Paul Joseph Goebbels nasceu em Rheydt – atual Mönchengladbach – no dia 29 de outubro de 1897 e faleceu em Berlim no dia 1 de maio de 1945. Filho do contramestre de uma fábrica têxtil, Friedrich Goebbels e de sua esposa Marian.
De origem católica, seus pais desejavam que o jovem Jopseph se tornasse padre, porém este optou por estudar literatura e filosofia. Devida uma paralisia infantil, uma de suas pernas era 10 centímetros menor que a outra, fato que lhe causou muitas infelicidades na juventude, inclusive a rejeição de sua voluntariedade para lutar na Primeira Guerra Mundial.
Sua dedicação aos estudos lhe garantiu uma bolsa na universidade de Heidelberg, onde completou seu doutorado em filosofia em 1921. Porém mesmo portando diploma não conseguia emprego e todas suas tentativas de publicação das suas poesias foram refutadas.
Goebbels tinha apatia ao capitalismo, a democracia, que ele ligava ao caos político Alemão na República de Weimar. Achava a modernidade desprezível. Seu antissemitismo era tamanho que recusou prosseguir um namoro ao descobrir que a mãe da jovem era judia. Pois para ele os judeus e os comunistas eram os únicos culpados da crise econômica e política.
Goebbels chegou a trabalhar por algum tempo num banco, porém não dava valor ao emprego. Vivia numa espécie de busca por algo que o fizesse compreender o sentido de sua vida.
Gregor Strasser
Atraído pelo discurso nacionalista dos nazistas, em 1922 se aliou ao partido. E sua progressão começou com sua nomeação a secretário pessoal de Gregor Strasser que representava o partido na Renânia e Vestfália.
No dia 1 de outubro de 1925 tornou-se um dos editores do jornal de propaganda nazista Die Nationalsozialistischen Briefe. Em 1928, assumiu a liderança da máquina de propaganda do partido, sendo também eleito para o Reichstag.
Neste período, foi responsável pelo o uso da saudação “Heil Hitler”, marca fundamental dentro do conjunto de ideias que contribuíram para criar o culto em torno do Führer, tida pelo próprio Goebbels como um de seus maiores feitos no campo da propaganda.
Joseph Goebbels ficou célebre não só por sua genialidade no campo da propaganda, mas também por seu ódio aos judeus, o qual exprimiu raivosamente no discurso de 1933 no Sportspalatz da seguinte forma: “Eles não deveriam mentir [...] um dia a nossa paciência chegará ao seu fim, e nós vamos calar a boca desses Judeus insolentes e mentirosos”, o seu ódio ao Comunismo foi expresso de igual forma.
A sua habilidade de expressar os ideais Nazistas como uma salvação era extraordinária. Muitos ainda têm Joseph Goebbels como sendo o maior propagandista político de todos os tempos. Foi ele também quem influenciou Adolf Hitler a romper o pacto com os Socialistas Soviéticos, autor da famosa frase “uma mentira cem vezes dita, torna-se verdade”.
Quando assumiu o Ministério da Propaganda e da Informação Pública, o Doutor Goebbels, como era conhecido em alguns círculos, passou a controlar diversos setores da vida cultural da Alemanha, adaptando-os à visão de mundo nazista. Nesse sentido, foi criada a Câmara de Cultura do Reich, onde uma de suas primeiras providências foi o requerimento de certificado de ancestralidade ariana, com a intenção banir os judeus das atividades culturais.
Em paralelo, Goebbels combateu todos os autores considerados contrários aos princípios nazistas. Organizando grandes fogueiras onde se queimou desde obras de escritores liberais, pacifistas e socialistas até livros de Freud, tido como um duplo perigo por sua ascendência judaica e pelas próprias indagações da psicanálise. No passar dos anos, a ação da propaganda antissemita proliferada por Goebbels atuaria fundamentalmente para criar as condições que consolidaria o grande pogrom de 1938, conhecido como a Noite de Cristal (Kristallnacht), quando centenas de propriedades judaicas foram destruídas em diversas cidades alemãs.
Uma das fogueiras onde diversos livros foram queimados
Com a capitulação alemã em Stalingrado, em 1943, Goebbels tornou-se decisivo, anunciando, no Palácio dos Esportes, em Berlim, a Guerra Total contra os Aliados. Exigindo um esforço de toda a população nesta hora crítica, estabeleceu a jornada de trabalho de 60 horas por semana e restringiu as atividades ligadas à educação e ao lazer.
Frente aos ataques da aviação inimiga, comboios de ajuda às cidades alemãs mais atingidas pelos bombardeios foram organizados, onde Goebbels surgia levando alimentos, agasalhos e remédios. Tal ação ajudava manter a sua boa imagem em relação à população, num momento onde eram impostas tantas exigências e sacrifícios.
Depois do atentado a Hitler, em julho de 1944, Goebbels tornaria-se, além de Ministro da Propaganda, responsável pelo controle militar em Berlim. Logo receberia o título de Plenipotenciário do Reich para a Guerra Total, tornando-se ao lado de Himmler um dos homens mais poderosos da Alemanha, abaixo do Führer.
Goebbels e sua Esposa Magda
Em abril de 1945, mudou-se com sua esposa e seus filhos para o bunker de Hitler em Berlim. Ali, antes de cometer suicídio, Hitler, em seu testamento nomeou Goebbels chanceler da Alemanha, quando os tanques soviéticos já rodavam pelas ruas de Berlim e já havia clareza na verdade que a Alemanha tinha perdido a guerra.
Com a morte de Hitler, Goebbels ainda tentou uma última manobra, buscando assinar um armistício em separado com os soviéticos, porém a exigência de rendição incondicional imposta não agradou Goebbels.
Goebbels e seus 6 filhos
Na madrugada do dia 1º de maio de 1945 foi dito às crianças que elas deixariam o bunker pela manhã. No mesmo dia Magda conseguiu grandes quantidades de morfina, que ela aplicou em seus seis filhos, (Helga, Hilde, Helmut, Holde, Hedda e Heide) e em seguida envenenou-os com cianureto. Após matar as crianças, ela e seu marido Joseph Goebbels também tomaram o cianureto.
Corpos dos filhos de Goebbels
Os corpos de Goebbels e sua esposa, a exemplo de Adolf Hitler e Eva Braun, foram queimados próximos a chancelaria do Reich.
No dia 3 de maio de 1945, um dia após as tropas russas encontrarem os corpos queimados, as seis crianças foram encontradas em suas camas, vestidas como para uma festa. As meninas usavam laço de fita no cabelo.
Fonte:
Ecos da Segunda Guerra