Por Antonio Gasparetto Junior
A Terceira Guerra Árabe-Israelense ocorreu entre países árabes em 1967.
Entre as trágicas consequências da Segunda Guerra Mundial, que causou milhões de mortes e genocídio, está o acirramento das tensões no Oriente Médio. Como tentativa de reparar as atrocidades sofridas pelos judeus durante o regime nazista, a Organização das Nações Unidas, fundada em 1947 para tentar garantir a paz no mundo e evitar uma terceira e destrutiva guerra para a humanidade, resolveu ceder terras ao povo vítima de massacre durante o conflito internacional. A criação do Estado de Israel abrigaria os judeus em território considerado sagrado para eles. No entanto, a região também é sagrada para povos islâmicos que já estavam no local anteriormente. Iniciava assim um conflito que não aparenta ter solução tão cedo na história contemporânea.
Os desentendimentos entre judeus de Israel e islâmicos dos países árabes no Oriente Médio cresceram gradativamente. A incompatibilidade de interesses e a incapacidade de harmonia entre os povos distintos semearam uma condição de constante instabilidade na localidade. Aos poucos os conflitos se evidenciaram de maneira direta, com grupos pegando em armas de ambos os lados. A situação realmente se agravou com a Guerra de Suez, em 1956. Na ocasião, Israel, que utilizava o canal com o mesmo nome para o comércio, declarou guerra ao Egito, que havia nacionalizado o Canal de Suez. Era uma época em que governos nacionalistas se instalavam em países árabes substituindo a colonização europeia, movimentos de resistência eram criados, países orientais se militarizavam e exigiam a saída da ONU de seus territórios ou se apresentavam contra os modos ocidentais. Todos esses foram, e são, componentes que aumentaram a tensão até um novo conflito armado de curta duração. Sem ignorar, claro, o conflito ideológico que dividia o mundo, a Guerra Fria. Logo, Estados Unidos e União Soviética sempre estiveram presentes nesse cenário instável oriental, mesmo sem protagonizar os papeis mais importantes, como era comum entre eles. Porém a participação desses países cresceria gradualmente.
A Guerra dos Seis Dias, como também é chamada foi resultado da insustentabilidade das tensões entre Israel os países árabes que os levou a mobilizarem o efetivo militar em combate direto no ano de 1967. O estopim para o conflito ocorreu no dia 7 de abril daquele ano, quando Israel atacou a artilharia árabe nas Colinas de Golã. Vale ressaltar que, desde sua fundação, Israel sempre recebeu apoio dos Estados Unidos, o que era uma clara estratégia em tempos de Guerra Fria. Com a intenção de solidificar o capitalismo no Oriente Médio e, com ele, todas as suas consequências, ou seja, influência ideológica, aproveitamento dos recursos naturais da região e domínio de mercado consumidor, por exemplo, os estadunidenses ofereciam suporte militar aos israelenses. Naturalmente, em oposição, a União Soviética fazia o mesmo com os países árabes. Com a ação dos israelenses em abril, os soviéticos alertaram os países árabes sobre um ataque mais poderoso e os estimulou à guerra, promovendo um cerco a Israel.
Em meio a turbulenta situação na região e às influências de Estados Unidos e União Soviética, Israel tomou iniciativa preventiva atacando a força aérea egípcia com grande poder de destruição. Antes das oito horas da manhã do dia 5 de junho de 1967, a força aérea israelense atacava os egípcios. Apenas para fins de compreensão, um ataque surpresa e destrutivo arquitetado ao modo do ocorrido em Pearl Harbor durante a Segunda Guerra Mundial. Evidentemente, com personagens e razões diferenciadas. Além disso, a operação israelense acontecia ao mesmo tempo com suas tropas invadindo a Faixa de Gaza, o sul da Síria, as Colinas de Golã e o norte do Sinai. Como retaliação, os países árabes diretamente afetados atacaram também os israelenses.
A ONU pressionou desde o início pelo fim dos combates no Oriente e os Estados Unidos e União Soviética travavam forças como coadjuvantes do conflito. Assim, a guerra não duraria muito tempo. Durante os seis dias de conflito, Israel assumiu o controle do Sinai e ocupou a Cisjordânia e regiões importantes como a parte oriental de Jerusalém e as Colinas de Golã, na Síria. Por fim, a Guerra dos Seis Dias foi uma enorme derrota para os países árabes, que perderam mais da metade de seus equipamentos militares e tiveram mais de 18 mil mortos. A guerra iniciou a fuga dos palestinos de suas casas, que se refugiaram nos países árabes vizinhos. Seria o início de outro problema que persiste sem solução no Oriente Médio, a questão palestina. Além disso, outras consequências foram importantes para a geopolítica mundial. Países como Síria e Egito se aproximaram mais ainda da União Soviética e receberam apoio para renovação do arsenal militar. Os países que se envolveram indiretamente no conflito, dando apoio a cada um dos lados, passaram a ser vistos como inimigos diretos, o que iniciou uma onda de ataques terroristas pelo mundo todo, outra característica de nosso tempo. Assim, a Guerra dos Seis Dias terminou no dia 10 de junho de 1967, mas suas marcas são ainda muito presentes em nosso cotidiano.
Fontes:
http://bvespirita.com/Israel,%20Palestina%20-%20A%20Verdade%20Sobre%20um%20Confito%20(Alain%20Gresh).pdfhttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0104-71832003000100010&script=sci_arttexthttp://repositorio.furg.br:8080/handle/1/203http://www.faapmba.org.br/revista_faap/juris/juris_vol_3_2010.pdf#page=54
http://www.infoescola.com/historia/terceira-guerra-arabe-israelense/
5.3.14
Terceira Guerra Árabe-Israelense
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