por: Lucyanne Mano
Passados 667 dias do início das obras, o Estádio Jornalista Mário Filho, conhecido como Maracanã, foi inaugurado em clima de festa, com uma partida entre o Rio de Janeiro e São Paulo, vencida pela equipe visitante por 3 a 1. O primeiro gol marcado no mais famoso estádio brasileiro resultou de uma cobrança de falta direta, feita pelo carioca Didi, o qual ajudaria o Brasil a faturar o ouro nas Copas de 1958 e 1962 – tendo sido eleito o melhor jogador do mundo na primeira. Neste dia a obra ainda não estava completamente concluída, faltava parte da tribuna da imprensa e um maior número de sanitários para atender à hipotética capacidade máxima de 200 mil pessoas. O Mário Filho só ficaria completamente pronto 15 anos depois.
Erguido pela força e o trabalho árduo de mais de 10 mil operários, o Maracanã foi feito às pressas. Desde que, em 1947, fora aprovada a construção de um estádio carioca para ser o principal palco das disputas futebolísticas do Mundial de 1950, uma grande mobilização foi feita para ver realizado o sonho brasileiro de possuir o maior estádio do mundo.
Numa área de 186 mil e 638 metros quadrados, onde antes havia a pista hípica de Derby Club, o Maracanã foi erguido em 1 ano e 10 meses, tendo sido o valor total da obra estimado em 240 mil cruzeiros – número estrondoso para época, o que despertou a ira de políticos como Carlos Lacerda (rival do então prefeito Mendes de Moraes), que defendia a construção do grande estádio em Jacarepaguá, com projeto de Oscar Niemeyer. Sob a direção dos arquitetos Raphael Galvão, Orlando da Silva, Pedro Bernardo Bastos e Antônio Dias Carneiro, a ambiciosa edificação consumiu 500 mil sacos de cimento, que, se fossem empilhados, atingiriam duas vezes a altura do Pão de Açúcar.
Por ter sido construído muito rapidamente, o Maracanã não conquistara a total confiança da população, que, de início, temia um desabamento, dada a monstruosidade de sua fachada. Foi preciso que operários ficassem pulando nas arquibancadas para que as pessoas, durante a inauguração, tomassem coragem de passear pelos seus compridos corredores. O presidente Eurico Gaspar Dutra, ao lado de Mendes de Moraes, foi o primeiro a subir as rampas do estádio, o qual levou o nome de Mário Filho em homenagem ao árduo esforço deste jornalista em angariar as verbas necessárias para as obras.)
Fonte: Jblog