No dia 4 de março de 1933, Franklin Delano Roosevelt tomou posse na presidência dos Estados Unidos, abalados pela Depressão. Uma de suas primeiras iniciativas foi o plano de recuperação econômica "New Deal".
Franklin D. Roosevelt em foto de 1944
No início da década de 30, a economia norte-americana ainda sofria as consequências da Grande Depressão, iniciada com o colapso da Bolsa de Valores de Nova York em 1929. A estagnação econômica foi decisiva na sucessão presidencial de 1933, quando o candidato republicano à reeleição, Herbert Hoover, foi derrotado pelo democrata Franklin Delano Roosevelt.
Hoover não conseguira frear o processo de empobrecimento geral da população. A situação era crítica: 15 milhões de desempregados viviam da assistência social; milhões de agricultores se encontravam sem meios e endividados, e o sistema bancário estava arruinado. O Estado precisava urgentemente criar novos empregos.
Pacote de medidas
Assim que assumiu a presidência, em 4 de março de 1933, Roosevelt começou a implementar uma série de medidas que transformaram radicalmente o perfil social dos Estados Unidos. Pôs em prática um amplo plano de recuperação da economia chamado New Deal (Novo Acordo).
O program, proposto por políticos progressistas, administradores e assessores do presidente, previa a intervenção do Estado na economia (o que era tabu nos EUA) e foi aprovado por uma maioria esmagadora do Congresso. Em caráter emergencial, o dólar foi desvalorizado em 50% e foram aprovadas leis para aliviar as dívidas dos agricultores e proprietários de imóveis. A Lei Agrícola de março de 1933 previa acabar com a produção de excedentes por meio de subsídios.
A Lei de Recuperação da Indústria Nacional, do mesmo ano, protegia os interesses dos empresários, mas também estabeleceu limites de produção e preços, determinou a jornada máxima de trabalho e criou o salário mínimo. Em dezembro de 1933, foi abolida a Lei Seca e normalizado o funcionamento da indústria de bebidas. Uma lei de 1935 regulamentou as relações trabalhistas, estabeleceu a liberdade de organização sindical e garantiu o direito de greve.
Segundo Robert E. Sherwood, autor do livro Roosevelt e Hopkins, no primeiro trimestre do programa de garantia de trabalho, que flanqueou as medidas de proteção social mínima, foram construídos ou restaurados 400 mil quilômetros de estradas, construídas 40 mil escolas e contratados 50 mil professores.
Foram ainda erguidos mais de 500 pequenos aeroportos, assim como praças e quadras esportivas em todo o país, e instalados mais de 3,5 milhões de metros de canalização de água e esgoto. Na habitação popular, uma nova agência estatal serviu de avalista em última instância para os financiamentos imobiliários, viabilizando um grande incentivo à construção civil.
Desemprego continuou sendo desafio
O primeiro New Deal (1933–35) conseguiu estancar a crise bancária e recuperar a confiança pública. A falência das agências de fomento do governo central, porém, tornou necessário um segundo Deal(1935–38). Nesta fase, foram aprovadas, entre outras, a lei de seguridade social, de agosto de 1935, que criou os seguros desemprego, invalidez e velhice, e garantiu aos trabalhadores o acesso à casa própria.
O Novo Acordo, porém, não conseguiu recuperar de vez os EUA da Grande Depressão. Segundo Paul Kennedy, autor de Ascensão e queda das grandes potências, o desemprego ainda atingia cerca de 10 milhões de pessoas em 1939. "Os vários esquemas do New Deal não foram suficientes para estimular a economia e aproveitar essa capacidade produtiva não utilizada", afirma.
A expressão New Deal, cunhada pelo juiz Samuel Rosenman, foi usada por Roosevelt em seu discurso de 1932, quando aceitou a indicação para concorrer à presidência. A verdadeira recuperação da economia dos EUA só viria durante a Segunda Guerra Mundial, com o aumento da produção de armas.
Adolf Hitler, que igualmente chegou ao poder na Alemanha em 1933, também começou seu governo com um "programa de emergência", mas com um objetivo completamente oposto ao do Novo Acordo de Roosevelt.
Autoria: Rachel Gessat
Fonte: DW
6.3.14
1933: Roosevelt eleito presidente dos EUA
5.3.14
1910: Anunciada a cura da sífilis
No dia 3 de março de 1910, foi anunciado o sucesso de um novo medicamento contra a sífilis, descoberto pelo sorologista Paul Ehrlich. O Salvarsan combate a doença que matara milhares de europeus durante séculos.
Paul Ehrlich (1854–1915) recebeu em 1908 o Prêmio Nobel de Medicina
Ninguém quis acreditar quando o psiquiatra Konrad Alt anunciou à Associação de Medicina de Magdeburg, no dia 3 de março de 1910, que o tratamento de 27 pacientes de sífilis com um novo medicamento havia obtido êxito.
O novo antídoto contra a epidemia popular se chamava Salvarsan, e foi a sensação da época. Para se imaginar a euforia provocada pela notícia, pode-se pensar no que representaria o anúncio da cura da aids hoje.
