1.10.12

Von Schäeffer





A proclamação da independência do Brasil encontrou muitas oposições no país, pois as autoridades das províncias eram portuguesas e mantinham-se fiéis à Coroa Portuguesa forçando D. Pedro a expulsar as tropas portuguesas em 1823.
Motivos para o processo imigratório:
" Formação de um novo exército que garantisse militarmente a independência do Brasil;
" Notícias vindas de Lisboa sobre uma iminente invasão;
" Soldados despreparados no país;
" Questão militar na Província Cisplatina gerando conflitos com a Argentina
Solução encontrada:
Decidiu-se por recomendação de D. Leopoldina, arquiduquesa da Áustria e filha do Imperador Francisco I, que havia se casado com Pedro I em 1816, trazer soldados e colonos da Alemanha, onde o desemprego grassava devido ao conflito com Napoleão.





Imperatriz do Brasil
Leopoldina Carolina Josefa Habsburg
Nasceu em 22.01.1797
Faleceu em 11.12.1826
Filha do Imperador da Áustria, Francisco I e da Imperatriz Maria Teresa.
D. Leopoldina na Ilha da Madeira.
Óleo sobre tela, 1817. Museu Histórico Nacional - RJ
Retrato de D. Pedro I, óleo sobre tela, 1826, por Manuel de Araújo Porto-Alegre (1806-1879).
Filho de D. João VI (1798-1834), veio para o Brasil em 1808. Em 1822, casado com a Imperatriz D. Leopoldina, liderou o processo de emancipação política da Colônia portuguesa, tornando-se o primeiro Imperador do Brasil.
Museu Histórico Nacional - RJ


Ao Major Johann Anton von Schaeffer coube a tarefa de trazer colonos e soldados para o Brasil. Amigo de dona Leopoldina, pelo interesse comum que tinham nas ciências naturais, foi nomeado de Agente de Afazeres Políticos no Brasil. Dificuldades foram vencidas, apesar da proibição do Congresso de Viena em 1815, não permitir a saída de cidadãos para outros países, tendo em vista também, o olhar europeu sobre o Brasil, que considerava D. Pedro I um usurpador do trono. Gertz cita o fato da imperatriz do Brasil ter pertencido à casa dos Habsburgo, possivelmente também contribuiu para que se optasse por imigrantes alemães.


Com a oferta do governo brasileiro de terras de 77 hectares, equivalente a 150 "morgos", além de ferramentas, gado, sementes, auxílio financeiro durante os dois primeiros anos e isenção de impostos nos primeiros 10 anos, a missão de Schaefer foi grandemente facilitada.


Para não chamar a atenção das autoridades Schaeffer embarcava soldados disfarçados e imiscuídos entre as famílias de colonos. Vieram assim, no período de 1824 a 1830 aproximadamente 5.000 (cinco mil) colonos ao Rio Grande do Sul, em meio a outros tantos soldados que permaneciam no Rio de Janeiro, engajados nos Batalhões de Estrangeiros.
O primeiro embarque de estrangeiros imigrantes foi efetuado pelo navio Argus, capitaneado por B. Ehlers e Peter Zink. O comandante do transporte era Conrad Meyer. Partiu em 27.7.1823 do porto de Amsterdã na Holanda e chegou no Rio de Janeiro no dia 7.1.1824. Trazia 284 imigrantes, sendo 150 soldados e 134 colonos destinados a Colônia Alemã de Nova Friburgo no Rio de Janeiro. O navio enfrentou fortes tempestades ainda no Mar do Norte, vindo a perder o seu mastro principal, obrigando-o a atracar na Ilha Texel na Holanda, de onde, após consertado, reiniciou a viagem em 10.9.1823. Dos passageiros do Argus apenas o boticário Karl Niethammer chegaria na Feitoria do Linho-Cânhamo em 6.11.1824. Foi o primeiro farmacêutico da Colônia Alemã de São Leopoldo.


O navio Caroline, capitaneado por Jakob von der Wettern e tendo como Comandante de Transporte Von Kettler trouxe a segunda leva. Os passageiros embarcaram no dia 12.12.1823 mas a partida do porto de Hamburgo se deu no dia 29.2.1824, chegando ao Rio de Janeiro em 14.4.1824. Trazia soldados para os Batalhões de Estrangeiros e 231 colonos para a Colônia Alemã de Nova Friburgo no Rio de Janeiro.


No Rio de Janeiro os colonos ficavam alojados em galpões na Praia Grande ( Niterói), onde aguardavam a viagem ao Sul. Enquanto que a travessia do Atlântico era efetuada em navios de 3 mastros (galeras), as viagens para Porto Alegre eram efetuadas em bergantins, sumacas e escunas de 2 mastros apenas. A Capital da Província de São Pedro era atingida após 3 semanas de viagem.


Colonos e mercenários trazidos pelo major Schaeffer:


1822 - 1823: Mercenários trazidos da Alemanha, para formar o "Corpo de Tropas Estrangeiras", no Exército Brasileiro, imediatamente após a proclamação da Independência, através do médico Anton Von Schaeffer, chegado no Brasil em 1821 e nomeado major da Guarda Imperial, pelo imperador D. Pedro I. Formaram dois batalhões de caçadores e dois de granadeiros. Os contratados, dois tenentes engenheiros, que foram incorporados ao Exército Brasileiro, por não haver uma unidade de engenharia no Corpo de Tropas Estrangeiras: os tenentes Halfeld e Koeler, que foram, respectivamente, fundadores de Juiz de Fora e de Petrópolis.
1822 - 1823: Colonos evangélicos (264 colonos trazidos pelo mesmo major Schaeffer, que iriam para o Sul do Brasil, mas foram instalados perto do morro de Queimados, na Serra do Mar).
1824: São Leopoldo, RS: a segunda expedição de colonos trazida pelo major Schaeffer, em 1824, mandados para o Rio Grande do Sul, tendo sido instalados onde hoje são as cidades de São Leopoldo, Novo Hamburgo e outras.
1824 - Três Forquilhas, RS: terceira expedição de colonos enviados pelo major Schaeffer, que fundaram a colônia de Três Forquilhas, também no Rio Grande do Sul.
1825 - Torres, RS: provavelmente a última leva que o major Schaeffer trouxe para o Brasil.




Fonte: