Por Felipe Araújo
Na época das grandes navegações europeias, teve início o contato de duas culturas: a dos descobridores e a dos nativos que habitavam a América. Após este primeiro contato, o conceito de bom selvagem começa a ser utilizado e torna-se lugar comum no pensamento e nas obras literárias produzidas na época.
Um dos primeiros registros em que este conceito pode ser encontrado é de autoria de Cristóvão Colombo. O descobridor indicava o achado de um “paraíso na terra”. A partir dos primeiros contatos com os nativos, a imaginação europeia começou a ligar os povos recém-descobertos a bondades ingênuas. Na época, o termo “naturais” era utilizado para designá-los. Outra obra que teve influência na difusão do conceito de bom selvagem foi a Brevísima Relación de la Destrucción de las Indias, de Bartolomé de las Casas, um cronista e teólogo dominicano.
Como forma de justificativa da conquista e da exploração dos meios naturais encontrados no continente americano, integrantes do clero, teólogos, muitos deles da Escola de Salamanca, e reis reuniram-se na Junta de Valladolid e na Junta de Burgos para debater temas como a guerra aos naturais, os justos títulos e o corpo de legislação das terras descobertas.
Conforme os europeus foram adentrando cada vez mais no continente descoberto e entrando em contato com os povos nativos, a Fábula Negra foi difundida por toda a Europa. Esta visão inicial de pessoas em estado natural, sendo exploradas pelos espanhóis e portugueses, indicava que o homem civilizado era degenerado e viciado.
Este mito foi se estendendo com o passar dos anos. Durante o século XVI, autores como Erasmo de Rotterdam, Tomás Moro e Baltasar Gracián discutem uma maldade natural de todos os seres humanos. Obras que defendem este conceito são: Elogio da Loucura, Utopia e El Criticón. Por outro lado, outros estudiosos defendiam a ideia de que a natureza humana seria boa, como Rousseau e Locke. Esse conceito ganhou força com a descoberta de bons selvagenslocalizados nas Ilhas do Pacífico, onde existiam “nativos nus de natureza pródiga”.
Neste mesmo momento, surge a teoria das crianças selvagens, exemplificadas em Kaspar Hauser, encontrado na praça Unschlittplatz, em Nuremberg, e Victor de Aveyron, encontrado na França em 1798. Este conceito foi explorado no cinema por Werner Herzog no longa O Enigma de Kaspar Hauser. Outra produção que abordou a temática foi O Livro da Selva ou Tarzan.
Fontes:
MAGEE, Bryan. História da filosofia. Tradução de Marcos Bueno. 3.ed. São Paulo: Loyola, 2001.
http://revistaalceu.com.puc-rio.br/media/alceu_n4_Leopoldi.pdfhttp://www.imdb.com/title/tt0071691/http://pt.wikipedia.org/wiki/Bom_selvagem
Na época das grandes navegações europeias, teve início o contato de duas culturas: a dos descobridores e a dos nativos que habitavam a América. Após este primeiro contato, o conceito de bom selvagem começa a ser utilizado e torna-se lugar comum no pensamento e nas obras literárias produzidas na época.
Um dos primeiros registros em que este conceito pode ser encontrado é de autoria de Cristóvão Colombo. O descobridor indicava o achado de um “paraíso na terra”. A partir dos primeiros contatos com os nativos, a imaginação europeia começou a ligar os povos recém-descobertos a bondades ingênuas. Na época, o termo “naturais” era utilizado para designá-los. Outra obra que teve influência na difusão do conceito de bom selvagem foi a Brevísima Relación de la Destrucción de las Indias, de Bartolomé de las Casas, um cronista e teólogo dominicano.
Como forma de justificativa da conquista e da exploração dos meios naturais encontrados no continente americano, integrantes do clero, teólogos, muitos deles da Escola de Salamanca, e reis reuniram-se na Junta de Valladolid e na Junta de Burgos para debater temas como a guerra aos naturais, os justos títulos e o corpo de legislação das terras descobertas.
Conforme os europeus foram adentrando cada vez mais no continente descoberto e entrando em contato com os povos nativos, a Fábula Negra foi difundida por toda a Europa. Esta visão inicial de pessoas em estado natural, sendo exploradas pelos espanhóis e portugueses, indicava que o homem civilizado era degenerado e viciado.
Este mito foi se estendendo com o passar dos anos. Durante o século XVI, autores como Erasmo de Rotterdam, Tomás Moro e Baltasar Gracián discutem uma maldade natural de todos os seres humanos. Obras que defendem este conceito são: Elogio da Loucura, Utopia e El Criticón. Por outro lado, outros estudiosos defendiam a ideia de que a natureza humana seria boa, como Rousseau e Locke. Esse conceito ganhou força com a descoberta de bons selvagenslocalizados nas Ilhas do Pacífico, onde existiam “nativos nus de natureza pródiga”.
Neste mesmo momento, surge a teoria das crianças selvagens, exemplificadas em Kaspar Hauser, encontrado na praça Unschlittplatz, em Nuremberg, e Victor de Aveyron, encontrado na França em 1798. Este conceito foi explorado no cinema por Werner Herzog no longa O Enigma de Kaspar Hauser. Outra produção que abordou a temática foi O Livro da Selva ou Tarzan.
Fontes:
MAGEE, Bryan. História da filosofia. Tradução de Marcos Bueno. 3.ed. São Paulo: Loyola, 2001.
http://revistaalceu.com.puc-rio.br/media/alceu_n4_Leopoldi.pdfhttp://www.imdb.com/title/tt0071691/http://pt.wikipedia.org/wiki/Bom_selvagem