1.10.12

A6M Zero


Por Gabriella Porto

O Mitsubishi A6M, o Zero, foi o avião de caça de longo alcance, usado pela Marinha Imperial Japonesa, entre 1940 e 1945, tornando-se o principal caça da marinha daquele país durante todo o percurso da Segunda Guerra Mundial. Ficou mundialmente conhecido como Zero, por causa da sua designação na marinha japonesa, como um caça de transporte categoria zero, que fazia alusão ao último dígito do ano Imperial de 2600 (ou 1940, no calendário cristão), ano em que o caça entrou em serviço. Pelos japoneses, principalmente pilotos, era chamado de Zero-sem, enquanto os Aliados o chamavam de “Zeke”, mantendo a tradição de dar nomes masculinos para caças. Na sua nomenclatura oficial, “A6M”, a letra “A” era usada para classificar um caça capaz de decolar de um porta-aviões, o “6″ significava que o sexto modelo projetado pela Marinha Imperial Japonesa, e, por fim, “M”, indicava a marca do fabricante, que era a Mitsubishi.



Em 1943, as deficiências do projeto, principalmente relacionadas à crescente falta de motores potentes, fez com que o Zero se tornasse menos eficaz, principalmente contra as novas versões de caças Aliados, principalmente os F4F Wildcat, que tinham um poder de foto bem maior, além de serem mais resistentes e ainda assim, mais rápidos e versáteis. Mesmo assim, o Zero foi fortemente usado durante os anos finais da Guerra do Pacífico, principalmente em missões kamikaze.

Quando o antecessor do A6M, o A5M, entrou em operação no começo de 1937, a Marinha Imperial Japonesa já tinha iniciado seus trabalhos para criar a aeronave que o substituiria. Em Maio daquele ano, a Marinha enviou um projeto com estritas especificações para que a Nakajima e Mitsubishi trabalhassem em protótipos que pudessem ser postos em operação. Poucos meses depois, ambas as empresas já trabalhavam em projetos preliminares, enquanto aguardavam os requisitos definitivos para o novo avião.

Baseada na experiências adquirida com o A5M, a Marinha, então, enviou em Outubro aquelas que seriam as necessidades fundamentais do novo caça: que ele alcançasse a velocidade máxima de 595km/h e que fosse capaz de atingir 3.000 metros em 3 minutos e meio. Sobre o consumo, eles requisitaram duas horas de autonomia consumo normal, e seis a oito horas em baixa velocidade. O arsenal do Zero contava com dois canhões de 20 milímetros, e duas metralhadoras de 7.7 milímetros, além de também poder ser carregado com duas bombas de 30kg ou 60kg. O motor do projeto final do Zero chegava próximo de mil cavalos de potência.

Após receber esses requisitos, a empresa Nakajima desistiu do projeto, por considerá-lo inalcançável. O engenheiro da Mitsubishi, Jiro Horikoshi, acreditou que o projeto poderia ser posto em prática, mas somente se a aeronave pudesse ser o mais leve que fosse possível, o que fez com que cada medida para economia de peso possível fosse usada. Grande parte do avião foi construído com um, até então, secreto material, o Zicral, uma liga formada por 88% de alumínio, 6% de zinco, 2,5% de magnésio e 2% de Cobre. Esse é um material muito leve e com boa resistência mecânica, sendo mais resistente que o aço, comparando com o mesmo peso. O Zicral foi desenvolvido pela Sumitomo Metal Industries em 1936, sendo chamado de Super Extra Duralumínio (ESD). Além disso, ao Zero não foi colocada uma armadura especial para o piloto, muito menos para o motor, ou qualquer outra parte vital do avião. Isso fez com que o Zero se tornasse muito mais leve, e, consequentemente, ágil que a maioria das aeronaves no início da guerra, apesar de torná-lo suscetível a incêndios e explosões quando era atingido por projéteis inimigos.

Quando foi colocado em operação, logo no início da Segunda Guerra Mundial, o Zero foi rapidamente considerado o caça de porta-aviões mais eficiente no mundo, combinando a sua excelente capacidade de manobra com seu enorme poder de alcance. Já nas suas primeiras batalhas, o Zero adquiriu sua lendária reputação como um dogfighter, conseguindo uma média taxa de eficiência de 12 para 1. Mas em meados de 1942, um conjunto de novas táticas, além da introdução de melhores equipamentos, permitiu que os pilotos Aliados pudessem combater o Zero em condições mais parecidas. Estima-se que durante a Segunda Guerra Mundial, os caças Zero foram responsáveis pela destruição de 1.550 aeronaves americanas. 420 deles foram usados no ataque a Pearl Harbor. A aeronave foi produzida até 1945, com cerca de 10.000 unidades geradas, incluindo todas as variações do modelo.

Fontes:
http://militaryhistory.about.com/od/militaryaircraft/p/a6mzero.htm
http://ciencia.hsw.uol.com.br/avioes-japoneses-na-segunda-guerra-mundial2.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/Mitsubishi_A6M_Zero