Por Antonio Gasparetto Junior
O Negacionismo do Holocausto é o argumento de que o extermínio de judeus durante a Segunda Guerra Mundial não aconteceu ou não aconteceu do modo como é retratado historicamente.
Certamente o maior evento do século XX, a Segunda Guerra Mundial envolveu quatro continentes e dezenas de países no conflito armado. A guerra começou em 1939 por iniciativa do líder alemão Adolf Hitler, figura política e histórica que gozava de grande poder no momento. Sua tentativa de reconstruir a Alemanha passava pela eliminação de um povo que considerava prejudicial ao futuro de sua nação e da humanidade, os judeus. Por conta de sua ideologia autoritária e opressora, deu-se início um dos maiores massacres e uma das maiores perseguições da história. O ímpeto em eliminar os judeus para abrir espaço para a raça ariana resultou na morte de mais de seis milhões de pessoas, um extermínio sem precedentes na história da humanidade que ficou conhecido como Holocausto Judeu, embora o termo não seja o melhor e esteja em constante discussão.
Nos anos posteriores à Segunda Guerra Mundial, historiadores e outros intelectuais discutiram e analisaram o massacre promovido pelos nazistas. Passada a primeira fase de observações sobre o dito Holocausto, vieram novas interpretações para o fato com os chamados revisionistas. Estes buscavam oferecer novas interpretações para o evento histórico a partir da descoberta de novas fontes, com mais precisão e almejando a imparcialidade, já que as primeiras leituras sobre o fato foram feitas com muita parcialidade e impactadas pelo calor do momento. Durante a década de 1980, contudo, surgiu na França o neologismo negacionismo para orientar uma corrente de críticos que defendiam que o Holocausto Judeus da Segunda Guerra Mundial não existiu. Essa vertente interpretativa procurava minimizar, negar ou omitir simplesmente o extermínio ocorrido durante o conflito internacional.
O Negacionismo do Holocausto tem como argumentos básicos a defesa de que os nazistas não desenvolveram uma política oficial de perseguição aos judeus, assim como não utilizaram métodos de extermínio em massa e de que o número de mortes propagado, cerce de seis milhões, seria um exagero. Mas os seguidores dessa teoria não aceitam o termo negacionismo para os definir, preferem também utilizar a expressão revisionistas. Só que seus opositores se recusam a chama-los de revisionistas por respeito aos verdadeiros revisionistas do evento que fazem uso de documentos históricos para trazer mais informações fundamentadas sobre o extermínio. Ou seja, os negacionistas são constantemente acusados de estruturarem seus argumentos sem a existência de evidências históricas.
Os negacionistas do Holocausto sugerem que o Holocausto é uma farsa com fins propagandísticos que utiliza números exagerados para poder sustentar a criação do Estado de Israel, receber grandes indenizações e justificar o avanço dos judeus sobre territórios palestinos no Oriente Médio.
Naturalmente, a reação aos negacionistas do Holocausto não foi positiva. Uma parte dos intelectuais se recusa a lidar de qualquer modo com os negacionistas para não lhes dar crédito. Um segundo grupo de críticos aproveita o argumento dos negacionistas para promover a conscientização dos métodos, mas sem legitimá-los. Já um terceiro grupo responde os argumentos dos negacionistas apontando suas falhas e a falta de evidência histórica. Entre os críticos do negacionismo estão até ex-membros da SS, a polícia nazista encarregada do extermínio. Eles dizem que o fato é tão real que é impossível de alguém discordar.
O Negacionismo do Holocausto ganhou conotação de antissemitismo e, atualmente, é considerado crime em 16 países, a começar pela Alemanha.
Fontes:
http://www.morasha.com.br/conteudo/artigos/artigos_view.asp?a=893&p=0http://kontratempos.no.sapo.pt/europa_hneg.pdf