, que passaram a valer, respectivamente, 10, 5, 1 cruzeiros novos, e 50, 10, 5 e 1 centavos. Porém, antes da entrada em circulação das cédulas do cruzeiro novo, uma resolução do Conselho Monetário Nacional, em 1970, determina o retorno à designação cruzeiro, mantendo-se a equivalência de valores com o extinto cruzeiro novo e voltando à representação Cr$. Por essa época, a Casa da Moeda foi reequipada, passando a dispor de condições técnicas para fabricar todo o nosso meio circulante.

Organizou-se um concurso para o desenho das novas cédulas, tendo saído vencedor o designer Aloísio Magalhães. O projeto constituiu verdadeira renovação na área, apresentando cédulas com cores e tamanhos diferenciados, aumentando conforme o valor nominal.


(500 cruzeiros, Banco Central do Brasil, estampa A, 1972)

Em 1972, comemorando o sesquicentenário da Independência, foram colocadas em circulação as cédulas de 500 cruzeiros e, em 1978, as de 1.000 cruzeiros, que ficaram conhecidas como barão, por trazerem a efígie do Barão do Rio Branco. Essa nota antecipava o aparecimento de nova família de cédulas, igualmente idealizadas por Aloísio Magalhães, cujos demais valores – 5.000, 500, 200 e 100 – entraram em circulação em 1981. Apresentavam a característica de permitir a leitura das efígies, valores e legendas em qualquer sentido. Até 1985, ainda foram lançadas cédulas de 100.000, 50.000 e 10.000 cruzeiros (a primeira com a imagem de Juscelino Kubitschek, refletindo a abertura política da época), idealizadas em conjunto pela Casa da Moeda e pelo Banco Central do Brasil.


(1000 cruzeiros, Banco Central do Brasil, estampa A, 1978)

No que diz respeito às moedas, foram lançadas, a partir de 1967, peças de 50 centavos de níquel, cuproníquel ou aço inoxidável; 20 e 10 centavos em cuproníquel; e 5, 2 e 1 centavos em aço inoxidável, cunhadas pela Casa da Moeda do Rio de Janeiro. em 1972, ainda em comemoração ao sesquicentenário da Independência, foram cunhadas moedas de 1 cruzeiro em níquel, 20 cruzeiros em prata e 300 cruzeiros em ouro, todas com as efígies do imperador D. Pedro I e do Presidente Médici. Entre 1975 e 1978, as moedas de 5, 2 e 1 centavos, então de aço inoxidável, tiveram suas características alteradas para relacioná-las com a campanha Alimentos Para Todos, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura – FAO. Em 1975, em comemoração do 10° aniversário do Banco Central, acontece o lançamento da moeda de 10 cruzeiros, em prata. Em 1979, foram cunhadas moedas de aço inoxidável, de módulo e peso menores, nos valores de 10, 5 e 1 cruzeiros e de 1 centavo. Em 1981, completando essa série, emitiram-se as de 50 e 20 cruzeiros. As moedas de 500, 200 e 100 cruzeiros, cunhadas em 1985 e 1986, circularam por pouco tempo, perdendo seu valor nesse último ano.

A partir de 1945, o Banco do Brasil passa a dividir com a recém-criada Superintendência da Moeda e do Crédito – SUMOC as funções de autoridade monetária nacional; suas atividades conjugadas equivaliam às de um banco central.

Quanto às moedas, em 1956, as divisionárias de bronze-alumínio de 2 e 1 cruzeiros e 50 centavos sofreram reduções de módulo (diâmetro) e passaram a estampar as armas da República. A elevação extraordinária do preço dos metais à época leva em seguida o governo a empregar apenas o alumínio na fabricação dessas moedas e bem assim nas de 20 e 10 centavos. Em 1962, a cunhagem de centavos foi suspensa e, em 1964, finalmente extinta.

Em 1961, a Casa da Moeda do Brasil, num projeto inteiramente desenvolvido e executado no país, na tentativa de nacionalizar a produção de nosso papel-moeda, lança a nota de 5 cruzeiros, que ficou popularmente conhecida como a cédula do índio, por trazer em um dos lados o perfil de um aborígine e, no outro, uma reprodução da vitória-régia. Em 1962, o crescimento da inflação determinou o lançamento da cédula de 5.000 cruzeiros.