A pessoa por trás do grande feito foi o sorologista Paul Ehrlich, de Frankfurt, que necessitou de dinheiro, paciência, talento e sorte para realizar seus experimentos.
Origem da doença
A sífilis foi trazida para a Europa com a expedição de Cristóvão Colombo ao retornar da América do Sul. Em 1495, houve a primeira epidemia entre soldados e marinheiros em Nápoles, na Itália, e a partir de então milhares de pessoas morreram vítimas da "doença do amor" ou "lues", alguns dos nomes comumente dados à sífilis.
Segundo um historiador de Düsseldorf, estima-se que um terço da população europeia tenha sido dizimada pela epidemia. "Havia, naquela época, duas doenças populares, a tuberculose e a sífilis. A sífilis era a mais temida."
Veneno contra veneno
A doença não escolhia classe social para fazer suas vítimas. Grandes personalidades como Beethoven, Schubert, Schiller, Schopenhauer, ETA Hoffmann e Nietzsche sofreram de sífilis, mal que podia levar à cegueira, à surdez, à loucura e frequentemente à morte, se não diagnosticado e tratado a tempo.
A descoberta de Ehrlich deu um novo rumo à história. A substância básica da sua pílula mágica era o arsênico. O nome, Salvarsan, vem das palavras latinas salve, que significa saudável, e arsen, o arsênico. Durante 400 anos, havia sido usado o mercúrio para o tratamento da sífilis, com sucesso duvidoso, devido à toxicidade da substância. Do arsênico também se tinha medo, pois uma dosagem alta demais é fatal.
O agente causador da sífilis é a bactéria treponema pallidum, descoberta em 1905 por Fritz Richard Schaudinn e Paul Erich Hoffmann. Ela é quase invisível ao microscópio e por isso só foi descoberta tão tardiamente, bem mais tarde do que os microorganismos causadores da tuberculose, malária e difteria.
Paul Ehrlich desenvolveu o Salvarsan o medicamento em 1907 – mais de dois anos antes de a novidade ser apresentada em Magdeburg por seu colega Alt – depois de anos analisando preparados, mudando componentes, buscando encontrar alguma substância que combatesse o agente, sem prejudicar o organismo. E assim foi criado o Salvarsan 606, o 606º experimento. O restante do processo ainda demoraria anos. Ehrlich somente queria lançar o medicamento no mercado após havê-lo testado-lo em seres humanos.
A "guerra do Salvarsan"
Houve uma grande pressão da mídia em favor da liberação do medicamento e, em consequência, processos que forçaram Ehrlich a colocar a substância à disposição do público. Ainda assim, ele recebeu em 1908 o Prêmio Nobel da Medicina.
1910 foi o ano decisivo. O medicamento tornou-se uma verdadeira fábrica de dinheiro. A industrialização foi feita pela detentora da patente, a Hoechst. Mas para Ehrlich a história ainda não terminara. Iniciou-se a chamada "guerra do Salvarsan", com inúmeras acusações de efeitos colaterais, que na maioria dos casos eram resultados de aplicação imprópria.
Na Alemanha havia então forte movimento antissemita, que organizou uma campanha contra o sorologista, que era judeu. E havia também os religiosos fanáticos, para quem a sífilis era o castigo merecido para o pecado a luxúria: portanto não deveria haver cura.
Para os editores de um livreto cristão, todos os possíveis medicamentos eram um escândalo, pois ainda contribuíam para sossegar a consciência e deixar de lado as medidas de precaução dos libertinos.
Paul Ehrlich morreu em 1915. Aos poucos, o escândalo em torno do Salvarsan se acalmou e o medicamento fez sucesso em todo o mundo. A história da pílula mágica de Ehrlich terminou com o aparecimento dos antibióticos modernos.
Fonte: DW.DE
Neuschwanstein: o castelo de contos de fadas e seu sombrio passado nazista
Idealizado pelo rei Ludwig 2º como refúgio da vida pública, ele foi transformado pelos nazistas em esconderijo para arte roubada. Filme de Clooney enfoca o local, mas não é fiel aos fatos, criticam especialistas.
Estampado em cartões-postais, guias de viagem e até em produtos da Disney, o "castelo do rei de contos de fadas" atrai mais de 1 milhão de visitantes por ano. Seu idealizador, o rei Ludwig 2º da Baviera, foi declarado louco, antes de sua misteriosa morte por afogamento, em 1886. Semanas depois, Neuschwanstein abriu as portas ao público, e permanece até hoje uma das principais atrações turísticas na Alemanha.
Ludwig 2º da Baviera e sua então noiva, duquesa Sophie
A fortaleza de contos de fadas, porém, abriga um passado nazista que veio à luz recentemente com o filme Caçadores de obras-primas(Monuments men), dirigido por George Clooney. O drama da Segunda Guerra Mundial trata das tropas aliadas especiais encarregadas de proteger e localizar, durante o conflito, os tesouros roubados da Europa.
O excêntrico rei Ludwig 2º não concebeu o extravagante castelo de Neuschwanstein para fins de realeza, mas sim como refúgio à vida pública. Numa distorção perversa das intenções do monarca, foi exatamente isso que os nazistas fizeram com a arte roubada de suas vítimas, escondendo-a lá do olhar público.
Ordens de Hitler
"Revistem alojamentos, bibliotecas e arquivos dos territórios ocupados, à procura de material valioso para a Alemanha", ordenou Adolf Hitler à força-tarefa Rosenberg, a equipe especializada em saquear obras de arte, logo após as tropas alemãs invadirem a França, em 1940. Seu sonho era construir, com os tesouros roubados, um "Museu do Führer" em Linz, Áustria.
Entre 1940 e 1945, oficiais nazistas distribuíram as peças por diversos locais na Alemanha, incluindo mosteiros, minas de sal e castelos.
Hitler queria construir seu museu no local isolado e vizinho à Áustria
"Neuschwanstein foi escolhido como quartel-general da Einsatzstab Reichsleiter Rosenberg, a organização alemã para saques de obras de arte", revela a historiadora Tanja Bernsau. A localização no estado da Baviera, perto da fronteira com a Áustria e distante de Berlim ou de outros possíveis alvos, fazia do castelo um depósito ideal.
Embora tenha sido construído para parecer uma construção medieval, a joia arquitetônica ostentava as tecnologias mais avançadas de seu tempo: aquecimento central, descargas nos banheiros e um sistema elétrico de campainha para chamar os serviçais. A pedra angular foi lançada em 1868, mas o projeto não foi finalizado, deixando, assim, amplo espaço para armazenamento.
Cate Blanchett (na foto com Matt Damon) interpreta Rose Valland em 'Caçadores de obras-primas'
Espionagem artística
A maioria dos bens saqueados e armazenados em Neuschwanstein veio da França, e foi através de informações francesas que o Exército dos Estados Unidos chegou até o castelo.
Antes de sua morte em 2006, o "Homem dos Monumentos" e historiador de arte S. Lane Faison Jr. descreveu, para os Arquivos de Arte Americana, como foi a descoberta das obras. A peça-chave para o sucesso da operação foi a curadora francesa Rose Valland.
"Ela fingiu ser colaboradora [do regime nazista]", disse Faison. Valland trabalhava no Museu Jeu de Paume, um dos pontos centrais de coleta dos nazistas, antes do transporte dos saques para a Alemanha. Durante quatro anos, ela registrou secretamente para onde as obras eram enviadas.
"Adoração do Cordeiro Místico", dos irmãos Van Eyck, fez parte do saque nazista
Invasão do esconderijo
Os relatórios de Rose Valland levaram as Forças Aliadas até o castelo na Baviera. Lá chegando, em 1945, as tropas americanas descobriram uma vasta coleção de fichas de arquivo, listas e slides com detalhes sobre cerca de 21 mil itens. Entre as obras saqueadas estavam o Altar de Gante, dos irmãos flamengos Hubert e Jan van Eyck, a coleção privada de joias e mobília da família Rothschild, e as peças de ouro e prata da coleção David-Weill.
Uma exposição em cartaz nos Arquivos de Arte Americana da SmithsonianInstitution ressalta algumas dessas missões de resgate. Monuments Men: No front para salvar a arte da Europa, 1942-1946 mostra fotografias em preto e branco de soldados carregando caixas, tendo ao fundo o castelo de Neuschwanstein coberto de neve.
"Eles teriam preferido deixar as obras no castelo e organizar de lá a restituição à França", observa a historiadora de arte Tanja Bernsau. "Mas como a maioria das peças não estava armazenada em caixas e eram trabalhos valiosos em ouro e prata, por motivos de segurança eles decidiram realocar o material."
Soldados americanos resgatam obras roubadas em 1945
Resgate e restituição
Assim, as caixas foram transferidas para os pontos centrais de coleta de arte, dirigidos pelos EUA, com a incumbência de restituição ou a localização dos proprietários originais.
"E foi aí que começou a tarefa gigante", conta Iris Lauterbach, do Instituto Central para a História da Arte, em Munique. "As peças tinham de ser inventariadas, fotografadas e restituídas uma a uma. Historiadores e secretários americanos e alemães trabalharam juntos para restituir dezenas de milhares de peças."
Ao voltar à Alemanha em 1951, para supervisionar a entrega das operações dos EUA aos alemães, o historiógrafo S. Lane Faison ficou impressionado com a enormidade da missão.
"Um dos problemas mais tristes é que havia 'quilômetros' de móveis empilhados até o teto: cadeiras, mesas, objetos domésticos, tudo o que se possa imaginar, vindo de fontes judaicas", relatou Faison. "Mas o que fazer? E se alguém tivesse perdido seis cadeiras Louis 15, quais eram elas? Estariam conosco? Não havia como... não há meio de identificar esse tipo de coisa."
Filme de Clooney mistura elementos da história com ficção
A batalha continua
A identificação e restituição das obras continuam na Alemanha até hoje. Descobertas recentes de arte possivelmente roubada, como a relacionada ao colecionador Cornelius Gurlitt, continuam a ser manchetes de jornal. O filme Caçadores de obras-primas, recém-exibido no festival Berlinale, também lança luz sobre o trabalho dos responsáveis em preservar a arte durante a guerra, embora não agrade a todos.
