15.7.20

Amador Bueno



Amador Bueno prendeu índios e encontrou ouro.

Em 1638, Amador Bueno da Ribeira era considerado um dos homens mais ricos de São Paulo.

Exerceu os cargos de ouvidor da capitania, provedor, contador da Fazenda Real e juiz de órfãos.

Amador Bueno da Ribeira, dito O Aclamado, foi um paulista que o povo aclamou rei em São Paulo.

Aclamação de Amador Bueno ocorreu em 1641.

Eram os mesmos revoltosos de 1641 (no que se conheceu popularmente como Botada dos padres fora, por dirigir-se contra os jesuítas). O mesmo espírito de rebelião se respirava nos dois movimentos ou impulsos populares.


Dados biográficos Amador teria nascido circa 1584 em São Paulo e morreu após 1649.

Tinha pai castelhano, Bartolomeu Bueno, dito O Sevilhano porque nascido em Sevilha por volta de1555 e morto em São Paulo. Este seu pai, carpinteiro da Ribeira de Sevilha, viera para o Brasil na armada de D. Diego Flores de Valdez.

Em 1616 era vereador. Casara por volta de 1590 com Maria Pires, nascida em 1564, filha de Salvador Pires e de Mércia Fernandes, mameluca, também conhecida como Mécia Uçu porque sua mãe descendia do Cacique de Ururaí, Piquirobi, índio de São Vicente e também de Antônio Rodrigues, um dos dois portugueses encontrados por Martim Afonso de Sousa, que não se sabe como vieram parar no litoral paulista. Amador foi capitão-mor e ouvidor da capitania de São Vicente em 1627.

Quando D. João IV de Bragança assumiu o trono de Portugal em 1640, no ano seguinte Amador foi aclamado rei em São Paulo pelo poderoso partido de influentes e ricos castelhanos, liderados pelos irmãos Rendon de Quevedo, Juan e Francisco Rendón de Quevedo y Luna naturais de Coria, partido ao qual ainda pertenciam D. Francisco de Lemos, da cidade de Orens; D. Gabriel Ponce de León, de Guaira; D. Bartolomeu de Torales, de Vila Rica do Paraguai, D. André de Zunega e seu irmão D. Bartolomeu de Contreras y Torales, D. João de Espíndola e Gusmão, da província do Paraguai, e outros que subscreveram o termo de aclamação, a 1º de abril de 1641. Como os espanhóis não queriam ser súditos de D. João IV, que reputavam vassalo rebelde a seu soberano, resolveram provocar a secessão da região paulista do resto do Brasil, esperando talvez anexá-la às colônias espanholas limítrofes.

Diz o historiador Afonso E. Taunay em ENSAIOS PAULISTAS, pg 631: «Oferecem o trono ao sogro, ele próprio filho de espanhol e homem do maior prol em sua república pela inteligência, a fortuna, o passado de bandeirante, o casamento, os cargos ocupados.» Amador Bueno recusou a honra, e com a espada desembainhada, deu vivas, como leal vassalo, ao rei de Portugal, em quem se restaurava a monarquia portuguesa depois de 60 anos de União Ibérica. Ameaçado de desacato, Amador Bueno tinha se refugiado no mosteiro beneditino, pedindo a intervenção do abade e seus monges.

Diz o mesmo historiador: «Desceram à praça fronteira o prelado e sua comunidade, procurado convencer os manifestantes que deviam abandonar o intento que os congregara. (….) Arrependidos do seu desacordo, resolveram os aclamadores aderir ao movimento restaurador do 1º de dezembro de 1640.

E assim foi D. João IV solenemente reconhecido soberano dos paulistas a 3 de abril de 1641, num gesto esplêndido de solidariedade lusa, do qual a unidade do Brasil imenso viria valer-se pelo alargamento extraordinário de sua área.» O auto da Câmara foi assinado pelo capitão-mor de São Paulo, João Luiz Mafra, Antônio Raposo Tavares, Frei João da Graça, abade do Mosteiro de São bento, Frei Bento da Trindade, Frei Manuel de Santa Maria, frei Francisco dos Santos, Fernão Dias Pais, Antônio Pompeu de Almeida, o vigário padre Manuel Nunes, Lourenço Castanho Taques e outros paulistas.


Por esse ato, Amador Bueno deixou nome ilustre e recebeu carta de el-rei em que lhe agradecia a lealdade. Muito se escreveu sobre essa dita «Aclamação» de Amador Bueno. Amador era homem riquíssimo e de muito bom senso, que gozou do maior prestígio.

Sobre o mito imutável de sua aclamação deve-se ler o que escreveu Alfredo Ellis Jr em «O ouro e a Paulistania» no Boletim n° 8 da Cadeira de História da Civilização Brasileira da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo-USP. Prudente, quando o partido espanhol o quis ver rei, se refugiou no mosteiro de São Bento e mandou chamar Lourenço Castanho Taques para serenar e despersuadir o povo. Castanho Taques sustentava o partido dos jesuítas e os dois, Castanho Taques e Amador Bueno, apoiavam Salvador Correia de Sá e Benevides, almirante e governador do sul do Brasil.

Do grupo de Amador faziam parte seus genros e amigos espanhóis, D. Francisco Mateus de Rendon, D. João Mateus Rendon (genros); D. Francisco de Lemos e seus dois filhos, D. Gabriel Ponce de Leon, D. Bartolomeu de Torales e seus três filhos, D. André de Zunega, Bartolomeu de Contreras e João Espinola.

Do Livro 13 de sesmarias, consta que em 31 de março de 1627 obtivera carta de data de uma légua de terras nos campos de Juqueri, passada pelo capitão-mor Álvaro Luís do Valle, loco-tenente do donatário.