A Moeda na Nova República e na Atualidade

A última eleição indireta de um candidato civil, em 1985, marca o fim do Regime Militar, mas a transição para a democracia só se consolida em 1988, no governo Sarney, quando é promulgada a nova Constituição por uma Assembléia Constituinte. A volta aos padrões democráticos não é suficiente para superar os graves problemas sociais e econômicos advindos da inflação e do endividamento externo. Para enfrentar seus desafios, os governos dos Presidentes José Sarney e Fernando Collor irão praticar sete planos consecutivos de combate à inflação: Cruzado (início de 1986), Cruzadinho (meados de 1986), Cruzado II (final de 1986), Bresser (junho de 1987), Verão (janeiro de 1989), Collor (março de 1990) e Collor 2 (janeiro de 1991). O fracasso ou má condução desses planos levou o país a uma hiperinflação, com a moeda desvalorizada em três decimais duas vezes no período de três anos. Somente em 1994, com a elaboração do Plano Real, durante o governo Itamar Franco, e sua manutenção e desenvolvimento no governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso, o país veio a conhecer uma relativa estabilidade monetária, ora e outra ameaçada pelas sucessivas crises dos mercados internacionais.

O Cruzado

Como medida de combate à inflação, o governo Sarney adota em 1986 novo padrão monetário, o cruzado, equivalente a mil vezes a moeda anterior, o cruzeiro, e representado por Cz$. A exemplo dos procedimentos anteriores, as cédulas do antigo padrão recebem um carimbo com indicação do valor correspondente em cruzados. A efígie do Presidente Juscelino Kubitschek, que figurava nas cédulas de 100.000 cruzeiros, volta a aparecer na nova nota de 100 cruzados. Posteriormente, novas cédulas são postas em circulação, contendo a legenda DEUS SEJA LOUVADO. Figuras da vida cultural brasileira são agora introduzidas em vez dos tradicionais vultos da história política: em 1987 e 1988, além da nota de 500 cruzados com a efígie do compositor Villa-Lobos, circulam as de 1.000 com o retrato do escritor Machado de Assis, de 5.000 com o do pintor Cândido Portinari e de 10.000 com o do cientista Carlos Chagas.


(100 cruzados, Centenário da Lei Áurea, aço inoxidável, 1988)

No lugar das antigas moedas de cruzeiro, foram cunhadas, entre 1986 e 1988, as moedas de aço inoxidável de 50, 20, 10, 5 e 1 centavos; as de 5 e 1 cruzados, que substituíram as cédulas de 5.000 e 1.000 cruzeiros; e, de 1987 a 1988, as de 10 cruzados também em aço. As moedas de 100 cruzados surgiram em 1988 para comemorar o centenário da assinatura da Lei Áurea e traziam a efígie de criança, homem ou mulher negros, junto com a saudação africana Axé. O conjunto de estrelas ao lado do valor simbolizava o número cem, para facilitar a leitura pelos deficientes visuais.

O Cruzado Novo


(200 cruzados novos, Centenário República, prata, 1989)

No ano de 1989, verifica-se nova desvalorização de três decimais no padrão monetário, que passou a denominar-se cruzado novo, representado por NCz$, procedendo-se à carimbagem das cédulas de 10.000, 5.000 e 1.000 cruzados, que passaram a valer 10, 5 e 1 cruzados novos. Entram em circulação as cédulas de 100 e 50 cruzados novos, homenageando os poetas Cecília Meireles e Carlos Drummond de Andrade e, para comemorar a passagem do centenário da Proclamação da República, a de 200 cruzados novos. No ano seguinte, faz-se a última emissão em papel-moeda desse padrão, a cédula de 500 cruzados novos, que homenageia o naturalista Augusto Ruschi.


