por Thais Sant'Ana
Construída de 1407 a 1420, ela foi concebida para ser o lar dos imperadores chineses – inicialmente, da disnatia Ming e, depois, da Qing. Com exceção da família do regente e seus empregados, ninguém sabia o que se escondia atrás de seus muros de 10 m de altura, circundados por um fosso com água de 52 m de largura. O mistério acabou em 1924, após a revolução que tornou o país uma república. A área de 720 mil m2 reúne aproximadamente 8 mil cômodos, distribuídos em cerca de 800 prédios luxuosos, que hoje foram convertidos no Museu do Palácio Imperial.
PORTAS ABERTAS
Conheça alguns dos prédios do Museu do Palácio Imperial
Guerra e paz
Em várias épocas, a Galeria da Eminência Militar foi usada pelo imperador para receber ministros e reunir a corte. Virou uma espécie de setor de análise estratégica em tempos de guerra. Hoje, abriga a Galeria de Pintura – com a maioria das obras de arte feita no palácio.
O dragão reina
O principal templo é a Galeria da Harmonia Suprema, que era reservada para cerimônias importantes, como coroações e aniversários do imperador. Apenas ele podia entrar pela rampa de mármore adornada com esculturas de dragões. Até hoje estão no salão os carrilhões musicais de jade e o Trono do Dragão, de onde o imperador emitia suas decisões absolutas.
- A Cidade foi toda construída segundo os preceitos feng shui, a milenar arte chinesa de harmonizar ambientes.
Há vagas
O regente usava o Salão da Harmonia Preservada como vestiário antes de rituais. Aqui, ele saudava convidados e discursava para os filhos que tinha com suas esposas e muitas concubinas. Outra função era receber alguns banquetes e os exames palacianos – uma espécie de concurso que selecionava cidadãos para altos cargos governamentais.
O zen da natureza
O Jardim Imperial era um dos poucos lugares aonde as pessoas enclausuradas no complexo podiam ir para relaxar. Rodeado de lagos, pinheiros, flores e bambu (símbolos clássicos da jardinagem chinesa), o local recebia praticantes de meditação e famílias, que se reuniam para jogar xadrez ou tomar chá.
A casa virou gabinete
Na dinastia Ming e no início da dinastia Qing, o Palácio da Pureza Celestial era a residência do imperador e da imperatriz. Depois de subir ao trono, Yongzheng, o terceiro imperador dos Qing, mudou sua residência para o Salão do Culto Mental e este palácio virou seu escritório. Até hoje, acima do trono, há uma placa em que se lê: “Justiça e transparência”.
Saber pro escrito
A Galeria da Glória Literária abrigava todo o acervo tipográfico do palácio, de livros sagrados a relatórios dos imperadores, e era palco das leituras cerimoniais realizadas pelos respeitados estudantes do confucionismo (um sistema filosófico chinês). Atualmente, a área reúne 429 peças de cerâmica do palácio – é a chamada Galeria de Cerâmica.
- No Palácio da Tranquilidade Terrestre rolavam os casamentos imperiais, em uma câmara inteiramente pintada de vermelho.
CONSULTORIA Mário Bruno Sproviero, historiador da USP
FONTE Sites BBC, O Estado de S.Paulo, Travel China Guide, dpm.org.cn
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-e-a-cidade-proibida-em-pequim