"Eu não gostei do filme", opina Iris Lauterbach, do Instituto de História da Arte de Munique. Ela aprecia que o filme coloque o tema em debate, mas questiona se um leigo consegue processar os meandros do teatro de guerra europeu, os locais, as obras de arte que estavam em jogo. "O filme finge ser baseado numa história real, mas contém elementos fictícios demais."
Papel de Neuschwanstein na guerra não é mencionado em visitas guiadas
Quem procura detalhes da história, tampouco vai aprender mais visitando Neuschwanstein. A visita guiada pelo castelo inclui o luxuoso quarto de dormir do rei Ludwig 2º, a caverna artificial de estalactites e a cozinha, bem moderna para sua época. Porém não há nenhuma menção ao papel do local durante o nazismo.
"Não estamos tentando esconder esse fato", defende o porta-voz do castelo, Thomas Rainer. A administração quer se confrontar com o papel do local nesse sombrio capítulo da história alemã. O diretor do departamento de Palácios e Museus da Baviera escreveu recentemente um artigo sobre locais de resgate da arte durante a Segunda Guerra, ressalta Rainer. "Mas nós temos mais de 1 milhão de visitantes por ano e visitas guiadas que só duram 30 minutos. Nós focamos o que é possível, nesse tempo."
Fonte:DW.DE
A mulher na pré-história
Frédéric Belnet
Uma das mais conhecidas personagens da pré-história é a doce Lucy, a pequena fêmea de Australopithecus afarensis de 3 milhões de anos, descoberta na Etiópia em 1974. O esqueleto mais completo de Homo florensiensis – uma espécie humana fóssil que não alcançava mais de 1 metro de altura, descoberta na Indonésia em 2003 – data de 18 mil anos e é o de uma mulher de 30 anos. Quanto a Luzia, uma das primeiras brasileiras, ela teria vivido há 11.500 anos...
Esses fósseis informam os especialistas sobre a existência ou a presença de uma espécie. As ossadas de indivíduos do sexo masculino cumprem o mesmo papel. Já as Vênus paleolíticas, mais especificamente ligadas à feminilidade, são estatuetas de mulheres de carnes abundantes do Período Gravetiano (28 000-20.000 a.C.), como a de Vênus de Lespugue (Haute-Garonne,França) ou a Dama de Brassempouy (Landes, França).
Esses objetos antes evocam a mãe ou a mulher-objeto do que a mulher liberada. É uma imagem veiculada por uma longa tradição. “Pelo lugar que é concedido à mulher, a pré-história apresentada aos europeus da segunda metade do século XX oferece a imagem de uma mulher inferior ao homem e submetida aos caprichos dele”, observa o historiador Pascal Semonsut. Com a exceção de Ayla, a heroína de Os filhos da terra, a saga da romancista norte-americana Jean M. Auel, a mulher do romance histórico e da história em quadrinhos, se está geralmente presente (e muitas vezes é bela), permanece no entanto apagada e relegada a um papel de segundo plano. No cinema, “simples figurante, ela é a heroína de raros filmes que exigem uma plástica irrepreensível”, acrescenta ele.
Não há muita coisa, no plano acadêmico, para ajustar o foco: nos manuais escolares, mesmo nos recentes, “a mulher não está presente senão em episódios raros e muito discretos. Ela não tem direito a uma só linha, seja para retratá-la, seja para descrever o que se pensa que foram as suas atividades”, conclui o historiador.
As iniciativas feministas, se fizeram as coisas se agitar um pouco, sofreram da falta de documentação objetiva sobre o assunto. “Por muito tempo, a mulher foi considerada arqueologicamente invisível”, observou a historiadora das ciências Claudine Cohen.
Na tentativa de fornecer respostas, alguns autores se apoiaram sobre a etnologia – o estudo dos povos indígenas atuais – e por vezes sobre a simples lógica para dar uma nova vida à mulher pré-histórica.
Assim, o corte da caça abatida e o transporte da carne, que não necessitavam de grande força física, foram considerados atividades femininas. Assim como a coleta (retirada de frutos, de mariscos...), essencial à subsistência do grupo, o artesanato e talvez até a arte. Mas a mulher permanecia acima de tudo como “a mãe”.
“De início, não havia nem divisão sexual do trabalho nem especialização. Elas se desenvolveram pouco a pouco. As tarefas mais especificamente femininas eram a peleteria (tratamento das peles de animais), a costura, a manufatura de cestos e, mais tarde, a fabricação de potes de argila. Se o homem era o caçador e o artesão de suas ferramentas, a mulher se entregava à coleta e depois à agricultura”, estimou Myriam Philibert, doutora em pré-história, que acrescentou que “ter uma numerosa prole fazia da mulher favorecida pela sorte um ser excepcional no seio do clã”.
