9.2.14

Governo de Epitácio Pessoa

Por Emerson Santiago


Epitácio Lindolfo da Silva Pessoa foi o presidente do oitavo período de governo republicano, de 15/11/1918 a 15/11/1922. Advogado, nasceu na cidade de Umbuzeiro, estado da Paraíba, em 1865. Pouco antes de assumir o cargo de presidente, liderou a delegação brasileira à Conferência da Paz (1918-1919), em Versalhes. Por meio de eleição direta, assume a presidência em 28 de julho de 1919.



O período de Epitácio Pessoa coincide com o início de uma grave crise política interna, traduzida no descontentamento do Exército, na insatisfação da população urbana e nas tensões regionais entre elites. De um modo geral, o sistema político dominante, que agora conhecemos como “República Velha” começava a dar os primeiros sinais graves de desgaste.

Além disso, o mundo passava por uma nova crise, com a destruição causada pela Primeira Guerra Mundial, que previsivelmente, também afetou as atividades econômicas brasileiras, provocando uma queda de quase 50% no preço do café. O presidente irá sofrer intensa pressão por parte dos cafeicultores paulistas e mineiros para intervir no mercado, emitindo papel-moeda para estimular a recuperação dos preços do produto. De fato, em outubro de 1921, o governo lança uma nova política de defesa do café, a terceira na história da República, contraindo empréstimos junto à Inglaterra para estabilizar os preços, sendo favorecida pela conjuntura, de recuperação da economia mundial, diminuição das safras dos anos de 1922 e 1923 e até mesmo pela proibição do consumo de bebidas alcoólicas nos Estados Unidos.

Não bastasse todos estes problemas, o candidato lançado para substituir Pessoa, o mineiro Artur Bernardes, despertava sentimentos opostos entre a classe política. De fato, o lançamento de seu nome fez com que o Clube Militar, comandado pelo marechal Hermes da Fonseca, exigisse a renúncia de Artur Bernardes da candidatura à presidência. São publicadas no jornal Correio da Manhã, uma série de cartas falsas, atribuídas a Bernardes, nas quais ele atacava o ex-presidente Hermes da Fonseca e o Exército (mais tarde, os autores da farsa seriam descobertos). O Clube Militar é fechado, e Hermes da Fonseca acaba preso.

Quatro dias mais tarde, estoura a Revolta do Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro. As demais guarnições da cidade não aderem ao movimento e as tropas legalistas atacam o forte, matando 271 dos 301 militares rebelados. O movimento foi eternizado pelo nome de "Dezoito do Forte", uma referência à marcha de dezesseis militares acompanhados de dois civis, que partindo do forte atravessaram a avenida Atlântica para enfrentar as tropas do governo. O saldo foi de apenas dois tenentes sobreviveram, Siqueira Campos e Eduardo Gomes. O episódio marcou o início movimento rebelde denominado tenentismo, que chegaria ao poder em 1930.

Antecessor: Delfim Moreira
Sucessor: Artur Bernardes



Bibliografia:
Epitácio Lindolfo da Silva Pessoa. Disponível em: < http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/ex-presidentes/epitacio-pessoa >.
Fonte: http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/governo-de-epitacio-pessoa/

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