26.3.11

HISTÓRIA DA MOEDA

NECESSIDADE DE TROCAS

Devido à especialização da produção, os homens utilizavam o escambo, já que não possuíam ou não produziam a variedade de bens que atendessem as suas necessidades.

Esse processo exigia que as partes desejassem exatamente o que a outra parte poderia oferecer e ainda que os seus valores fossem equivalentes. Em função dessa necessidade, originou-se a utilização de um instrumento facilitador de trocas, de valor padronizado, a moeda. Inicialmente, foram utilizados objetos, que por possuírem valor intrínseco, tornaram-se aceitos na obtenção de bens por todos da comunidade.

A escolha desses instrumentos monetários se dava em decorrência da sua utilidade e /ou escassez, como também em função da divisibilidade, homogeneidade e facilidade de manuseio e transporte.

Fases da moeda

Atualmente, a moeda é definida como “um bem instrumental que facilita as trocas e permite a medida ou comparação de valores” . O seu desenvolvimento passou pelas seguintes fases:

História da Moeda

História da Moeda

Moeda-Mercadoria

Consistia na utilização de bens, tais como o sal, o gado, as conchas dentre outros, por vários povos para a obtenção de outras mercadorias.

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Moeda Metálica

Nesse período, os metais mais utilizados foram o ouro e a prata, embora inicialmente, tenha sido usado o ferro, o bronze e o cobre abandonados por não possuírem estabilidade de valor como os primeiros (ouro e prata).

Passos (2003, p. 450) afirma que “os metais foram as mercadorias cujas características mais se aproximam das características que se exigem dos instrumentos monetários”, no entanto, possuíam os inconvenientes da dificuldade de transporte e do risco dos assaltos.

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Moeda-papel

Foi a solução criada para reduzir as dificuldades de comercialização por meio da moeda metálica.

Consistia na utilização de certificados de depósito nas praticas comerciais. Esses certificados eram emitidos pelas casas de custódia e possuíam a garantia de conversão em ouro a qualquer momento.

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Papel-moeda

A partir de meados do século XIX, o Estado assumiu a emissão e o controle da moeda nacional. Atualmente, o Papel-moeda ou Moeda Fiduciária (baseada na confiança da sociedade) “é constituída por moedas metálicas e notas que circulam livremente no país” .

Ela não possui lastro metálico e é inconversível em ouro, cabendo ao Estado a responsabilidade de garantir o seu valor por meio da quantidade de moeda liberada.

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Moeda Escritural

Também conhecida como moeda bancária, surgiu pelo desenvolvimento do sistema bancário. Ela é representada pelos depósitos à vista e a curto prazo nos bancos, movimentados por cheques e ordens de pagamentos.

O quadro 01 mostra a variedade de bens e os povos que os utilizaram como moeda ao longo da História

História da Moeda

Importância da moeda no desenvolvimento das nações

No exercício simultâneo das suas funções, a moeda é instrumento de troca, medida e reserva de valor e padrão de pagamento. Logo, a relevância histórica da moeda ocorre por meio da sua grande utilidade e facilidade de adaptação às necessidades humanas de adquirir bens e utilizar serviços.

Portanto, a moeda representou um papel ativo no que tange ao desenvolvimento da economia das nações e das suas instituições bancárias.

CONCLUSÃO


Observou-se que a necessidade de adquirir outros bens e as dificuldades do escambo direto, provocaram o desenvolvimento da moeda – instrumento que facilitou substancialmente as práticas comerciais.

A utilização da moeda passou por varias fases, apresentando para cada momento histórico, uma alternativa para atender a demanda de facilitar o processo de troca de mercadorias ou bens.

Percebeu-se ainda, que essas necessidades – de adquirir outros bens possibilitaram que a moeda exercesse suas funções, contribuindo assim, para o desenvolvimento comercial, para a criação das instituições bancárias e para o crescimento econômico e social de cada nação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PASSOS, Carlos Roberto Martins; NOGAMI, Otto. Princípios de Economia. São Paulo: Pioneira Thonsom Learning, 2003.
RATTI, Bruno. Comércio Internacional e Câmbio. 10 ed., São Paulo: Aduaneiras, 2001.
VICECONTI, Paulo Eduardo Vilchez; NEVES, Silvério das. Introdução à Economia. 5 ed., São Paulo: Fase Editora, 2002.

