3.7.12

Nova Amsterdã (Nova Iorque)


Por Emerson Santiago

Nova Amsterdã (Nieuw Amsterdam, em holandês) era o nome dado à capital da colônia da Nova Holanda, estabelecida na região do vale do rio Hudson de 1609 até 1664, e que é o núcleo original da atual cidade de Nova Iorque.



Na verdade, este centro fundado pelos holandeses era, como em outras partes do globo dominadas por estes, mais um entreposto comercial do que um centro populacional efetivo. Em outras palavras, a razão da existência de Nova Amsterdã era estabelecer comércio com as populações locais, comprando e vendendo produtos a partir de uma feitoria, fortemente protegida por uma paliçada. Ao contrário do que se costuma imaginar, este centro era um empreendimento da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais (WIC, na sigla original em holandês), e não uma colônia pertencente ao estado ou à coroa holandesa, como acontecia no caso de outros impérios coloniais europeus.

Em curto espaço de tempo, os empresários holandeses estabelecidos em Nova Holanda ergueram uma série de feitorias, vilas e fortes aquém e além do rio Hudson, lançando as bases para cidades que ainda existem hoje nos EUA. Forte Orange, o mais setentrional dos postos avançados holandeses, hoje é conhecida como Albany. Wiltwyck é conhecida hoje como Kingston. Ao contrário de Nova Iorque e Albany, onde os traços da colonização holandesa podem ser difíceis de encontrar, a história da colonização holandesa é bastante evidente em Kingston.

Como centro de comércio, a diversidade imperava na área. Cerca de 40 línguas eram faladas, inclusive o português, pois agentes comerciais de toda a Europa representavam os interesses de grandes capitalistas naquela colônia holandesa. Esperava-se que seus habitantes explorassem economicamente a região onde estavam instalados de modo a dar lucro aos seus investidores.

Infelizmente, para aqueles dedicados à colonização e exploração da área, a colônia não rendia tanto quanto outros entrepostos, como ocorria por exemplo com a ilha de Java (atualmente parte da Indonésia, no sudeste asiático), onde os holandeses se estabeleceram quase ao mesmo tempo, mas de onde retiravam lucros astronômicos. O problema com Nova Amsterdã era que, além da cultura dos povos nativos, que não priorizava o comércio, nem a conquista de lucro, o clima não favorecia a maior parte dos gêneros de valor consumidos na Europa à época, e mesmo a caça não rendia produtos de destaque. Assim, a colônia dificilmente se mantinha como investimento rentável. Prova disso foi que, quando os britânicos resolveram ocupar a área, como parte de um projeto de colonização de povoamento (diferente do sistema holandês), a WIC logo aceitou receber em troca o atual Suriname, onde poderiam ser cultivados gêneros de maior lucro.

Assim, Nova Amsterdã é rebatizada de Nova Iorque e passa a ter uma função diferente dentro do sistema britânico, mas conservando seu aspecto cosmopolita, marca da cidade até hoje.

Bibliografia:
WELLING, George M. Nieuw Amsterdam (em inglês). Disponível em: <http://www.let.rug.nl/usa/E/newnetherlands/nl3.htm>. Acesso em: 21 mai. 2012.
indeterminado. Dutch Colonies (em inglês). Disponível em: <http://www.nps.gov/nr/travel/kingston/colonization.htm>. Acesso em: 21 mai. 2012.
SHORTO, Russell. The Un-Pilgrims (em inglês). Disponível em: <http://www.nytimes.com/2003/11/27/opinion/the-un-pilgrims.html>. Acesso em: 21 mai. 2012.




Fonte: