Cristóvão Colombo (Gênova [?][1] [2], c. 1437/1448 — Valladolid, 20 de Maio de 1506) foi umnavegador e explorador europeu, responsável por liderar a frota que alcançou a América em 12 de Outubro de 1492, sob as ordens dos Reis Católicos de Espanha. Empreendeu a sua viagem através doOceano Atlântico com o objectivo de atingir a Índia, tendo na realidade descoberto as ilhas dasCaraíbas (Antilhas) e, mais tarde, a costa do Golfo do México na América Central. Embora existam graves controvérsias quanto à sua origem, a teoria mais aceite desde 1892 é agenovesa[3], com base em certos testemunhos que assim o referem desde o final do século XV. No entanto, o primeiro testemunho sobre a sua origem foi nos dado por duas vezes em 1486 no livro de contas de Pedro Diaz de Toledo quando este se referia a Colombo por "El Portugues". Alguns autores referem-no também milanês, dado haver disputas fronteiriças entre os Estados de Milão e Génova à época de seu nascimento. Actualmente, alguns autores levantam hipóteses tão distintas quanto ele ter nascido em Portugal[4], naCatalunha, no País Basco, na Galiza, na Córsega, na França e até mesmo na Grécia, atribuindo-lhe, entre esses, alguns ainda, ascendência judaica. Segundo a teoria mais aceite, Colombo teria sido um tecelão de seda genovês, um homem simples da plebe[5]. Apesar dessa origem simples, Colombo teria bons conhecimentos de várias línguas (como o latim e o hebraico), de matemática, de cosmografia, de geometria, além de conhecer todos os instrumentos de marinha e navegação, a ponto de ter sido considerado por alguns como o mais instruído homem do mar em toda a Espanha[6]. Alguns historiadores têm procurado demonstrar que o navegador mentia propositadamente a Castela para ajudar Portugal e que tinha a ajuda de Américo Vespúcio nessa missão[7]. Em 1479 Colombo desposou Filipa Moniz, residente no mosteiro feminino de Santos-o-Velho da Ordem de Santiago[8] desde a morte do pai, Bartolomeu Perestrelo, cavaleiro da casa do Infante D. Henrique[9], de ascendência presumivelmente italiana, de Placência, e um dos povoadores e primeiro capitão do donatárioda ilha do Porto Santo. Da união nasceu um filho em c. 1474-80, Diogo Colombo, nomeado pela Coroa Espanhola como 2º Almirante e Vice-rei das Índias. A partir de 1485 Colombo reside em Castela. Chegando a Córdova com a corte, teve um caso amoroso, no Inverno de 1487-1488 com uma moça humilde por nome Beatriz Enríquez da qual nasceu, a 15 de agostode 1488, Fernando Colombo. A esta moça deixa Colombo, no seu testamento, a renda anual de 10.000maravedis, presumivelmente como compensação pelos danos causados à sua honra [10]. Portugal, à época, buscava uma passagem marítima para o Oriente, que lhe permitisse comerciar directamente com a Índia, de onde eram redistribuídas as especiarias oriundas das ilhas Molucas, a par de outros produtos de luxo. Via nesse projeto uma resposta cristã à hegemonia turco-egípcia, muçulmana, sobre a rota terrestre abastecedora da Europa, particularmente das cidades de Gênova e de Veneza. Como alternativa a esse projeto, Colombo concebeu atingir as Índias navegando para o Ocidente, contornando o planeta. As suas ideias básicas eram: Durante a sua estadia em Portugal, Colombo correspondeu-se com Paolo del Pozzo Toscanelli. Nessa correspondência passou intencionalmente a Toscanelli uma estimativa (incorreta) de que a distância era mais curta que a aceite pela Junta de Matemática de D. João II. Este órgão aceitava a afirmação dePtolomeu de que a massa de terras (a Eurásia e a África) ocupava 180 graus da esfera terrestre, com 180 graus de mar. De facto só ocupa cerca de 120 graus. Colombo teria usado os cálculos de Pierre d'Ailly, acreditando que a massa ocupada por terras era de 225 graus, deixando 135 graus de mar e atribuindo um comprimento menor ao grau de longitude terrestre; estes factos, em conjunto com o globo de Martin Behaim, teriam tido a virtude de convencer os castelhanos, no Concelho de Salamanca onde apresentou o seu projeto a um grupo de religiosos e leigos, a patrocinar a sua expedição. A circunferência verdadeira daTerra é de aproximadamente quarenta mil quilómetros. Colombo teria afirmado que era de trinta mil e seiscentos quilómetros, estimando assim que a distância ao Japão era de cerca de quatro mil quatrocentos e quarenta e quatro quilómetros. Colombo conseguiu finalmente fazer aprovar o projecto da sua viagem junto dos Reis Católicos, após a conquista de Granada, com a ajuda do confessor da rainha Isabel de Castela. Os termos da sua contratação tornavam-no almirante dos mares da Índia a descobrir e governador e vice-rei das terras do Oriente a que se propunha chegar, em competição