26.3.11

Hippie

Músico trajado com vestuário hippie
Nota: Não confundir com yuppie.

Os "hippies" (no singular, hippie) eram parte do que se convencionou chamar movimento de contracultura dos anos 1960 tendo relativa queda de popularidade nos anos 1970 nos EUA, embora o movimento tenha tido muita força em países como o Brasil somente na década de 70.
Uma das frases idiomáticas associada a este movimento foi a célebre máxima "Paz e Amor" (em inglês "Peace and Love") que precedeu á expressão "Ban the Bomb" , a qual criticava o uso de armas nucleares. Mais info
As questões ambientais, a prática de nudismo, e a emancipação sexual eram ideias respeitadas recorrentemente por estas comunidades.
Adotavam um modo de vida comunitário, tendendo a uma espécie de socialismo-anarquista ou estilo de vida nômade e à vida em comunhão com a natureza, negavam o nacionalismo e a Guerra do Vietnã, bem como todas as guerras, abraçavam aspectos de religiões como o budismo, hinduísmo, e/ou as religiões das culturas nativas norte-americanas e estavam em desacordo com valores tradicionais da classe média americana e das economias capitalistas e totalitárias. Eles enxergavam o patriarcalismo, o militarismo, o poder governamental, as corporações industriais, a massificação, o capitalismo, o autoritarismo e os valores sociais tradicionais como parte de uma "instituição" única, e que não tinha legitimidade.


O termo derivou da palavra em inglês hipster, que designava as pessoas nos EUA que se envolviam com a cultura negra, e.x.: Harry The Hipster Gibson. Em 6 de setembro de 1965, o termo hippie foi utilizado pela primeira vez, em um jornal de São Francisco, um artigo do jornalista Michael Smith. * A eclosão do movimento se deu em consequencia do surgimento da chamada Geração Beat, os beatniks, uma leva de escritores e artistas que, primeiramente, assumiram os comportamentos copiados pelos hippies.
Com a palavra "beat", John Lennon, transformado em um dos principais porta-vozes pop do movimento hippie, criou o nome da sua banda - The Beatles. Tanto o termo beatnik como o termo hippie assumiam sentido pejorativo para a grande massa norte-americano

Estilo e comportamento


O símbolo da paz ☮ foi desenvolvido na Inglaterra como logo para uma campanha pelo desarmamento nuclear, e foi adotado pelos hippies americanos que eram contra a guerra nos anos 60.

Nos anos 60, muitos jovens passaram a contestar a sociedade e a pôr em causa os valores tradicionais e o poder militar e econômico. Esses movimentos de contestação iniciaram-se nos EUA, impulsionados por músicos e artistas em geral.
Os hippies defendiam o amor livre e a não-violência. O lema "Paz e Amor" sintetiza bem a postura política dos hippies, que constituíram um movimento por direitos civis, igualdade e anti-militarismo nos moldes da luta de Gandhi e Martin Luther King, embora não tão organizadamente, mantendo uma postura mais anárquica do que anarquista propriamente, neste sentido.
Como grupo, os hippies tendem a viver em comunidades coletivistas ou de forma nômade, vivendo e produzindo independentemente dos mercados formais, usam cabelos e barbas mais compridos do que era considerado "elegante" na época do seu surgimento. Muita gente não associada à contracultura considerava os cabelos compridos uma ofensa, em parte por causa da atitude iconoclasta dos hippies, às vezes por acharem "anti-higiênicos" ou os considerarem "coisa de mulher".
Foi quando a peça musical Hair saiu do circuito chamado off-Broadway para um grande teatro da Broadway em 1968, que a contracultura hippie já estava se diversificando e saindo dos centros urbanos tradicionais.

A kombi se tornou um dos simbolos principais da contracultura do movimento hippie, desde 1960 até hoje

Os Hippies não pararam de fazer protestos contra a Guerra do Vietnã, cujo propósito era acabar com a guerra. A massa dos hippies eram soldados que voltaram depois de ter contato com os Indianos e a cultura oriental que, a partir desse contato, se inspiraram na religião e no jeito de viver para protestarem.
Seu principal símbolo era a Figura circular com 3 intervalos iguais.

Gírias

As gírias hippies surgiram no Brasil principalmente nos anos 70 e se tornaram tendência entre os jovens e atualmente são usadas com menos frequência, mas muitas nunca deixaram de ser usadas por jovens e "coroas".
Paz e amor - Tranquilo, tudo bem (!) (?)
Arquibaldo - Torcedor de arquibancada
Barra - Dificuldade
Bicho - Amigo
Parada - Negócio
Bicho Grilo - Hippie[1]
Bichogrilês - Idioma dos Hippies
Biônico - Político nomeado pelo governo
Bode - Confusão
Patota - Galera
Capanga - Bolsa
Chacrinha - Conversa sem objetivos
Coroa - pessoa não-jovem (mais de 50 anos)
Dar o cano - quebrar compromissos
Dar um giro - sair, passear
Eu tô que tô - Eu Estou bem
Fazer a cabeça - Fumar Maconha
Parafrentex - Atual
Psicodélico - Estranho
Geraldino - Torcedor de geral
Goiaba - Bobo
Jóia - Tudo bem
Podes crer - Acredite; tá-se bem
Repeteco - Repetição
Cara - pessoa(geralmente do sexo masculino), mas pode ser usado para mulheres e homens
Sacar - entender
Pô - Exclamação de contrariedade
Meu - pessoa, cara
Massa - Legal
Não dá nada - não tem problema
Corta essa! - desiste, muda (exclamação)
Mudar a cabeça - mudar o modo de pensar
Acertar as cabeças - combinar (pessoas)
Falou e disse - disse tudo
Velha e velho - pai e mãe
Véio - amigo
Caô - conversa fiada; mentira
Falou - Tchau, Até Mais