Fonte: www.professormedeiros.com

EVOLUÇÃO DA MOEDA

ESCAMBO

Escambo(troca de mercadorias)

A necessidade das trocas, na economia é decorrência da evolução dos costumes sociais, onde o individuo deixa de ser auto-suficiente na produção dos bens de que necessita para sua sobrevivência.

O pecuarista, por exemplo, necessita trocar a carne que produz por alimentos, roupas, móveis e outros bens e serviços que atendam a suas necessidades ou a seus desejos de consumo.

Como nos primórdios da civilização não existia o dinheiro como o conhecemos atualmente, a maneira de se obter um bem ou serviço de que se necessitava era por meio de troca direta, também conhecida por Escambo.

Acontecia mais ou menos assim: necessitando de um bem que não produzia, o indivíduo A procurava trocar seus excedentes com o indivíduo B, produtor do bem de que necessitava.

Essas trocas diretas apresentavam inconvenientes: nem sempre a mercadoria disponível para troca pelo indivíduo A era necessária ao indivíduo B. Este necessitava da mercadoria produzida pelo individuo C, e assim por diante.

Assim, as trocas esbarravam na dificuldade de se encontrar um contraparte que tivesse exatamente a necessidade oposta, ou seja, a troca só se efetivaria se houvesse Coincidência de Desejos.

Em um sistema como esse, o pecuarista levaria metade de seu tempo produzindo carne e a outra metade procurando alguém com quem pudesse fazer uma troca apropriada. Além disso, como equacionar o volume de comércio? Como se percebe, trocas dessa natureza em economias complexas como as atuais jamais prosperariam.

Nestas, não só os bens de consumo, mas os recursos econômicos também são vendidos e comprados com dinheiro, a exemplo do trabalhador que fornece seu trabalho em troca de dinheiro e, com esse, adquire os bens de que necessita.

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Moeda Mercadoria

Dada as dificuldades para realizar trocas diretas, a sociedade encontrou uma forma que contornasse o problema: a utilização de uma mercadoria como moeda. Surgiu, assim, a mercadoria com funções de dinheiro, reconhecida como Moeda-Mercadoria. Em uma economia que comercializa bens num sistema de mercado, a definição de uma mercadoria para servir de intermediária nas trocas facilita, sobremaneira, o desenvolvimento das transações.

Dependendo da região e do momento histórico, várias mercadorias desempenharam o papel moeda: arroz, tecidos, trigo, peixe, gado, sal, etc... A propósito, a palavra pecuniário, em português, deriva de pecus que, em latim, quer dizer gado. Outra palavra que teve origem em um moedamercadoria é a palavra salário, derivada de sal.

A moeda-mercadoria resolveu o problema da dificuldade de se realizarem trocas diretas. Os bens passaram a ser referenciados nesse tipo de moeda e assim as trocas podiam ser efetuadas de forma mais fácil.

No entanto, tendo resolvido um problema, três outros estavam para ser resolvidos: as mercadorias que serviam de moeda eram em geral perecíveis, apresentavam problemas de divisibilidade, como no escambo, e traziam, ainda problemas com a estocagem. A criatividade e a experimentação humanas deveriam ser exercitadas como forma de superar esses problemas.

MOEDA METÁLICA

História da Moeda

As necessidades e a criatividade humanas fizeram com que surgisse uma solução que resolvesse a questão da coincidência de desejos, verificada nas trocas diretas, além do problema da perecibilidade e da divisibilidade. É introduzida, então, a moeda metálica como intermediária das trocas.

MOEDA-PAPEL

História da Moeda
Cédula Francesa de 25 Sols (1792)

A moeda de ouro, utilizada em grande escala como intermediação de trocas, trazia dois grandes problemas para os indivíduos: o custo do transporte, dado seu volume, e o risco de assaltos.

