3.7.20

A CAMPANHA DA CORDILHEIRA




A Campanha da Cordilheira (1869-1870)

1. Assalto e Tomada de Peribebuí (12 Ago 1869)

Sob as ordens do Conde D’Eu, estavam o 1º e o 2º Corpos do Exército Brasileiro, comandados pelos Generais Osório (Marquês do Herval) e Vitorino Monteiro (Barão de São Borja), e a Divisão Argentina do Coronel Luís Maria Campos. O 23º Batalhão de Voluntários, da cidade do Rio de Janeiro, foi o primeiro que galgou a trincheira inimiga. Os paraguaios perderam 700 mortos, 1.100 prisioneiros, entre os quais 300 feridos, 14 canhões, um morteiro e 14 bandeiras tomadas pelos brasileiros e quatro canhões tomados pelos argentinos.

O comandante inimigo, Tenente-Coronel Caballero, foi morto. A perda dos aliados elevou-se a 557 homens fora de combate, assim divididos: brasileiros( 33 mortos e 405 feridos e contusos); legião paraguaia, um ferido.

No assalto do Piribebuí, foi morto o General João Manuel Mena Barreto, que comandou as forças brasileiras nos combates de São Borja (10 de junho de 1865), Potrero-Obella (29 de outubro de 1867), Taji (2 de novembro de 1867), Jacaré (7 de junho de1868), Sapucaí (1 e 8 de junho de 1869), e que se distinguira em muitos outros combates, particularmente no dia 21 de dezembro de 1868, em que se apoderou das trincheiras do Piquissiri, atacando-as de flanco por ordem de Caxias, e ficando senhor de mais de 30 canhões. Onze bandeiras inimigas tomadas pelas tropas que ele comandava foram remetidas para o Rio de Janeiro (seis de Taji, três de Piquissiri, duas de Sapucaí). João Manuel Mena Barreto era rio-grandense e filho do Marechal Visconde de São Gabriel.

No mesmo dia da tomada de Piribebuí, o Coronel Camilo Mércio Pereira forçou a subida de altos, desalojando de um reduto o Comandante Céspedes, que ficou entre os mortos. O coronel Mércio Pereira fazia a vanguarda dos generais Emílio Mitre e Auto Guimarães, tendo às suas ordens um batalhão e um esquadrão de cavalaria brasileiros, e dois pequenos batalhões argentinos. Os brasileiros tiveram 14 mortos e 31 feridos; os argentinos, 10 feridos. O inimigo deixou no campo 45 mortos.



2. Batalha de Campo Grande (16 Ago 1869)

A Batalha foi vencida pelo Conde D’Eu sobre o General Bernardino Caballero. Empenharam-se nesta ação, a princípio: o General Vasco Alves, com uma Brigada da 3ª Divisão de Cavalaria (Guarda Nacional), logo depois, o General em Chefe e o General José Luiz Mena Barreto, com a 3ª Divisão de Infantaria (General Pedra), a Artilharia (Coronel Mallet), e, afinal, pelo outro lado, o General Vitorino Monteiro, com as Divisões de Cavalaria (Guarda Nacional) do General Câmara e do Coronel M. de Oliveira Bueno e mais três Batalhões de Infantaria da Divisão do General Resin. Caballero perdeu dois mil mortos, 1.300 prisioneiros e mil dispersos – que se apresentaram ao Exército brasileiro –, 23 canhões e seis bandeiras. a nossa perda consistiu de 62 mortos e 389 feridos (451 homens).



3. A Batalha de Cerro Corá

Em fevereiro de 1870, uma coluna aliada, sob o comando do Coronel Bento Martins de Menezes soube que López estava perto de Cerro Corá, e este retransmitiu a informação para o General José Antônio Correia da Câmara, em 18 de fevereiro. O General Bernardino Caballero estava em uma expedição com 40 homens, seguindo o caminho de Chiriguelo ao Cerro Corá em busca de alimentos, quando, no dia 1º de março, a vanguarda aliada, sob o comando do Tenente Coronel Francisco Antonio Martins atacou este acampamento, às 19 horas ao longo do Rio Aquidaban.

Junto com a guarda pessoal de Francisco Solano López estavam um grupo de mulheres, liderados por sua amante Eliza Lynch. Este grupo era composto por esposas de soldados, filhas, e outros, que apoiaram os soldados chamados de "Las Residentas".

Após rápido combate, o Coronel João Nunes da Silva Tavares carregou sobre o grupo. O Vice-Presidente Francisco Sánchez, e o Secretário de Estado Luis Caminos foram mortos tentando fugir. López foi cercado por seis membros da cavalaria, e depois de recusar a se entregar, disparando seu revólver, o ordenança do Coronel Tavares, cabo José Francisco Lacerda (conhecido como "Chico Diabo"), passou a sua lança no abdômen de López, perfurando a bexiga e o peritôneo, num ferimento mortal.

Auxiliado pelo Capitão Francisco Argüello, López fugiu das tropas brasileiras e chegou a Aquidabán-Niquil, mas não conseguiu subir o barranco por causa de seus ferimentos. Deixado sozinho, foi encontrado pelo Brigadeiro Câmara, mas recusou a se render novamente, dizendo: "Morro com minha pátria e com a espada na mão". Desferiu um golpe com a espada em direção ao brigadeiro, quando foi atingido por um disparo efetuado pelo Capitão João Pedro Nunes, ajudante do Coronel Silva Tavares e por coronhada aplicada por um soldado.

Após as forças brasileiras terem dado fim a López, eles se dirigiram aos civis, a fim de capturá-los. O filho mais velho de López e Eliza Lynch, Juan Francisco, que havia sido promovido a Coronel durante a guerra a idade 15 anos, estava com sua mãe. Os oficiais brasileiros disseram-lhe que se rendesse, e após responder "Onu coronel paraguayo nunca se rinde" (Um coronel paraguaio nunca se rende)[4] ele foi baleado e morto. Depois de saltar e cobrir o corpo de seu filho, Lynch exclamou:"¿Ésta es la civilización que han prometido?" (É esta a civilização que prometeram?)[4] (fazendo uma referência a alegação dos aliados de que pretendia libertar o Paraguai de um tirano e oferecer liberdade e civilização ao país). Ela, então, enterrou tanto López como seu filho com as suas próprias mãos, antes de ser levada como prisioneira.