Por muito tempo defendida, a tese de uma sociedade matriarcal, até mesmo uma ginecocracia, está hoje em dia abandonada. A paleoantropologia e a arqueologia fornecem raras precisões. De início, no que diz respeito à organização familiar: em 2011, uma equipe internacional estudou os isótopos químicos do esmalte dentário de australopitecos sul-africanos de cerca de 2 milhões de anos (Sterkfontein) e mostrou que, entre esses pré-humanos, a fêmea púbere deixava seu clã natal para encontrar em outros lugares um companheiro (o macho, por sua vez, permanecia em sua comunidade). Essa organização foi encontrada entre os neandertais há 50 mil anos, como mostra um estudo (genético) de fósseis encontrados na gruta de El Sidrón, na Espanha. Nesses dois exemplos, é portanto a fêmea que transpõe o limiar de sua família para fazer a sua vida em outra tribo, evidenciando por isso mesmo uma atitude menos conservadora exclusivamente feminina.
Em um registro totalmente diverso, em 2006, graças a um programa de computador criado pelos franceses Jean-Michel Chazine e Arnaud Noury, baseado no índice de Manning (que mede as proporções entre os dedos indicador e anular, diferentes nos dois sexos), pesquisadores estabeleceram que na gruta Cosquer (Marselha, França, 27.000-19.000 a.C.) as impressões de mãos deixadas nas paredes – um motivo recorrente na arte rupestre – eram provenientes, na maioria dos casos, de mulheres, e não de homens, e que, na gruta indonésia de Gua Masri, os registros de mãos femininas e masculinas ficavam lado a lado, sem se misturar, o que deve provocar a reflexão daqueles que atribuem aos homens (os machos) as atividades valorizadas, como a caça ou a arte pré-histórica. Finalmente, se, de acordo com Myriam Philibert, “as primeiras sepulturas (...) do Paleolítico Médio mostram que não existe diferença alguma, na morte, entre os indivíduos do sexo masculino e os do sexo feminino”, não se pode dizer o mesmo do Paleolítico Superior: a Dama de Saint-Germain-la-Rivière (Gironda, França), uma jovem mulher enterrada há cerca de 15.800 anos com um preciso mobiliário tumular – notadamente adornos em dentes caninos de cervos –, apresenta todos os sinais de um status social muito elevado, que ela tentou manter, inclusive, na vida após a morte.
Fonte:
História Viva
ERA NAPOLEÔNICA
Napoleão Bonaparte, em francês Napoléon Bonaparte, (Ajaccio, Córsega, 15 de Agosto de 1769 — Santa Helena 5 de Maio de 1821) foi o dirigente efectivo daFrança a partir de 1799 e foi Imperador de França de 18 de Maio de 1804 a 6 de Abril de 1814, adoptando o nome de Napoleão I. Além disso, conquistou e governou grande parte da Europa central e ocidental. Napoleão nomeou muitos membros da família Bonaparte para monarcas, mas eles, em geral, não sobreviveram à sua queda. Foi um dos chamados "monarcas iluminados". No tempo em que vivia tomava banho na frente dos outros sem ter vergonha de mostrar o seu corpo.
Napoleão Bonaparte tornou-se uma figura importante no cenário político mundial da época, já que esteve no poder da França durante 15 anos e nesse tempo conquistou grandes partes do continente europeu. Os biógrafos afirmam que seu sucesso deu-se devido ao seu talento como estrategista, ao seu talento para empolgar os soldados com promessas de riqueza e glória após vencidas as batalhas, além do seu espírito de liderança.
Carreira: Era Napoleônica
A sociedade francesa estava passando por um momento tenso com os processos revolucionários ocorridos no país, de um lado com a burguesia insatisfeita com osjacobinos, formados por monarquistas e revolucionários radicais, e do outro lado as tradicionais monarquias européias, que estavam temendo que os ideais revolucionários franceses se difundissem por seus reinos.
O governo do Directório foi derrubado na França sob o comando de Napoleão, que, junto com a burguesia, instituiu o "consulado", primeira fase do governo de Napoleão. Este golpe ficou conhecido como 'Golpe 18 de Brumário' (data que corresponde ao calendário estabelecido pela Revolução Francesa e equivale a 9 de novembro do calendário gregoriano) em 1799. Muitos historiadores alegam que Napoleão fez questão de evitar que camadas inferiores da população subissem ao poder.
O fim do processo revolucionário na França, com o Golpe 18 de Brumário, marcou o início de um novo período na história francesa, e conseqüentemente, da Europa: a Era Napoleônica.
Seu governo pode ser dividido em três partes:
Consulado (1799-1804)
Império (1804-1814)
Governo dos Cem Dias (1815)
Consulado
O governo do consulado de Napoleão foi instalado após a queda do Directório. O consulado possuía características republicanas, além de ser centralizado e controlado por militares. No poder Executivo, três pessoas eram responsáveis: os cônsules Roger Ducos, Emmanuel Sieyès e o próprio Napoleão. Apesar da presença de outros dois cônsules, quem mais tinha influência e poder no Executivo era Napoleão, que foi eleito primeiro-cônsul da República.
