31.3.11

INDÚSTRIA: A FORÇA DO BRASIL

A Revolução de 1930 foi um divisor de águas no processo brasileiro de industrialização. Com Getúlio Vargas na Presidência da República tem início o reconhecimento de uma realidade industrial, traduzida na criação do Ministério do Trabalho, das leis sociais e de sindicalização.


Lindolfo Collor, 1.º Ministro do Trabalho visitando uma indústria.


Operários prensando algodão na Paraíba.

O Presidente Getúlio Vargas prestigiava as lideranças do setor industrial, como Euvaldo Lodi, Roberto Simonsen e Américo Renê Giannetti, que colaboraram com o governo na elaboração da legislação reguladora do trabalho, na montagem da estrutura sindical e na definição da política econômica. Através da participação em órgãos como o Conselho Federal de Comércio Exterior (1934) e o Conselho Nacional de Política Industrial e Comercial (1944), essas lideranças participaram do planejamento econômico do país e, pela primeira vez, o desenvolvimento industrial passou a ser considerado essencial à consolidação da soberania nacional.


Visita do Pres. Getúlio Vargas ao Moinho Santista. 1939. Acervo Biblioteca Nacional.


Sala de classificação de lã bruta. S/A Moinho Santista. Acervo Biblioteca Nacional.

Em 1933, pela primeira vez na história do Brasil, o valor da produção industrial superou o da produção agrícola. Embora esse resultado fosse influenciado pela Grande Depressão norte americana, o maior dinamismo do setor industrial nunca mais foi suplantado pelo agrícola. A década de 1930 foi o início da transformação do Brasil, de país essencialmente agrícola numa nação industrializada.


Vista lateral de Moinhos Santista, tomada do cais do Porto de Santos. 1939.


Vista geral da Fábrica de tecidos Cambuci, São Paulo. Acervo Biblioteca Nacional.

Durante o Estado Novo foram freqüentes as manifestações trabalhistas em apoio ao governo e sua política sindical. O regime autoritário controlava as entidades sindicais de trabalhadores, que realizavam grandes manifestações nos principais centros urbanos do país.


Homenagem ao Estado Novo.


Café Brasil, Belo Horizonte, década de 1930.

Com a entrada do Brasil na II Guerra Mundial, o governo Vargas incentivou o empresário mineiro Américo Renê Giannetti, dono da ELQUISA, a produzir alumínio, cujo consumo no Brasil era totalmente importado. Lutando com enormes dificuldades, Giannetti conseguiu superar os inúmeros obstáculos, agravados pala guerra, fazendo a primeira corrida do metal em Saramenha, no dia 25 de março de 1945. Em 1950 a empresa foi comprada pelo grupo canadense ALCAN, que atua no setor, no Brasil, há 50 anos .

Com o final da Guerra e a vitória dos Aliados, a ditadura do Estado Novo termina. Empresários da indústria, comércio, bancos e serviços se reúnem em Teresópolis, RJ, e propõem uma nova ordem econômica e social, menos centralizadora, e expurgada do excessivo intervencionismo estatal.


Américo Renê Giannetti entrega lingote de alumínio produzido em Saramenha,
MG, ao Pres. Getúlio Vargas. 1945.


Encerramento da Conferência das Classes Produtoras em Teresópolis,
RJ, 1945.

No segundo governo Vargas (1950-1954) a industrialização se consolidou, fortalecida por uma política nacionalista. A campanha "O Petróleo é Nosso" garantiu o monopólio estatal e a criação da Petrobrás (1953). Em Minas foi inaugurada a Cia. Siderúrgica Mannesmann (agosto de 1954), com a presença do Presidente Getúlio Vargas, a última solenidade a que compareceu antes de morrer.


Petróleo jorrando na Bahia. C. 1950.


Inauguração da Cia. Siderúrgica Mannesmann, agosto de 1954.