(100 cruzados novos, Banco Central do Brasil, estampa A, 1989)

Quanto às moedas, ainda em comemoração ao centenário da Proclamação da República, foram cunhadas em 1989 as de prata, no valor de 200 cruzados novos, e as de aço inoxidável, no valor de 1 cruzado novo, com a efígie da República. Entre 1989 e 1990, foram cunhadas moedas de aço inoxidável de 50, 10, 5 e 1 centavos de cruzado novo, tendo no reverso estrelas que simbolizavam os algarismos do valor em braile. Traziam, respectivamente, a figura da rendeira, garimpeiro, jangadeiro e boiadeiro.

O Cruzeiro


(1000 cruzeiros, Banco Central do Brasil, estampa A, 1990)

Em 1990, nova reforma monetária modificou a unidade do sistema, que volta a denominar-se cruzeiro, sem que houvesse entretanto alteração dos valores. As cédulas de 500, 200, 100 e 50 cruzados novos receberam carimbos apenas para corrigir a designação da moeda. Houve, em seguida, a emissão das cédulas definitivas naqueles valores, salvo das notas de 50 cruzeiros, que foram substituídas por moedas. A inflação desenfreada exigiu a emissão de cédulas de valores mais elevados: a primeira, de 1.000 cruzeiros, homenageava o sertanista Cândido Rondon; em seguida, circularam duas cédulas de 5.000 cruzeiros, a primeira, provisória, com a efígie da República, e a segunda, definitiva, dedicada ao maestro e compositor Carlos Gomes. Em 1991, circulam as notas de 10.000 cruzeiros, com a figura do médico Vital Brazil, e a de 50.000 cruzeiros, com a do folclorista Luís da Câmara Cascudo, esta última introduzindo, em caráter experimental, três barras verticais e paralelas acima dos algarismos indicativos do valor, para auxiliar sua identificação por pessoas com deficiência visual. Em 1992, aparece a nota de 100.000 cruzeiros, trazendo no anverso o desenho de um beija-flor e, no reverso, as cataratas do Iguaçu. Em 1993, no auge da inflação, surge a cédula de maior valor de face já impressa no Brasil: a de 500.000 cruzeiros, dedicada ao escritor Mário de Andrade, retomando assim as homenagens a expoentes da cultura brasileira. Quanto à moedagem, foram cunhadas em 1990, nos valores de 50, 10, 5 e 1 cruzeiros, peças de aço inoxidável, tendo no reverso a representação de tipos humanos brasileiros, como a baiana, o seringueiro e o salineiro. A partir de 1991, deixa de ser fabricada a moeda de 1 cruzeiro e, no ano seguinte, são lançadas as de 1.000, 500 e 100 cruzeiros, sempre de aço inoxidável, retratando a fauna brasileira.


(500 cruzeiros, V Centenário do
Descobrimento da América, prata, 1992)

Em 1992 surge a moeda de 5.000 cruzeiros, em aço inoxidável, dedicada aos 200 anos da morte de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Neste ano também são lançadas as moedas comemorativas do V Centenário do Descobrimento da América e da II Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.

O Cruzeiro Real


(5, 10, 50 e 100 cruzeiros reais, aço inoxidável, 1993)

Em 1993, já no governo Itamar Franco, a moeda é novamente desvalorizada em três decimais: o cruzeiro passa a chamar-se cruzeiro real, representado por CR$, com as duas letras grafadas em maiúsculas para diferenciá-lo do Cr$ da unidade anterior. As cédulas de 500.000, 100.000 e 50.000 cruzeiros recebem um carimbo, passando a representar 500, 100 e 50 cruzeiros reais. Nesse mesmo ano surgiram as cédulas definitivas do novo padrão, nos valores de 5.000 e 1.000 cruzeiros reais (originalmente desenhadas para representar 5 milhões e 1 milhão de cruzeiros, que não chegaram a entrar em circulação), a primeira trazendo a figura do gaúcho (acompanhando a série dos tipos regionais) e a segunda, a efígie do educador Anísio Teixeira. Os crescentes índices de inflação, que atingiram mais de 40% em abril de 1994, levaram ao lançamento da cédula de 50.000 cruzeiros reais, mostrando outro tipo regional, a baiana.