Novas instituições criadas com a Constituição de dezembro de 1799, com cunho democrático, eram criadas para disfarçar o seu centralismo no poder. As instituições criadas foram o Senado, Tribunal, Corpo Legislativo e o Conselho de Estado. Mas o responsável pelo comando do exército, pela política externa, pela autoria das leis e quem nomeava os membros da administração era o primeiro-consul.
Quem estava no centro do poder na época do consulado era a burguesia (os industriais, os financistas, comerciantes), e consolidaram-se como o grupo dirigente na França. Os ideais "liberdade, igualdade, fraternidade" da época da Revolução Francesa foram abandonados, e através de forte censura à imprensa e a acção violenta dos órgãos policiais, a oposição ao governo foi desmanchada.
Reforma dos sectores do governo francês
Durante o período do consulado, uma recuperação económica, jurídica e administrativa ocorreu em França. Napoleão realizou diversos feitos em áreas diferentes durante este período.
Economia - o Banco da França foi criado, em 1800, controlando a emissão de moedas, reduzindo a inflação. As tarifas impostas eram proteccionistas (ou seja, com aumento de impostos para a importação de produtos estrangeiros), o resultado geral foi uma França com comércio e indústria fortalecidos, principalmente com os estímulos a produção e consumo interno.
Religião - com o objetivo de usar a religião como instrumento de poder político, Napoleão assinou um acordo, a Concordata (1801), entre a Igreja Católica e o Estado. O acordo, sob aprovação do papa, dava o direito do governo francês de confiscar as propriedades da Igreja, e em troca, o governo teria de amparar o clero. Napoleão reconhecia o catolicismo como a religião da maioria dos franceses, mas dava-se o direito de escolher bispos, que mais tarde seriam aprovados pelo papa.
Direito - o Código Napoleônico, um código civil, foi estabelecido, representando em grande parte interesses dos burgueses, como casamento civil (separado do religioso), respeito à propriedade privada, direito à liberdade individual e igualdade de todos perante à lei.
Educação - o ensino foi reorganizado e a prioridade foi a formação do cidadão francês. A educação pública foi reconhecida como importante meio de formação das pessoas, principalmente nos aspectos do comportamento moral, político e social.
Administração - pessoas da confiança de Napoleão eram indicadas para os cargos administrativos.
Após uma década de conflitos gerais no país, com a Revolução Francesa, as medidas aplicadas deram para o povo francês a esperança de uma estabilização do governo. Os resultados obtidos neste período do governo de Napoleão agradaram à elite francesa. Com o apoio destas, Napoleão foi elevado ao nível de cônsul vitalício em 1802, podendo indicar seu sucessor. Esta realização implicou na instituição de um regime monárquico.
Império
Ingres, Napoleão I
A opinião pública foi mobilizada pelos apoiadores de Napoleão, que levou à aprovação para a implantação definitiva do governo do Império. Em plebiscito realizado em1804, a nova fase da era napoleônica foi aprovada com quase 60% dos votos, e o regime monárquico foi reinstituído na França, e Napoleão foi indicado para ocupar o trono.
Uma festa foi realizada em 2 de Dezembro de 1804 para formalizar a coroação do agora Napoleão I na catedral de Notre-Dame. Um dos momentos mais marcantes da história ocorreu nesta noite, onde, com um acto surpreendente, Napoleão I retirou a coroa das mãos do Papa Pio VII, que tinha viajado especialmente para a cerimônia, e ele mesmo se coroou, numa atitude para deixar claro que não toleraria autoridade alguma superior a dele. Logo após também coroou sua esposa, a imperatriz Josefina.
Títulos de nobreza foram concedidos aos familiares de Napoleão, por ele mesmo. Além disso, colocou-os em altos cargos públicos. Uma nova corte com membros da elite militar, da alta burguesia e da antiga nobreza foi formada. Para celebrar os triunfos de seu governo, Napoleão I construiu monumentos grandiosos, como o Arco do Triunfo.
O Império Francês atingiu sua extensão máxima neste período, em torno de 1812, com quase toda Europa Ocidental e grande parte da Oriental ocupadas, possuindo 150 departamentos, com 50 milhões de habitantes, quase um terço da população europeia da época.
Expansão territorial militar
Neste período, Napoleão realizou uma série de batalhas para a conquista de novos territórios para a França. O exército francês aumentou o seu número de armas e combatentes, e tornou-se o mais poderoso de toda a Europa.
Pensando que a expansão e crescimento econômico e militar da França era uma ameaça à Inglaterra, os diplomatas ingleses formaram coligações internacionais para se opor ao novo governo francês e ao seu expansionismo. Também acreditavam que o governo francês poderia influenciar países que estavam sob doutrina absolutista e assim causar uma rebelião. A primeira coligação formada para deter os franceses era formada pela Inglaterra, Áustria, Rússia e Prússia.
Em outubro de 1805, os franceses usaram a marinha para atacar a Inglaterra por mar, mas não tiveram sucesso, derrotados pela marinha inglesa, comandada pelo almirante Nelson, batalha que ficou conhecida como Batalha de Trafalgar, firmando o poderio naval britânico.