A vitória do Governador de Minas, Juscelino Kubitschek nas eleições presidenciais, levou ao plano federal um estilo dinâmico e moderno de fazer política, amplamente aprovado em seu Estado de origem. JK governou o país com grande habilidade política durante cinco anos, realizando um plano de desenvolvimento econômico conhecido como Programa de Metas, cujo slogan era "50 anos em 5". A maior parte dos investimentos foi direcionada para os setores de transportes e geração de energia, conferindo ao país a infra-estrutura necessária à industrialização. Aproveitou a conjuntura internacional favorável para atrair investimentos estrangeiros diretos na produção de bens de consumo duráveis, implantando a indústria automobilística.



O Presidente Juscelino Kubitschek apresenta ao país o Plano de Metas.


Inauguração da Volkswagen. Reprodução fotográfica.

Em 1958 o Presidente da CNI, o mineiro Lídio Lunardi, promoveu em Belo Horizonte a Conferência Internacional de Investimentos, com a participação de diversos empresários europeus, norte americanos e japoneses, com o objetivo de divulgar as potencialidades do país e atrair novos investimentos. O Brasil crescia e se industrializava e parecia que íamos "chegar lá", deixando para trás o subdesenvolvimento.


Encerramento da Conferência Internacional de Investimentos, Belo Horizonte, 1958.


Fábrica de cinescópios. Reprodução fotográfica

A produção de veículos automotores foi impulsionada na década de 1950, com a instalação de diversas montadoras, produzindo automóveis, ônibus, caminhões e tratores. À medida que a indústria crescia, a urbanização se acelerava e novas transformações sociais mudavam a "cara" do Brasil.


JK dirige o L-312, primeiro caminhão da Mercedes-Benz no Brasil. 1956.


Área de produção da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo,
São Paulo, 1959.

A construção de uma grande siderúrgica, a carvão vegetal, em Minas, onde se localizavam as principais jazidas de minério de ferro, era há várias décadas um grande sonho dos mineiros. A construção da CSN em Volta Redonda foi uma grande decepção para suas principais lideranças políticas e empresariais.

Em meados da década de 1950 essas lideranças, sob o comando da FIEMG iniciaram uma campanha bem sucedida que resultou na criação da USIMINAS, reunindo capitais nacionais estatais, privados e japoneses. A USIMINAS foi inaugurada em 1962, em Ipatinga, durante o governo de João Goulart.


Inauguração da Usiminas, Ipatinga, MG, 1962.


Vista aérea da inauguração da USIMINAS.

Após o período de crescimento acelerado do governo JK o país entrou numa grande crise política, com crescentes mobilizações da esquerda e da direita, que desaguaram no golpe militar de 1964. Iniciava-se um regime autoritário que se prolongaria por duas décadas.


Tropas de Minas Gerais em Brasília, abril de 1964.


Manobras militares em frente ao Ministério do Exército no Rio de Janeiro,
abril de 1964.Nacional.

Durante o regime militar foram feitos grandes investimentos no setor industrial. A economia brasileira viveu um período de grandes entradas de capital estrangeiro, que possibilitou o chamado "Milagre econômico", quando o Produto Interno Bruto crescia a taxas superiores a 10% ao ano, no período 1968-1973.


Palestra na FIEMG sobre a construção da Refinaria e do Oleoduto da Petrobrás,
em Minas.


Inauguração da FIAT

Na década de 1970 o Brasil entra na era nuclear com a construção da Usina de Angra dos Reis, RJ, e desenvolve uma indústria de informática, protegida pela reserva de mercado.


Construção da Usina Nuclear de Angra dos Reis. C. 1979.


O Min. Mário Henrique Simonsen inaugura a fábrica da COBRA -
Computadores do Brasil S.A.

Painel 38 A economia brasileira, até a década de 1980 caracterizou-se pelo relativo equilíbrio entre os setores estatal, nacional privado e estrangeiro. Com o mercado interno fechado à concorrência externa, a indústria brasileira ressentia-se de baixa produtividade e altos custos de produção, principalmente devido ao excesso de taxas e impostos onerando a produção. O processo de globalização precisava ser encarado com determinação e amplas mudanças institucionais.


Alto forno da Açominas, 1986.


Vista da ACESITA.

Fonte: www2.fiemg.com.br