Outras características associadas aos hippies

Roupas velhas e naturalmente rasgadas, para ir em oposição ao consumismo, ou então roupas com cores berrantes para fazer apologia a psicodelia, além de diversos outros estilos incomuns (tais como calças boca-de-sino, camisas tingidas, roupas de inspiração indiana).
Predileção por certos estilos de música, como rock psicodélico The Beatles, Grateful Dead, Jefferson Airplane, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Led Zeppelin, Quicksilver Messenger Service, The Doors, Pink Floyd, The Kinks, Bob Dylan, Raul Seixas, Neil Young, Mutantes, Zé Ramalho, Secos e Molhados, os tropicalistas (Caetano, Gil, etc), Novos Baianos, A Barca do Sol , soft rock como Sonny & Cher ,Hard Rock como The Who. Também apreciavam o Goa Trance, isto, quando hippies viajantes, buscadores espirituais e um sem-número de pessoas ligadas a manifestações de contracultura, munidos de conhecimento técnico de produção de música electrónica e de um puro desejo de curtir e experimentar, desenvolveram, de forma intuitiva, um novo estilo sonoro. Um dos principais fundadores deste movimento foi Goa Gil.
Às vezes tocar músicas nas casas de amigos ou em festas ao ar livre como na famosa "Human Be-In" de San Francisco, ou no Festival de Woodstock em 1969. Atualmente, há o chamado Burning Man Festival.
Amor livre e sem distinções.
Ideais anarquistas de comunidades igualitárias e total liberdade não violenta.
Rejeição à produtos de beleza, giletes de barbear, shampoos ou outros instrumentos artificiais.
Vida em comunidades onde todos os ditames do capitalismo são deixados de lado. Por exemplo, todos os moradores exercem uma função dentro da comunidade, as decisões são tomadas em conjunto, normalmente é praticada a agricultura de subsistência e o comércio entre os moradores é realizado através da troca. Existem comunidades hippies espalhadas no mundo inteiro; vivem para a subsistência.
O incenso e meditação são parte integrante da cultura hippie pelo seu caráter simbólico e quase religiosos;
Uso de drogas como marijuana (maconha), haxixe, e alucinógenos como o LSD e psilocibina (alcalóide extraído de um cogumelo), visando a "liberação da mente", seguindo as ideias dos beats e de Timothy Leary, um psicólogo proponente dos benefícios terapêuticos e espirituais do LSD. Porém muitos consideravam o cigarro feito de tabaco como prejudicial à saúde. O uso da maconha era exaltado também por sua natureza iconoclasta e ilícita, mais do que por seus efeitos psico-farmacêuticos;
Culto pelo prazer livre, seja ele físico, sexual ou intelectual.
Repúdio à ganância e à falsidade.
Quanto à participação política, mostravam algum interesse, mas nunca de maneira tradicional. Eram adeptos do pacifismo e, contrários à guerra do Vietnã, participaram de algumas manifestações anti-guerra dos anos 60, não todas, como se acredita. Nos EUA, pregaram o "poder para o povo". Muitos não se envolvem em qualquer tipo de manifestação política por privilegiarem muito mais o bem estar da alma e do indivíduo, mas assumem uma postura tendente à esquerda, geralmente elevando ideais anarquistas ou socialistas. São contra qualquer tipo de autoritarismo e preocupados com as questões sociais como a discriminação racial, sexual, etc.
Fome intelectual insaciável. Raramente são adeptos à muitas inovações tecnológicas, preferindo uma vida distante de prazeres materiais.
Misticismo.

Legado


Hippies relaxando no festival de Woodstock, um marco do movimento hippie

Por volta de 1970, muito do estilo hippie se tornou parte da cultura principal, disseminando a sua essência por todas as áreas das sociedades atuais. A liberdade sexual, a não-discriminação das minorias, o ambientalismo e o misticismo atual são, em larga medida, produto da contestação hippie. No entanto, a grande imprensa perdeu seu interesse na subcultura hippie como tal, apesar de muitos hippies terem continuado a manter uma profunda ligação com a mesma. Como os hippies tenderam a evitar publicidade após a era do Verão do Amor e de Woodstock, surgiu um mito popular de que o movimento hippie não mais existia. De fato, ele continuou a existir em comunidades mundo afora, como andarilhos que acompanhavam suas bandas preferidas, ou às vezes nos interstícios da economia global. Ainda hoje, muitos se encontram em festivais e encontros para celebrar a vida e o amor, como no Peace Fest e nas reuniões da família arco-íris.
No Brasil temos algumas comunidades Hippies espalhadas por praias e comunidades alternativas. Neste contexto, destacam-se a cidade mineira de São Tomé das Letras, o vilarejo Trindade em Parati, RJ, Pirenópolis em Goias, Trancoso e Arembepe na Bahia, etc. No cenário musical, destacam-se o cantor Raul Seixas e a banda Mutantes, que fizeram grande sucesso nos anos 60 e 70 e tem milhares de fãs ainda hoje. Na cena musical contemporânea, destaca-se o cantor Ventania, marcante referência de São Tomé das Letras, MG. Ventania tem em seu repertório inúmeras obras, que falam desde o livre pensar ao desapego material, cultuando a natureza e os ideais Hippes. Há ainda inúmeros festivais Brasil afora, como o Festival PsicodáliaPsicodália que se realiza anualmente no sul do Brasil, normalmente em Santa Catarina, e reune mais de 5.000 pessoas por edição.


Fora do Brasil , existiam vários artistas hippies , entre eles está Jimi Hendrix, (que talvez seja a maior referência hippie internacional).
Fonte:Wikimedia Foundation