O risco de assalto foi determinante na decisão de se manterem as moedas em casas de custódia (os ouvires), em troca de certificados de depósito. Progressivamente, esses certificados passaram a ser usados como moeda.

O endosso dava a seus titulares o direito de retirar o ouro junto às casas de custódia. Dessa forma, surgia a Moeda-Papel, cuja característica é ser integralmente lastreada em metal precioso.

Em outras palavras, o detentor do certificado podia, a qualquer momento, dirigir-se a casa de custódia e sacar o equivalente no metal que lhe servia de lastro. Essa ação de resgatar o papel em metal é conhecida como conversibilidade.

PAPEL-MOEDA OU MOEDA FIDUCIÁRIA

A experiência de custódia e da conversibilidade levou a percepção de que a reconversão dos recibos de custódia (moeda-papel) em metais preciosos não era solicitada por todos os seus detentores ao mesmo tempo. Além disso, novos depósitos eram sempre realizados.

Assim, os custodiantes começaram, paulatinamente, a emitir certificados não lastreados. A confiança dos comerciantes e da comunidade nos fiéis e honrados custodiantes dos metais preciosos ensejou a criação do papel-moeda (ou moeda fiduciária). Junto com o papel-moeda nascia, também, a atividade bancária.

A emissão de certificados em montantes superiores ao estoque de metal precioso permitia que seus emissores realizassem operações lucrativas, como a aquisição de títulos e ações ou, ainda, a concessão de empréstimos que rendiam juros.

Quando se adotou essa prática, os recibos passaram a ser fracionariamente conversíveis, situação que evoluiu com o tempo, chegando aos dias atuais, em que a moeda é de emissão privativa do Estado, onde não há conversibilidade.

Moeda Escritural

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Moeda Escritural

A medida que a sociedade evolui, a forma de convivência e os relacionamentos comerciais vão-se modificando. Além do papel-moeda de emissão privativa do Estado, por meio de bancos centrais, há o que chamamos de moeda bancária ou moeda escritural.

Os bancos comerciais podem criar moeda, assim como os ourives faziam quando emitiam mais certificados do que o ouro que mantinham em depósito. Nos bancos, somente uma parte do total de depósitos é utilizada ao mesmo tempo.

Em qualquer momento existem pessoas depositando e outras retirando, de tal forma que, balanceando essas operações, somente uma parcela do todo é movimentada.

Ao contrário do que muitas vezes se pensa, o depósito é que é moeda, pois é uma promessas de pagar quando lhe for requerido. O cheque, por sua vez, é apenas o mecanismo de conversão do depósito em moeda manual, ou seja, nada mais é do que uma ordem de transferência de fundos.

Como só uma parcela de depósitos é requerida em espécie, pois grande parte retorna aos bancos em forma de novos depósitos, o banco pode fazer promessas de pagar acima do que dispõe e, dessa forma, criar moeda em meio de pagamento, apesar de não poder emitir a moeda que esteja em curso no país (função privativa do Banco Central).

Esta questão de moeda escritural, principalmente com relação à capacidade que os bancos apresentam de multiplicá-la, será retomada adiante no tópico. “Criação / Destruição de Moeda”.

Moeda virtual

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A evolução das formas de moeda está vinculada ao aspecto intrínseco de que novas formas são adotadas por tornarem mais fáceis, as transações entre os agentes econômicos. Desde seu surgimento até as modalidades hoje existentes, as transformações da moeda estiveram vinculadas ao aspecto da redução dos custos de transação.

A moeda na forma digital (mecanismos de pagamento por via eletrônica) implica redução significativa nos custos de transação. Seu surgimento e desenvolvimento, no entanto, está mais ligado ao fato de que são vislumbradas as oportunidades de negócios com o oferecimento de serviços financeiros por meio de cartões, Internet, etc.