com os portugueses que exploravam a Rota do Cabo. Colombo partiu em sua primeira viagem de Palos de la Frontera (Huelva, Espanha), em 3 de agosto de1492, com três pequenas embarcações: a nau Santa Maria e as caravelas Niña e Pinta. Tocou na Grã-Canária e rumou para Sudoeste; três meses depois chegou a um ilhéu das Bahamas a que deu o nome deSão Salvador. Continuando a navegar costeou Cuba (segundo os próprios cubanos [11] o nome é derivado da palavra Taíno, "cubanacán", significando "um lugar central") e chegou ao Haiti a que deu o nome deHispaniola. Convencido de ter chegado à Índia deixou lá uma pequena colônia e regressou à Europa. A sua segunda viagem iniciou-se em 1493, com três naus e catorze caravelas. Nela avistou as Antilhas e abordou a Martinica. Rumou depois para o norte e alcançou Porto Rico. Foi a Hispaniola onde a pequena colônia tinha sido arrasada pelos indígenas. Tendo ali deixado outro contingente de homens, navegou para o ocidente e chegou à Jamaica. Nessa viagem fundou Isabela, atual Santo Domingo, na República Dominicana, a primeira povoação européia no continente americano. Para a terceira viagem, partiu em 1498, com seis naus, tendo chegado à ilha da Trindade depois de uma atribulada viagem. Rumando ao sul chegou a uma grande terra que pensou ser uma ilha, a que chamou deGracia. Rumando ao norte chegou a São Domingos, cidade formada por Fr. Bartolomeu de las Casas. Ali entrou em conflito com o governador vindo, ele e o irmão a ser presos e enviados para Castela. Na quarta viagem, saiu de Cádiz com quatro naus em 1502, propondo-se uma vez mais a chegar ao Oriente. Avistou a Jamaica e, depois de grande tempestade, chegou à Ilha de Pinos nas Honduras. Avistou depois as costas da Nicarágua, Costa Rica e Panamá. Devido ao péssimo estado das naus teve de regressar a Hispaniola, de onde voltou para Castela. Colombo sempre atribuiu as suas viagens ao desejo de converter novos povos ao Cristianismo, uma crença que se intensificou com a idade. Reivindicou ouvir vozes divinas, e procurou que se organizasse uma novacruzada para capturar Jerusalém. Usava as vestes de franciscano, e descreveu as suas explorações ao "paraíso" como parte do plano divino de que resultaria o último julgamento e o fim do mundo. Por outro lado, exigiu da Coroa castelhana dez por cento de todos os lucros nas terras novas de que viesse a tomar posse, conforme o acordo antecedente com os Reis Católicos. Como Colombo já não governava "as Índias", o novo monarca rejeitou estas pretensões. Os seus filhos processaram a Coroa castelhana para obter parte dos lucros do comércio com a América, mas perderam a causa cinqüenta anos mais tarde. Razoavelmente rico devido ao ouro que os seus homens tinham acumulado em Hispaniola e particularmente honrado pelos seus filhos, Colombo faleceu em Valladolid a 20 de Maio de 1506. Andres Bernaldez, cronista dos Reis Católicos, amigo íntimo e confidente de Colombo, atribui-lhe a idade de 70 anos à época do seu falecimento. Teria, assim, nascido em 1436-1437. Em 1509 os seus restos mortais foram transladados para a capela da ilha Cartuxa, em Sevilha. Por desejo do seu filho, Diogo Colombo, as ossadas foram levadas para a Catedral de São Domingos, em1542. Em 1795 a ilha Hispaniola foi conquistada pela França, e parte dos seus restos mortais terão sido levados para Havana, em Cuba. Em 1877, foi descoberta em São Domingos uma caixa de chumbo com a inscrição "Varón ilustre y distinguido Cristóbal Colón", contendo fragmentos de ossos. Estes restos permaneceram na Catedral de São Domingos até 1992, ano em que foram trasladados para o Farol a Colombo, um grande monumento construído pelo governo dominicano, para conservar os restos do Almirante, e onde também se supõe que repousam ainda alguns dos restos mortais de Colombo. Em 1898, durante a Guerra Hispano-Americana, outra parte dos seus restos regressou a Sevilha. Em 2004 foi aberto o túmulo de Sevilha onde foram encontrados duzentos gramas de ossos (cerca de 15% do total), que análises feitas por arqueólogos e cientistas do DNA mitocondrial apontam que os restos mortais pertencem ao ilustre navegador. Já foi pedida autorização às autoridades da República Dominicana para analisar o túmulo de São Domingos, autorização que foi rejeitada até ao momento. A documentação escrita deixada por Colombo encontra-se num castelhano aportuguesado, que se acredita tenha aprendido em Portugal, onde residiu durante muitos anos e onde casou. Não se lhe conhecem escritos anteriores à sua passagem para Castela. Conserva-se uma única carta para ele, do rei D. João II de Portugal, quando Colombo já vivia fora de Portugal.
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