(50000 cruzeiros reais, Banco Central do Brasil, estampa A, 1994, reverso)

As poucas moedas do padrão cruzeiro real, sempre cunhadas em aço inoxidável, acompanhavam a temática da fauna brasileira: as de 10 cruzeiros reais traziam a figura do tamanduá e a de 5 a da arara. Completando a série, surgiram em fins de 1993 as de 100 e 50 cruzeiros reais com os desenhos do lobo-guará e da onça-pintada, em substituição aos mesmos valores expressos em papel-moeda.

O Real


(25 centavos, aço inoxidável, 1994)

Tendo a inflação alcançado o alarmante índice de 3.700% nos primeiros onze meses de duração do cruzeiro real, o governo Itamar Franco passou a adotar, a partir de março de 1994, um indexador único da economia, designado Unidade Real de Valor (URV), para estabelecer uma proporção entre salários e preços, que se transformaria em nova moeda quando todos os preços, em tese, estivessem estáveis em termos de URV.

Essa estabilidade pressuposta ocorreu a 1° de julho de 1994, quando a URV, equivalendo a 2.700 cruzeiros reais, passou a valer 1 real, representado pelo símbolo R$. As cédulas do novo padrão, impressas tanto no país quanto no estrangeiro, com matrizes fornecidas pela Casa da Moeda do Brasil, acompanhavam a temática da fauna brasileira, tendo as notas de 100, 50, 10, 5 e 1 reais respectivamente as figuras da garoupa, onça-pintada, arara, garça e beija-flor. Todos os valores tinham estampada a efígie da República no anverso.

Grande ênfase foi dada às moedas: surgiram na mesma data, nos valores de 1 real e de 50, 10, 5 e 1 centavos, cunhadas em aço inoxidável, tendo numa das faces a efígie da República. Meses depois, dada à escassez de troco, tornou-se necessária a cunhagem de moedas de 25 centavos, também de aço inoxidável, com os mesmos elementos das demais, porém com o desenho alterado para permitir melhor identificação.


(1 real, Banco Central do Brasil, estampa A, 1994, reverso)

Em 1994, procedeu-se à cunhagem de várias moedas comemorativas: a de prata, de 2 reais, para festejar os 300 anos de instalação da primeira Casa da Moeda do Brasil; e as de ouro, de 20 reais, e de prata, de 4 reais, para homenagear o quarto campeonato de futebol, conquistado pela seleção brasileira na Copa dos Estados Unidos. Em 1995, o Banco Central do Brasil, responsável pela emissão de moeda no país, também celebrou a passagem dos 30 anos do início de suas atividades com o lançamento da moeda de prata de 3 reais; e o piloto Ayrton Senna foi homenageado com a cunhagem de moedas de ouro e de prata, respectivamente nos valores de 20 e de 2 reais; celebrando o cinqüentenário da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura – FAO, foram cunhadas moedas de aço inoxidável nos valores de 25 e 10 centavos, trazendo no anverso imagens alusivas à agricultura e reverso idêntico às em circulação.

Em 1998, procurando valorizar o conceito do dinheiro metálico entre a população brasileira, o governo lançou nova família de moedas mais pesadas e facilmente diferenciáveis, para atender à demanda da sociedade, principalmente de idosos e deficientes visuais.

A partir de abril do ano 2000, o Branco Central colocou em circulação uma cédula de 10 reais, comemorativa dos 500 anos do Descobrimento do Brasil, feita de polímero, material plástico ultra-resistentes, que permite a aposição de elementos de segurança de última geração, até agora inéditos no meio circulante brasileiro. A nota contém na face a efígie de Pedro Álvares Cabral, cujo nome aparece abreviado (Pedro A. Cabral), o mapa "Terra Brasilis", a legenda indicativa do valor sobre a qual foram aplicadas microimpressões; no verso, uma estilização do mapa do Brasil com quadros impressos por calcografia e off-set, nos quais aparecem fisionomias típicas do povo brasileiro (índio, branco, negro e mestiço). Um fio de segurança percorre anota de alto a baixo, com propriedade magnética para leitura por equipamento eletrônico de seleção e contagem. Há ainda impressões em alto relevo, fundos especiais, filtro verificador, imagem latente e elemento visível sob luz ultravioleta, que dificultam sobremaneira a contrafação da cédula.

Fonte: www.bb.com.br