Ao contrário do fracasso com os ingleses, os franceses venceram os seus outros inimigos da coligação, como a Áustria, em 1805, na Batalha de Austerlitz, além da Prússia em 1806 e Rússia em 1807.
Bloqueio Continental
Na busca de outras maneiras para derrotar ou enfraquecer os ingleses, o Império Francês decretou o Bloqueio Continental em 1806, onde Napoleão determinava que todos países europeus deveriam fechar seus portos para o comércio com a Inglaterra, enfraquecendo as exportações do país e causando uma crise industrial.
Um problema que afectou muitos países que participaram do Bloqueio era que a Inglaterra, que já havia passado pela Revolução Industrial, estava com uma consolidada produção de produtos industriais, e muitos países europeus ainda não possuíam produção industrial própria, e dependiam da Inglaterra para importar este tipo de produto, em troca de produtos agrícolas.
A França procurou beneficiar do Bloqueio com o aumento da venda dos produtos produzidos pelos produtores franceses, ampliando as exportações dentro da Europa e no mundo. A fraca quantidade de produtos manufacturados deixou alguns países sem recursos industriais.
Fuga da Família Real portuguesa para o Brasil
Ver artigo principal: Guerra Peninsular.
O governo português possuia relações privilegiadas com a Inglaterra, depois da assinatura do Tratado de Methuen, em 1703, e ainda graças à velha Aliança que vinha dos tempos da Dinastia de Avis.
Portugal tinha então Inglaterra como principal parceiro para seus negócios. Pressionados por Napoleão, os portugueses não tiveram escolha: como não podiam abdicar dos negócios com a Inglaterra, não participaram do Bloqueio Continental.
Insatisfeito com a decisão portuguesa, o exército francês começou a dirigir-se a Portugal. Napoleão havia forçado uma Aliança, sob a forma do Tratado de Fontainebleau com a Casa Real Espanhola (onde forçou a abdicação do trono de Carlos IV para o seu irmão, José Bonaparte) para a Invasão de Portugal, apesar de se saber que havia já planos anteriormente delineados para conquistar tanto Portugal, como Espanha. A ideia era a de dividir Portugal em três reinos distintos:
Lusitânia Setentrional, a ser governado pela filha de Carlos IV, Maria Luísa;
Algarves, a ser governado por Manuel de Godoy com o titulo de rei;
Resto do pais, a ser administrado directamente pela França Imperial até ao fim da Guerra.
Nesse sentido, foram realizadas três expedições militares a Portugal, conhecidas em Portugal sob o nome de Invasões Francesas.
Numa jogada estratégica, e sabendo-se que o Brasil era considerado, na época, a pérola da coroa portuguesa, a Família Real portuguesa, incluindo o príncipe-regenteD. João VI, fugiram para o Brasil, instalando e operando o governo português diretamente do Rio de Janeiro em 1808.
Quase 10 mil pessoas fugiram para o Brasil, transferindo praticamente todo o quadro do aparelho estatal. Além de pessoas do governo, vieram muitos nobres, comerciantes ricos, juízes de tribunais superiores, entre outros.
O episodio da Fuga da Familia Real Portuguesa para o Brasil, assim como a dificuldade encontrada por Napoleão em, por um lado , invadir Portugal e por outro, controlar Espanha, pode ser visto como uma grande falha estratégica de Napoleão que, alias, se referiu a ele, nas Memoires de Ste. Hélène como: c'est ça que m'a perdu (tradução: foi isso que me fez perder).
A fuga da familia real para o Brasil marcou também o inicio do processo de Independência do Brasil.
Reação à política de expansão
Derrota francesa na Rússia
Em 1812, a aliança franco-russa é quebrada pelo czar Alexandre, que rompe o bloqueio contra os ingleses. Napoleão empreende então a campanha contra a Rússia. Entra em Moscou e, durante a retirada, o frio e a fome dizimam grande parte do Exército francês. Enquanto isso, na França, o general Malet, apoiado por setores descontentes da burguesia e da antiga nobreza francesas, arma uma conspiração para dar um golpe de Estado contra o imperador. Napoleão retorna imediatamente a Paris e controla a situação.
Invasão dos aliados na França e derrota de Napoleão
Tem início então a luta da coalizão européia contra a França. Com a capitulação de Paris, o imperador é obrigado a abdicar.
Governo dos Cem Dias
O Tratado de Fontainebleau, de 1814, exila Napoleão na ilha de Elba, de onde foge no ano seguinte. Desembarca na França com um Exército e reconquista o poder. Inicia então o Governo dos Cem Dias. A Europa coligada retoma sua luta contra o Exército francês. Napoleão entra na Bélgica em junho de 1815, mas é derrotado pelos ingleses na Batalha de Waterloo e abdica pela segunda vez, pondo fim ao Império Napoleônico. Mas a expansão dos ideais iluministas continuou.