Foi ainda provedor e contador de Fazenda Nacional da dita capitania por provisão de Diogo Luís de Oliveira, datada na Bahia de 6 de dezembro de 1633, tomando posse em Santos dada por Pedro da Nota Leite, capitão-mor governador da capitania, em abril de 1634.

Casou com Bernarda Luís, filha de Domingos Luís, o Carvoeiro, e de Ana Camacho, os quais em 10 de abril de 1603 haviam fundado a capela de Nossa Senhora da Luz no bairro do Guarepe, nos arredores da vila de São Paulo.

Tiveram numerosa descendência, entre elas um filho, bandeirante, também chamado Bartolomeu Bueno como seu avô e seu tio e um filho chamado, para distinguir do pai, Amador Bueno, o Moço, também bandeirante.

Entre seus irmãos os famosos bandeirantes Francisco Bueno e Bartolomeu Bueno, o Moço.
1641 – Amador Bueno é aclamado rei dos paulistas



Durante os séculos XVII e XVIII, a hegemonia da colonização portuguesa sob as terras brasileiras foi constantemente abalada.

Nesse período, a debilidade econômica do Império Português pode ser justificada pela União Ibérica (1580 – 1640), período em que os espanhóis controlaram os domínios portugueses no Brasil.

Nesse intervalo de sessenta anos, muitos bandeirantes paulistas praticavam o apresamento e a comercialização de índios encontrados pelo interior do Brasil.

Através dessa atividade, estabelecia-se uma atividade econômica que resolvia o problema da escassez de escravos africanos em território brasileiro.

Além disso, durante a União Ibérica, os bandeirantes paulistas constituíram outra rota de comercialização de índios que atendia a demanda por escravos dos colonizadores espanhóis da região do Prata.

Por meio dessa rota, os bandeirantes ampliaram seus negócios conquistando um promissor mercado consumidor da mão-de-obra indígena.

Porém, com o fim da União Ibérica, o governo português veio a interromper o negócio estabelecido pelos bandeirantes. Portugal proibiu a escravização indígena buscando ampliar seus lucros ao, conseqüentemente, forçar os colonos a comprarem escravos africanos oferecidos pela administração colonial portuguesa.

Amador Bueno

Inconformados com essa exigência da metrópole, um grupo de bandeirantes paulistas resolveram armar um levante que exigiu o fim da proibição da escravização indígena. Buscando a vitória, os bandeirantes se dirigiram ao fazendeiro Amador Bueno, que também era a favor da escravização indígena.

Os bandeirantes paulistas convocaram Amador Bueno para que liderasse a revolta, aceitando o cargo de governador da província de São Paulo. Mesmo prestigiado pelos bandeirantes, Amador Bueno declinou a proposta por eles feita e jurou fidelidade ao governo português. De tal maneira, a revolta bandeirante perdeu sua sustentação.

Amador Bueno da Ribeira, dito O Aclamado, foi um paulista que o povo aclamou rei em São Paulo. Eram os mesmos revoltosos de 1641 (no que se conheceu popularmente como Botada dos padres fora, por dirigir-se contra os jesuítas). O mesmo espírito de rebelião se respirava nos dois movimentos ou impulsos populares.

Dados biográficos

Amador teria nascido cerca 1584 em São Paulo e morreu após 1649.

Tinha pai castelhano, Bartolomeu Bueno, dito O Sevilhano porque nascido em Sevilha por volta de1555 e morto em São Paulo.

Este seu pai, carpinteiro da Ribeira de Sevilha, viera para o Brasil na armada de D. Diego Flores de Valdez.
Revolta de Amador Bueno

Causas

Ocorrida em 1641, em São Paulo, foi a primeira manifestação de caráter nativista da Colônia.

Em 1640, através de uma guerra de Restauração, Portugal conseguiu se libertar do domínio espanhol. Acontece que, durante o domínio espanhol (União Ibérica), os moradores de São Paulo passam a ter uma fonte de riquezas no contrabando com a região do rio da Prata e no apresamento e venda do índio que eles iam capturar nas «missões jesuíticas localizadas na bacia do Rio Paraná, o que, aliás, provocou muitos choques entre paulistas e jesuítas.

Com a Restauração portuguesa, os comerciantes paulistas temiam que Portugal destruísse essa fonte de riqueza, impedindo o contrabando e proibindo o aprisionamento e a venda do índio, pois o governo Português obtinha altos lucros com o tráfico negreiro. Ao proibir a escravidão indígena, a metrópole estaria forçando os colonos a utilizar mão-de-obra escrava negra. O movimento reduziu-se a uma manifestação dos comerciantes paulistas preocupados com a possibilidade de que seus negócios com Buenos Aires fossem prejudicados. Como forma de protesto, os paulistas resolveram criar em São Paulo um reino independente e aclamaram como rei o fazendeiro Amador Bueno da Ribeira – o mais rico habitante do lugar, capitão-mor e ouvidor, irmão de bandeirantes.

Amador Bueno recusou a “oferta” e jurou fidelidade ao novo rei português. Dias depois, os paulistas também o fizeram. O gesto acabou não tendo conseqüência séria pois São Paulo era uma região marginalizada economicamente e não tinha condições de continuar a luta contra Portugal. O episódio histórico serviu, entretanto, para demonstrar o descontentamento de alguns colonos com a dominação portuguesa.

Não obstante os relatos, o historiador Luís Felipe de Alencastro afirma que a “Aclamação de Amador Bueno” foi uma invenção de um paulista para glorificar os paulistas.

Fonte: www.geocities.com/dicionario.sensagent.com