Essas novas formas de dinheiro eletrônico ganharam impulso com a criação da Internet, que permite a realização de compras via computador, debitando-se os respectivos custos em cartões de crédito ou diretamente na conta bancária do usuário.

Com o desenvolvimento dos meios de comunicação e da transferência eletrônica de dados, há ainda campo aberto para a criatividade humana encontrar novas formas de intermediar as trocas de aquisição de bens e serviços.

O que podemos perceber também é que a dificuldade de averiguar exatamente onde uma transação ocorre dificultará, ainda mais, a ação dos governos, tanto em definir políticas e fiscalizar essa nova forma de moeda, como em tributar as transações dessa forma originadas.

Funções da moeda

A moeda surgiu da necessidade de os indivíduos trocarem seus excedentes por outros bens de que necessitavam, principalmente na medida em que as economias foram se especializando. Seu uso generalizado gerou consenso a respeito das funções que deve exercer. São elas:

Intermediária de trocas

É a função por excelência da moeda. Qualquer sociedade com grande nível de especialização do trabalho e volume significativo de trocas seria inviável sem a existência da moeda.

Unidade de conta ou medida de valor

A moeda serve para comparar o valor de mercadorias diversas (os diversos bens e serviços são expressos em quantidade de moeda, por meio dos preços). Além disso a moeda resolve o problema de se somar coisas distintas.

Reserva de valor

Um indivíduo que recebe moeda por alguma transação que tenha realizado, ou até mesmo, como prêmio, não precisa gastá-la imediatamente. Pode guardá-la para uso posterior. Isto significa que ela serve como reserva de valor. Para que em cumpra seu papel, é necessário que tenha valor estável, de forma que quem a possua tenha idéia precisa do quanto pode obter em troca.

Se a economia estiver num processo inflacionário, o valor da moeda vai-se deteriorando, fazendo com que esta função não se cumpra.

Padrão de pagamentos diferidos

Esta função resulta da capacidade da moeda em facilitar a distribuição de pagamentos ao longo do tempo. Os pagamentos feitos aos fatores de produção por exemplo, fator trabalho, são exemplos de diferimento.

As operações de crédito e financiamento, que dão sustentação a maior parte das grandes transações econômicas, são também exemplos de compromissos diferidos, cuja liquidação é contratada e se dá sob a interveniência da moeda.

Moedas no mundo

Afeganistão = afegani
África do Sul = rand
Alemanha = marco
Arábia Saudita = riyal
Argentina = peso/
Austrália = dólar australiano
Áustria = schilling
Bélgica = franco belga
Bolívia = peso boliviano
Brasil = real
Bulgária = lev
Camarões = franco CFA
Canadá = dólar canadense
Chile = peso chileno
China = yuan
Colômbia = peso colombiano
Congo = franco CFA
Coréia do Sul = won
Cuba = peso cubano
Dinamarca = coroa
Egito = libra
Equador = sucre
Eslováquia = coroa eslovaca
Espanha = peseta
Estados Unidos = US dólar
Filipinas = peso filipino
Finlândia = markka
França = franco francês
Guana = cedi
Grã Bretanha = libra esterlina
Grécia = drachma
Guatemala = quetzal
Holanda = guilder
Hong-Kong = dólar Hong-Kong
Hungria = florim
Índia = rupia indiana
Indonésia = rupia indonésia
Irã = rial
Iraque = dinar iraquiano
Itália = lira
Iugoslávia = dinar iugoslavo
Japão = yen
Jordânia = dinar jordaniano
Kênia = shilling keniano
Kuwait = dinar kuwaitiano
Líbano = libra libanesa
Lituânia = litas
Malásia = ringgit
México = peso mexicano
Nicarágua = córdoba
Noruega = coroa
Paraguai = guarani
Peru = sol nuevo
Polônia = zloty
Portugal = escudo
Romênia = leu
Rússia = rublo
Suécia = coroa sueca
Suiça = franco suiço
Tailândia = baht
Turquia = lira turca
Uruguai = peso uruguaio
Venezuela = bolivar
Zaire = zaire

Fonte: www.fisgall.com