Exílio em Santa Helena e morte
Napoleão foi preso e então exilado pelos britânicos na ilha de Santa Helena em 15 de outubro de 1815. Lá, com um pequeno legado de seguidores, contava suas memórias e criticava aqueles que o capturaram. Quando faleceu, em 5 de maio de 1821, suas últimas palavras foram: "França, o Exército, Josefina".
Em 1955, através de documentos escritos, Napoleão apareceu descrito nos meses antes de sua morte, e levou muitos a concluir que ele foi morto por envenenamento com arsênio. O arsênio era usado antigamente como um veneno indetectável se aplicado a longo prazo.
Em 2001, um estudo de Pascal Kintz, do Instituto Forense de Estrasburgo, na França, adicionou crença a esta possibilidade com um estudo de um pedaço de cabelo preservado de Napoleão após sua morte: os níveis de arsênio encontrados em seu pedaço de cabelo eram de 7 a 38 vezes maiores do que o normal.
Cortar pedaços do cabelo em pequenos segmentos e analisar cada segmento oferece um histograma da concentração de arsênio no corpo. A análise do cabelo de Napoleão sugere que doses altas mas não-letais foram absorvidas em intervalos aleatórios. O arsênio enfraqueceu Napoleão e permaneceu em seu sistema. Lá, poderia ter reagido com mercúrio e outros elementos comuns em remédios da época, sendo a causa imediata de sua morte.
Outros estudos também revelaram altas quantidades de arsênio presentes em outras amostras de cabelo de Napoleão tiradas em 1805, 1814 e 1821. Ivan Ricordel (chefe de toxicologia da Polícia de Paris), declarou que se arsênio tivesse sido a causa da morte, ele teria morrido anos antes. Arsênio também era usado na época em papel de parede, como um pigmento verde, e até mesmo em alguns remédios, e os pesquisadores sugeriram que a fonte mais provável de todo este arsênio seja um tônico para cabelo. Antes da descoberta dos antibióticos, o arsênio também era usado (sem efeito) no tratamento da sífilis, levando à especulação de que Napoleão poderia estar sofrendo de sífilis. A controvérsia continua.
Fonte: Wikipédia
BABILÔNIA
Soldados Americanos em frente da reconstrução das ruínas da Babilônia (2003)
Babilônia (Babilónia) se refere à capital da antiga Suméria e Acad, na Mesopotâmia. No moderno Iraque, localiza-se a aproximadamente 110 km ao Sul de Bagdád. O nome vem do grego Babel, que significa "confusão". Essa palavra semítica é uma tradução do sumério Kadmirra.
Foi provavelmente fundada por volta de 3800 a.C. Teve um papel significativo na história da Mesopotâmia. Iniciou sua era de império sob o amorita Hamurabi, por volta de 1730 a.C., e manteve-se assim por pouco mais de mil anos.
Os Arameus, assírios e os Caldeus lutaram durante séculos pelo controle da Babilônia. O rei assírio Assurbanipal venceu a luta em 648 a.C., e foi sucedido porNabucodonosor II.
Liderados por Nabucodonosor (que também construiu os Jardins Suspensos da Babilônia, uma das sete maravilhas do mundo antigo), os babilônios destruíramJerusalém em 587 A.C., levando os judeus ao exílio babilônico. O rei persa Ciro, o Grande, derrotou os babilônicos em 539 A.C., e libertou os judeus de seu exílio.
Na cultura hebraica, a Babilônia se tornou um inimigo arquétipo do povo de Deus. Várias referências à Babilônia ocorrem na Bíblia. No Novo Testamento, especialmente no livro Apocalipse, referências à Babilônia são comumente interpretadas por algumas religiões cristas como referências a Roma, como metáfora do poder do Império Romano. Outras denominações cristãs, fazem outras leituras.
Arte da Babilônia
Os jardins suspensos da Babilónia, como imaginados por Martin Heemskerck.
A arte da Babilônia desenvolveu-se no reino antigo do Oriente Próximo; sua capital era Babilônia, cujas ruínas estão próximas da cidade de Al Hillah, no Iraque. Provavelmente, a cidade foi fundada no quarto milênio a.C., tornando-se o centro de um vasto império no século 18 a.C., sob o reinado de Hamurabi. O povo babilônio mais antigo era herdeiro direto da civilização suméria, que inspirou a arte da sua primeira dinastia. A partir do século 17 a.C., a Babilônia foi dominada por outros povos e de 722 a 626 a.C. esteve sob o controle da Assíria. A Babilônia atingiu seu período de apogeu e prestígio depois de ter colaborado para a derrota dos assírios.
Nabucodonosor II, cujo reinado se estendeu de 605 a 562 a.C., reconstruiu a capital como uma das maiores cidades da Antiguidade e foi, provavelmente, o responsável pelos famosos jardins suspensos da Babilônia, dispostos de forma engenhosa em terraços elevados, irrigados por canais provenientes do rio Eufrates. A melhor visão do esplendor da arquitetura babilônica pode ser obtida através da Porta de Ishtar (575 a.C.) uma luxuosa estrutura de tijolos esmaltados reconstruída no Museu Staatliche, na antiga Berlim Oriental.
Fonte: Wikipédia